sexta-feira, 25 de junho de 2010


Milhares de israelenses demonstraram todo o país na sexta para marcar os quatro anos desde que Israel Defense Forces soldado Gilad Shalit foi capturado por militantes palestinos em uma operação na fronteira da Faixa de Gaza,.

Cerca de 600 pessoas marcharam pela principal rua da cidade de Nahariyah Galiléia, enquanto outros 250 fizeram um protesto em frente à sede do Ministério da Defesa em Tel Aviv.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Um despertar diferente...

Fazia frio naquela manhã. O cheiro de terra molhada entrava pela brecha da porta. Cinco crianças enroladas em cobertores dormiam tranquilas em suas pequenas e frágeis camas. Do lado de fora, podia-se ver nas folhas das árvores respingos do orvalho. Alguns animais saiam de suas tocas à procura de comida.

No pequeno pomar uma goiabeira mostrava seus frutos amadurecidos. Mas adiante dona Maria cultivava uma horta com alface, agrião, cheiro verde e cebolinha. A bertalha crescia nas madeiras que cercava o quintal, formando um imenso muro verde.

Mas um dia comum para aqueles moleques que abriam os olhos, esfregavam as mãos para afugentar o frio e se espreguiçavam alongando os braços finos. Os mais velhos já tinham em mente as obrigações diárias: regar a horta, recolher o milho que crescia, ou qualquer outra fruta que estivesse pronta para comer.

As meninas limpavam o jardim, recolhiam as folhas que caiam das árvores e arrancavam com as próprias mãos as ervas daninhas que nasciam para tirar a beleza do jardim.

A casa não era grande e ainda havia cômodos em construção. A parte antiga já mostrava nos tijolos que o embolso estava se deteriorando. Mas em pouco tempo tio Esídio, que se considerava um ótimo pedreiro, daria um jeito em tudo aquilo.

O sol escondido atrás dos galhos do abacateiro penetrava timidamente pela brecha de janela de madeira. Mas aquele raiozinho insistia em cobrir o rosto de Wando. Não tinha jeito, era hora de levantar. O banho frio terminava a tarefa de espantar a preguiça.

Na cozinha, podiam-se ouvir os passos de dona Maria arrastando o chinelo velho no chão. Aquela boa senhora já beirava os quarenta anos. Mas que barulheira! Ela abria e fechava as portas do armário de ferro, tirando xícaras e copos, talheres e panelas. O pão quente saía do forno deixando no ar um cheiro gostoso que trazia todos os moradores para a cozinha. O café fumegava no fogo e depois era distribuído nas canequinhas com um pedaço do pão e uma travessa de angu.

Todos sentados em volta da mesa davam as mãos para a primeira oração do dia, agradecidos pela refeição. O pai estava longe, navegando em alto mar. Um olhar de dona Maria era o suficiente para manter os filhos quietos. As meninas, Olga e Marlene, tinham entre nove e sete anos. Mesmo no período das aulas cada filho tinha suas obrigações dentro e fora de casa. Oscar, o mais novo, vivia fugindo de suas tarefas.

Quando seu José chegava de viagem trazia alimento e presentes. Não era de paparicar os filhos, mas era um bom pai. Enérgico, muitas vezes. Miguel, o filho mais velho, apanhava quando fazia algo de errado.

Tio Esídio chegou da rua naquela tarde e trouxe uma surpresa para os meninos. Era um papagaio. Tagarela! Daquele dia em diante tudo passou a ser diferente. Não é que o bicho aprendia tudo gente falava! E repetia!

Aos primeiros raios do sol aquela voz aguçada, que já fazia parte da rotina do dia a dia, quebrava o silêncio da casa, tagarelando sem parar:




- Acorda dona Maria! Quero café! Quero café! Dona Maria! Foi na cruz, foi na cruz, onde um dia eu vi... Dona Maria! Quero café!








Marion Vaz

A história do papagaio que cantava o hino 15 da harpa cristã foi contada por Miguel Vaz.

A autora do conto deixou a imaginação fluir para trazer de volta as poucas memõrias de um tempo que já se foi.