quinta-feira, 26 de abril de 2018

Teoria da Inclusão

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Esse foi o tema do último filme que eu vi: À Caminho da Fé. Depois de passar anos anunciando a Mensagem do Evangelho da maneira como foi instruído desde a mocidade, um certo pastor mudou sua postura.

Uma profunda angústia o cercou ao saber que um tio muito querido que estava encarcerado numa prisão estadual havia se suicidado. O pastor ficou muito entristecido ao pensar que ele tinha morrido sem salvação, mesmo depois de devotar tempo e esforço na tentativa de uma conversão a Cristo. 

Por várias noites sofreu com a ideia de que outros parentes haviam se perdido enquanto ele usava o seu tempo para pregar o Evangelho em outras cidades e para outras famílias. Por fim, ao ver uma reportagem sobre a África em que várias pessoas estavam morrendo e que inclusive, muitas delas ainda eram crianças, começou a indagar com Deus o porque de tudo aquilo. 

Passados alguns dias sob aquele estresse e achando que tinha ouvido a voz Deus, mudou a sua estratégia de pregação. Em sua nova percepção do Evangelho e baseando-se na interpretação de versículos isolados, começou a anunciar que o sacrifício de Jesus era suficiente para salvação de todos, e não somente aqueles que haviam aceitado a Cristo como mediador.

Essa mudança de percepção alterou profundamente a mente e o coração do pastor que ele passou a agir e pregar com todo ardor sobre aquilo que havia descoberto nas Escrituras. Os seguidores daquela igreja rejeitaram tal ensinamento e muitos o deixaram. Interessante do filme é que apesar das controvérsias e situações adversas, esse pastor continuou anunciando sua teoria da inclusão e como o filme é baseado em fatos reais, mais pessoas estão aderindo e se tornando membros da nova igreja. 

Duas coisas me chamaram a atenção no desenrolar da história. A primeira é que não há verdades absolutas que não possam ser questionadas ou alteradas pelo homem, que, mediante um estudo mais aprofundado, ou como resultado de um sentimento de frustração, possam sofrer modificações em sua interpretação.

A segunda diz respeito ao texto bíblico em si. Qualquer pessoa que estude Teologia é instruído a não interpretar versículos ou referências sem analisar o texto e o contexto. Até mesmo na hora de preparar uma mensagem que será direcionada a outras pessoas precisamos ter esse cuidado de não usar um texto da Bíblia isoladamente, mesmo que tenhamos a nítida impressão que estamos sob a direção de Deus ou do Espírito Dele.

Em termos de religiosidade os textos do Novo Testamento afirmam que Cristo morreu por todos. Que o sacrifício na cruz deu acesso imediato a Deus para todas as pessoas. Paulo afirma que "... não há distinção entre judeus e gregos..." (Rm 10.12) e Pedro fala a todos que "Para Deus não há acepção de pessoas..." (At 10.34). E com certeza muitos outros versículos esclarecem que o amor de Deus é imenso e tão intenso que Ele deu o seu próprio filho para morrer pelos pecadores de forma a alcançar e abraçar qualquer pessoa (Jo 3.16). Nenhuma das afirmações acima podem ser descartadas. Com certeza o que o NT informa é que o sacrifício de Jesus é único e eficaz no qual qualquer pessoa pode ser redimida.

Existem outros textos que afirmam sobre a Santidade e a Justiça de Deus e que para ter acesso a Vida Eterna o homem precisa passar por um processo de santificação, uma mudança de vida, um retorno a espiritualidade e tal forma que seja visível a sociedade que nos cerca.

Outro ponto a considerar é que todas as Religiões concordam quanto ao fato de que as pessoas precisam ser boas, honestas, tratar o próximo como amor e respeito. Em sua maioria, afirmam que as nossas obras mostram o que somos e pensamos e que, através delas, seremos julgados. Ponto. Na religião Judaica encontramos um Conceito e uma série de Mandamentos dados pelo próprio Deus para guiar o seu povo. No Cristianismo repetem-se os dois principais mandamentos: "Amar a Deus sob todas as coisas e amar ao próximo como a ti mesmo" (Mc 12.30-31).

Desde as primeiras páginas da Bíblia até a última podemos ler histórias de pessoas que se diferenciavam de outras por causa da sua maneira correta de viver. O que nos leva a outra verdade: Deus não pode ser injusto. Se alguém vive no pecado e tem consciência disso não pode alcançar o céu sem mudar a sua trajetória. Deus é amor. E se Ele não pode levar uma pessoa que nunca ouviu acerca do plano de salvação para a perdição eterna, como elas seriam julgadas? Sinceramente, isso é com Deus. Ele é o Ser Soberano!

Pelo que eu entendi, a Teoria da Inclusão afirma o contrário. Que todos, sem exceção podem entrar no Reino dos Céus, por causa do amor incondicional de Deus. E independente da vida que tem aqui na terra, no fim, nenhuma pessoa será lançada no inferno  baseando-se na reconciliação universal (Em Cristo). Então, as pessoas transgridem as Leis de Deus sem qualquer tipo de remorso e ainda querem ser aceitas e justificadas para entrar no céu junto com aquelas que procuram viver em santidade diante de Deus? Sinceramente... Prefiro não arriscar.

Com certeza, estamos vivendo hoje um contexto bem diferente daquele que encontramos nas páginas do Antigo Testamento. Os estudiosos afirmam que este é o Tempo da Graça. E do jeito que a nossa Sociedade caminha podemos afirmar que, por muito menos, naquela época, a terra tragaria a todos, sem qualquer distinção, só por causa da força do pecado que controla suas vidas.

Outra verdade bíblica afirma que Deus conhece as intenções do coração do homem (Jr 17.10). Então é melhor agir como Davi: "Sonda-me ó Deus... e vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno" (Salmo 139.23-24).


Marion Vaz


Ps. O texto acima refere-se apenas a questão religiosa e não faz qualquer comparação com a inclusão social que, deve sim, incluir todas as pessoas sem distinção de idade, cor de pele, religiosidade, opção sexual, situação econômica ou estado civil.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Morte e Ressurreição

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Duas comemorações importantes foram feitas neste último final de semana: O Pessach - Páscoa Judaica e a memorável páscoa cristã. Como todo mundo sempre escreve sobre isso e aqui mesmo no blog tem muitas postagem sobre o assunto deixei passar em branco.

O Pessach tem sua característica em que todo judeu relembra a saída do povo de Israel do Egito e sua jornada em direção a Terra Prometida. A morte dos primogênitos no Egito como efeito da 10ª praga dá origem a ordem de evacuação. A liberdade conquistada depois de 400 anos de escravidão fala de vida, de mudança, de um novo período na história do povo hebreu. Agora o deserto seria o lar dos filhos de Yaakov por 40 anos. Um período de aprendizado, de estruturar a nação tanto no sentido social quanto espiritual. O povo de Israel teria que aprender a confiar e depender do seu Deus.

A Páscoa cristã também fala de morte, de sacrifício, de sangue. Jesus, o enviado de Deus para salvar a humanidade seria traído, preso e sentenciado a morte em uma cruz. Soldados romanos sem compaixão tratam o filho de Maria de forma grosseira e desumana. Jesus é espancado e colocado numa cruz e depois de algumas horas a vida se esvai. Seu corpo segue para o sepulcro e ali permanece por três dias. 

A ressurreição acontece no domingo antes do raiar do sol. Mulheres chegam ao sepulcro e verificam que a pedra havia sido removida. Maria Madalena tem o seu primeiro contato com o Mestre ressurreto. Alguns discípulos chegam correndo e olham o local. No desenrolar da história Jesus aparece aos discípulos em ocasiões distintas. O plano de salvação havia sido concluído. Uma nova etapa, uma nova era, um recomeço? Cada um encara do jeito que quiser. O texto informa que João creu. E isso já basta.

Nas duas explicações acima sobre comemoração da Páscoa podemos salientar as palavras: Morte e Vida, Medo e Confiança, Fim de um ciclo e começo de outro. 

Independente disso muitos de nós continuamos presos em nossos dilemas, defeitos, objetivos. Parece que nunca damos uma chance para a liberdade ou para a ressurreição porque não queremos abrir mão de alguma coisa, não queremos passar pelo sofrimento, ou pela morte de algum projeto, de algum sentimento. Não queremos romper com o passado e ficamos no mesmo ciclo por anos a fio. Não nos damos a chance de encarar o novo, o desconhecido porque não sabemos o que vamos encontrar lá na frente ou porque achamos que o que temos é o suficiente.

Parei pra pensar sobre isso, porque aconteceu algo que me deixou muito decepcionada esta semana. Quando pensei que estava dando um passo a frente, só estava andando em círculos e talvez retrocedendo. E já é o terceiro dia... 


Marion Vaz