quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Achados e Perdidos


O primeiro pensamento de quem já perdeu algum documento, objeto ou qualquer tipo de pertence importante é procurar num local próximo ou no setor de achados e perdidos. Geralmente tem esse tipo de depósito numa empresa, num shopping, aeroportos ou repartições públicas. Caso a perda aconteça na rua, aí não tem jeito, tem que contar com a sorte mesmo e pedir a Deus para que a pessoa que encontrou o objeto entre em contato.

É no Novo Testamento que vamos encontrar três parábolas de Jesus falando sobre perdas. A parábola da dracma e da ovelha perdida e do filho pródigo (Lc 15). O pastor de ovelhas deixa seu rebanho a salvo e sai pelos vales a procura daquela que se afastou. Ao encontrar, trata as feridas e carrega de volta para junto das demais ovelhas.
         
A mulher percorre todos os cômodos da casa, ilumina os locais e varre o chão a fim de encontrar a dracma. O termo diligentemente usado no texto bíblico nos dá a ideia de que ela procurou com zelo e agilidade até achar. Ela não desistiu.
          
No caso do filho pródigo temos um relato mais extenso e detalhado. O filho mais novo decide por conta própria sair da casa do pai levando sua parte da herança e vai para um lugar distante. A má administração dos bens leva-o a falência total de tal forma que ele não tinha nem o que comer. A solução seria voltar para casa e pedir um emprego ao pai (Lc 15.18-19).
           
Três pontos marcam os relatos acima. Primeiro houve uma perda, um dano, um prejuízo. Segundo: As pessoas não se conformaram com o que aconteceu e se esforçaram em resolver o problema. Ninguém ficou se torturando com culpas ou palavras de depreciação. Embora que, no caso do filho, o pai esperou a porta da casa o retorno dele e quando o viu de longe correu ao seu encontro e o abraçou e beijou, tamanha a sua alegria ao ver o rapaz retornar com saúde (vs 27).
          
O terceiro ponto marcante é que ao achar o que se havia perdido, houve uma festa, uma reunião com amigos e parentes para celebrar o desfecho. Houve gratidão. O sentimento de perda, de decepção, de angustia se desfez e vitória que cada um obteve foi comemorada publicamente envolvendo as pessoas próximas a eles.
          
Infelizmente, muitas vezes, somos tão egoístas que nosso sentimento de gratidão a Deus fica resumido num simples “obrigada Senhor”. Não fazemos alarde das bênçãos que recebemos com medo disso ou aquilo. Dependendo do problema tem gente que chora “lágrimas de sangue”, pede oração, faz campanha, etc, mas ao receber a vitória não agradece.
          
Quando a benção é do próximo, o que prevalece mesmo é o “espírito” do irmão mais velho (vs 28). Indignado, nem queria entrar na festa e o ainda acusou o pai de assar um bezerro cevado e convidar tanta gente para festejar aquele retorno quando o irmão havia dado tanto prejuízo financeiro. Para o irmão mais velho o pai deveria valorizar mais o tempo de convivência que eles tinham (vs 29).
             
Já pensou que em algum momento da vida, também nos sentimos perdidos mesmo estando na Casa do Pai? Somos ingratos e indiferentes? Ciumentos e desmotivados em relação ao ministério que nos foi confiado?


Marion Vaz