sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

O raiar de um novo tempo

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Estamos nos aproximando do final de 2018. Um ano de muitas contradições se posso classificar assim. Pessoas bem otimistas  chamaram de o "ano da fé", outras de "ano de realizações". E como todo mundo fizemos muitos planos para 2018 e alguns se concretizaram, outros não. Talvez por nossa culpa mesmo! Afinal... Nos acomodamos durante os meses que se seguiram. Esquecemos de alguns projetos e no final das contas observamos que o tempo passou rápido demais.
 
Mas o certo é que, quando um ano se finda, colocamos todas as nossas expectativas no ano seguinte. E como se fosse uma tradição, renovamos votos e imaginamos os sonhos se realizando. E todos nós já fizemos isso, pelo menos uma vez. Parece que o ano que vem chegando traz consigo uma espécie de magia que nos envolve e nos faz acreditar que aquilo que deixamos escapar no anterior, vai se tornar realidade. Sofremos com o desfecho ruim, mas de certa forma nos inspiramos nos desafios que vamos encarar.  
 
Não posso dizer que 2018 foi de todo ruim. Alguns episódios foram bem perturbadores. Mas no final das contas serviram para me fortalecer. Destruíram algo de bom em mim? Destruíram. Mas me abriram os olhos para definir que nem todas as pessoas são confiáveis. Chorei muito? Chorei mesmo. Teve uma hora que pensei que aquela dor nunca iria embora. Errei? Errei. E algumas vezes de propósito! Mas me redimi. Confesso.
 
Conquistei algumas coisas em 2018? Conquistei! E com isso deixei uma porrada de gente com raiva? Deixei. Perdi algumas coisas? Perdi. Todo mundo perde algo de vez em quando. Mas quer saber? Nem era tão importante quanto eu pensava que fosse. Me arrependo de algumas coisas? Com certeza! Faria diferente? Se eu pudesse voltar no tempo...
 
Mesmo assim tudo o que eu quero agora é me despedir de 2018 sem mágoa, sem remorso, sem lágrimas nos olhos. Porque o que importa mesmo é viver a vida e ter esperança. É ser feliz. Independente do que está nos esperando lá na frente. 
 
Pense que "o tempo que a gente leva planejando o futuro nos impede de viver o presente" - acho que já li essa frase em algum lugar. E não importa o quanto meticuloso sejamos, algo pode dar errado sim. Faz parte. Algo pode nos magoar de tal forma que se tenha que mudar o próprio coração para continuar a viver. Faz parte. Alguns chamam de amadurecer aos cinquenta.
 
Então... Que venha 2019. Porque eu estou te esperando. Cheia de sonhos! Porque o que importa é abrir uma janela, um parênteses ou um buraco na parede que seja, para visualizar o raiar de um novo tempo.
 
Feliz Ano Novo.
 
 
Marion Vaz.
 
 
 

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Características de quem anda por fé e não por vistas


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Antes de entrar no assunto, podemos definir que existem duas maneiras de se perceber as coisas que estão diante de nós. A pessoa que tem um olhar natural observa num plano horizontal, limitado. E desta forma não se consegue ver o "todo". Facilmente se coloca as expectativas apenas naquela parcela que está a sua frente. E como resultado dessa atitude a tendência é ficar preso às pequenas coisas e entender apenas parte do processo. E não importa se estamos lidando com problemas pessoais, no trabalho ou em família, o olhar natural nos restringe e delimita atitudes e decisões.

Mas o olhar do alto amplia sua visão. Experimente visualizar algo por vários ângulos e depois suba numa escada e tente observar melhor. Com certeza você notou uma diferença significativa e seu entendimento foi ampliado. Olhar do alto não te limita ao básico e agora você percebe o que está ao redor, a frente e na retaguarda. Além de ter uma visão melhor do problema, pode visualizar a solução.

"Porque vivemos por fé e não pelo que vemos"
2 Cor 5.7

Agora sim podemos te dar as cinco características de quem anda por fé e não por vistas:

1) Sabe muito bem quem é - Aquele anda por fé tem consciência de quem realmente é, sua essência, de onde vem. E saber o que realmente somos está diretamente ligado as atitudes que tomamos no dia a dia e as nossas escolhas. Um exemplo bíblico disso foi Daniel. Ele sabia muito bem qual era a sua origem (judaica/realeza).  Ele decidiu não se contaminar com porção das iguarias da mesa do rei. Este homem não foi coagido a fazer algo, mas o texto bíblico declara que ele mesmo confrontou seu coração e tomou uma decisão. Não se contaminar não era algo a se negociar, mas um propósito firme do seu coração.

2) Conhece o Deus que serve - Quem anda por fé tem que conhecer o Deus a quem serve. E isto está basicamente ligado a nossa posição diante das circunstâncias. E a pessoa sabe que existe um processo até chegar ao propósito estabelecido por Deus. Nosso exemplo maior: Profeta Elias. No confronto com os profetas de Baal sua atitude foi de fé, coragem e de quem sabia o que Deus iria fazer. Quem anda por fé e não por vista tem coragem de fazer o que ninguém faz e vê o que ninguém vê.

3) Entende que o propósito é muito maior - A pessoa não se prende as circunstâncias, sabe  que o processo é doloroso, não desiste e se mantém otimista. Sabe que o processo é demorado e que atalhos nem sempre são a saída mais rápida. Tem consciência de que durante o processo somos moldados. Entende que o fim sempre será melhor que o início. Nosso personagem bíblico da vez é José. As experiências no Egito foram marcantes, dolorosas, humilhantes, mas ele manteve sua conduta até que Deus cumprisse o propósito para sua vida. Contrariando todas as expectativas de escravo e prisioneiro José se tornou governador do Egito.

4) Conquista e prossegue em meio as adversidades - Quem anda por fé mantém a fidelidade em todas as situações. Adora a Deus pelo que Ele até o fim. Apega-se com firmeza a esperança sabendo que Aquele que prometeu é fiel para cumprir. Quem anda por fé mantém a integridade, mesmo em meio a dor, as perdas, as acusações. Jó perdeu tudo: seu patrimônio, seus filhos, sua herança, sua saúde. Ele tinha todos os motivos para blasfemar contra Deus como sua própria mulher sugeriu. Mas ele permaneceu fiel aos seus princípios. 

5) Contagia os que estão a sua volta - Quem anda por fé leva mais em consideração as bênçãos que recebe do que as coisas ruins que acontecem. Superar o passado e usa sua história como motivação. Andar por fé atrai muitas bênçãos que devem ser compartilhadas com aqueles que estão a nossa volta. E podemos ver isto na Mulher Samaritana. Aquele encontro com Jesus mudou a sua vida, sua perspectiva, mudou seu presente e seu futuro. Quem anda por fé deixa de ter um olhar terreno e para fixar os olhos nos céus. Esta mulher conheceu Jesus de uma forma inesperada e não guardou a bênção para si, ela correu até a cidade e compartilhou a notícia. 

Nosso olhar natural dificulta o entendimento da dimensão da obra que Deus tem a realizar em nossas vidas. As circunstâncias da vida terrena tentam nos fazer parar. Mas temos que usá-las como motivação para chegar ainda mais longe.


Texto de Gabrielle Vaz


Obs: O texto acima foi elabora numa pregação e Deus falou muito ao meu coração através dele e por isso resolvi compartilhar com vocês. E também me sinto honrada em dizer que Gabrielle é minha filha. E tenho visto como o Senhor tem ministrado na vida dela.




segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

O grau de importância que você dá as coisas equivale ao valor delas?

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Não sei você, mas eu já percebi que as pessoas estão perdendo aquele dom natural de analisar o que realmente é importante e o que é descartável. Não sei se por conveniência ou por hábito, juntamos mais "tralhas" em nossos cômodos do que  eles suportam. As casas estão amontoadas de objetos, roupas, sapatos, brinquedos, móveis e tantas outras quinquilharias que se foi comprando ao longo dos anos e que por alguma razão, não se quer jogar fora ou passar adiante para quem realmente precisa.

Em relação aos sentimentos há uma confusão de valores. E por mais que tenha em mente os bons conselhos sobre relacionamentos e famílias, os "ficantes" só querem mesmo é uma "aventura". Quem já está sozinha há muito tempo como eu, pensa duas vezes antes até de olhar para quem quer seja, porque não sabemos como anda a cabecinha da criatura. Se você apenas foi gentil com alguém a pessoa logo se retrai. Aconteceu comigo. Pensei: Só estava sendo gentil e hospitaleira. Porque também eu penso que um relacionamento pode nascer de um encontro casual, um sorriso, um gesto. Mas não quer dizer que as pessoas não possam ser amigas, conversar, trocar ideia, rir juntas, dançar... Qual o problema dessa geração de cinquentões?

Essa perda de noção do que é importante nos leva a caminhos tortuosos e contra versos que mudam a rotina, incorporam sentimentos, alteram o valor das coisas, absorvem como uma esponja o que é nocivo junto com o que é prazeroso. Estamos descolorindo o presente em virtude de qualquer passado nebuloso e não nos permitimos ser feliz, nem agora e nem no futuro. Estamos sobrecarregados de tarefas que minam as nossas forças e nossa capacidade de raciocínio lógico. Queremos o que é bom, com certeza. Mas o nosso "bom" é bom mesmo ou apenas um paliativo?

Essa semana presenciei uma cena que me deixou pensativa. Não eram nem oito horas da manhã e tinha uma moça no meio da rua gritando como se estivesse passando por algo desesperador. Pensei até que ela tinha sido assaltada ao sair no portão de casa para ir ao trabalho, já que ela estava de bolsa e toda arrumada. Tinha um rapaz de moto passando na rua e eu estagnei na calçada imaginando mil coisas. Será que foi assalto? O tal cara é um ex marido grosseiro e está perseguindo a mulher? Roubaram o carro e levaram até uma criança que estava dentro. Eu não sabia se seguia em frente ou se me escondia. E se o cara estivesse armado? A mulher com as mãos na cabeça gritava: Cadê ele! Cadê ele! - O homem na moto passou por ela e foi embora. Já descartei uma das hipóteses. A mulher correu em direção a outra rua e resolvi seguir o meu caminho, já com o coração acelerado por causa do susto e pela situação incomum àquela hora da manhã.

Apressei o passo e parei próximo a uma senhora que estava em pé no portão dela. Falei sobre o susto, que estava com pena da mulher e se tinha ou não sido um assalto. A senhora, muito calma por sinal, explicou que não era nada demais. Apenas que o cachorro dela que tinha fugido quando abriram o portão. Um cachorro? repeti ainda tentando me controlar por causa do susto. Tudo bem que ninguém tem culpá da minha imaginação fértil. Todo mundo tem o direito de amar seus animaizinhos de estimação.
- Pensei que era assalto - Repeti.
- Não. Foi só o cachorro que fugiu. Repetiu a senhorinha.
- Ele volta quando tiver fome - Falei com calma e segui meu caminho.

Pode rir se quiser. Ok. Não tem problema. Como já disse a mulher não tem culpa da minha imaginação fértil! Provavelmente ela perdeu a hora do trabalho porque tinha procurar o animal pelas ruas. Aos poucos meu coração foi desacelerando e eu fiquei pensando nessa valorização de coisas incomuns que exercem esse poder sobre nós e descaracterizam os verdadeiros sentimentos.


Marion Vaz