O primeiro pensamento
de quem já perdeu algum documento, objeto ou qualquer tipo de pertence
importante é procurar num local próximo ou no setor de achados e perdidos.
Geralmente tem esse tipo de depósito numa empresa, num shopping, aeroportos ou
repartições públicas. Caso a perda aconteça na rua, aí não tem jeito, tem que
contar com a sorte mesmo e pedir a Deus para que a pessoa que encontrou o
objeto entre em contato.
É no Novo Testamento que vamos
encontrar três parábolas de Jesus falando sobre perdas. A parábola da dracma e
da ovelha perdida e do filho pródigo (Lc 15). O pastor de ovelhas deixa seu
rebanho a salvo e sai pelos vales a procura daquela que se afastou.
Ao encontrar, trata as feridas e carrega de volta para junto das demais
ovelhas.
A mulher percorre todos os cômodos da
casa, ilumina os locais e varre o chão a fim de encontrar a dracma. O termo diligentemente
usado no texto bíblico nos dá a ideia de que ela procurou com zelo e agilidade até
achar. Ela não desistiu.
No caso do filho pródigo temos um
relato mais extenso e detalhado. O filho mais novo decide por conta própria
sair da casa do pai levando sua parte da herança e vai para um lugar distante.
A má administração dos bens leva-o a falência total de tal forma que ele não
tinha nem o que comer. A solução seria voltar para casa e pedir um emprego ao
pai (Lc 15.18-19).
Três pontos marcam os relatos acima.
Primeiro houve uma perda, um dano, um prejuízo. Segundo: As pessoas não se
conformaram com o que aconteceu e se esforçaram em resolver o problema. Ninguém
ficou se torturando com culpas ou palavras de depreciação. Embora que, no caso do filho, o pai esperou a porta da casa o retorno dele e quando o viu de longe correu ao seu
encontro e o abraçou e beijou, tamanha a sua alegria ao ver o rapaz retornar com saúde (vs 27).
O terceiro ponto marcante é que ao achar o que se havia perdido, houve uma
festa, uma reunião com amigos e parentes para celebrar o desfecho. Houve gratidão.
O sentimento de perda, de decepção, de angustia se desfez e vitória que cada um
obteve foi comemorada publicamente envolvendo as pessoas próximas a eles.
Infelizmente, muitas vezes, somos tão
egoístas que nosso sentimento de gratidão a Deus fica resumido num simples “obrigada
Senhor”. Não fazemos alarde das bênçãos que recebemos com medo disso ou aquilo.
Dependendo do problema tem gente que chora “lágrimas de sangue”, pede oração, faz
campanha, etc, mas ao receber a vitória não agradece.
Quando a benção é do próximo, o que
prevalece mesmo é o “espírito” do irmão mais velho (vs 28). Indignado, nem
queria entrar na festa e o ainda acusou o pai de assar um bezerro cevado e convidar tanta
gente para festejar aquele retorno quando o irmão havia dado tanto prejuízo financeiro. Para o irmão mais velho o pai deveria valorizar mais o tempo de convivência que eles tinham (vs 29).
Já pensou que em algum momento da vida, também
nos sentimos perdidos mesmo estando na Casa do Pai? Somos ingratos e
indiferentes? Ciumentos e desmotivados em relação ao ministério que nos foi
confiado?
Marion Vaz