A frase que dá título ao artigo pode ser lida em
qualquer condução pública. Ela indica que o homem ao volante precisa estar atento
ao trânsito e que qualquer descuido pode provocar um acidente.
Lembro-me de que tal recomendação era respeitada há
alguns anos e o passageiro tinha até receio de falar com o condutor. Hoje é
diferente. Estamos tão acostumados a desrespeitar regras que não nos importamos
com detalhes.
Além das normas pré-estabelecidas como: “não fumar”, “não entrar sem camisas”, não
portar rádios em volume alto” e outras informações que costumam estar sempre a
vista de todos, a famosa placa continua lá para que nós possamos viajar com
segurança e tranquilidade.
Infelizmente, na prática, não é bem assim que
acontece. Discutir com o motorista ou com o trocador, já faz parte do
cotidiano. E todos nós já assistimos tais cenas, e às vezes, se discute por
motivos banais.
Foi o que aconteceu na última terça-feira numa das
vias movimentadas do Rio de Janeiro. Passageiro perdeu o ponto em que deveria
descer e começou uma discussão desenfreada com o motorista. O lotação que seguia em direção ao centro da
cidade estava repleto de trabalhadores, estudantes, pais de famílias.
Num ato inconsequente, o passageiro X pulou a
catraca do ônibus e continuou a discutir com o motorista. As difamações de
forma verbais contribuíram para que os ânimos
fossem se alterando.
Passageiros que desceram no ponto anterior ao do
acidente testemunharam que o “bate-boca” estava tão descontrolado que o
motorista foi tão afrontado que parou o veículo num encostamento. A pedido dos
viajantes ele retornou ao seu posto e seguiu viajem. Cerca de quinze pessoas
que desceram no referido ponto escaparam da tragédia.
Completamente fora de si, o passageiro X agrediu o
motorista do ônibus, sem se dar conta que a condução estava em cima de uma
ponte e viajando na velocidade permitida, e numa curva!
A tragédia que se seguiu deixou o país em alerta. O
veículo despencou de uma altura de quatro metros do viaduto Brigadeiro
Trompowski, na pista lateral da Avenida Brasil, no sentido centro, nas
imediações da Ilha do Governador. A morte de 7 pessoas e cerca de 8 feridos
(alguns em estado grave) foi o resultado de tal imprudência.
O que nos leva a pensar e também nos revoltar como
alguém pode ter tido tal atitude sem pensar nas consequências de seu ato?
A polícia ainda investida o fato e não se sabe se a
pancada que o motorista recebeu, o que ficou provado pelos testemunhos dos
acidentados, deixou-o inconsciente (por instantes ou totalmente) o que teria
sido a causa do ônibus cair da ponte.
O que nos deixa estarrecida diante dessa tragédia é
o desrespeito aos direitos, à vida, a saúde do ser humano. Por um motivo banal,
sete pessoas perderam a vida. Sete sonhos interrompidos. Sete famílias
destroçadas. Estamos diante do caos social em que o homem não valoriza o seu
semelhante.
As más condições de viagem em certos veículos tanto
para quem trabalha o dia inteiro num lugar desconfortante e barulhento como para o passageiro, já é algo discutível.
Imagine que durante o percurso o cidadão tenha que dividir seus ouvidos e
mente com discussões, conversas alheias, vendedores ambulantes e os tão
famosos protestos, etc.?
Tendo em vista o acontecido e as constantes “crises”
já mencionadas seria interessante que a Secretaria de Transporte providenciasse
para que todos os ônibus tivessem uma cabine para o motorista. Tal recurso
evitaria os transtornos diários e daria mais segurança para quem está viajando.
Independente dos motivos é importante à conscientização
da população quanto às atitudes no trânsito. Seja por parte de quem está ao
volante como daqueles que por qualquer motivo desencadeia uma discussão.
Estamos diante de um quadro pintado em que “ninguém
quer levar desaforo para casa” não importe o resultado. Agredir um funcionário público acarreta em processo. Agredir um motorista num veículo em movimento é sem dúvida um ato
criminoso.
Enquanto isso, vemos nas imagens uma multidão
atordoada e, apesar da curiosidade de alguns, vemos nessa multidão o sentimento
de dor, de acolhimento às famílias das vítimas dessa tragédia.
Deixo aqui o
meu recado: Respeite o seu semelhante. Respeite a Vida!
Marion Vaz
Obs: Fotos de Marcelo Cortes
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