quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Ovelhas e Lobos

Ao ler o texto de 1 Rs 8.63 quando o rei Salomão e o povo ofereceu sacrifícios ao Senhor Deus de Israel, fiquei pensando no quando o Israel devia ser rico! A oferta daquele dia era de 142.000 holocaustos, sendo que 22.000 vacas e 120.000 ovelhas. Alguém pode sugerir que o número mencionado não seja exatamente esse por conta de traduções e etc, mas o certo é que naquele dia o Altar do Holocausto foi considerado pequeno para os sacrifícios pacíficos!

Mas o povo de Israel estava disposto a cumprir suas obrigações religiosas por causa do término da obra do Templo e isso exigia preparo e desprendimento e tudo dentro das normas estabelecidas pela Lei (Torah).

Como o tema do nosso artigo é a ovelha observamos que ela era utilizada para sacrifícios, mas também como alimento e sua lã para vestimenta. Esse animal meigo, doméstico, afetuoso, gregário e obediente, tornou-se um símbolo para indicar o homem religioso e cumpridor de seus deveres para com Deus.



Assim, na religião cristã, Cristo é o “bom pastor e suas ovelhas (crentes) ouvem a sua voz e o seguem” João 10.1





É de se admirar que algo tão simples tenha se tornado um desafio para a geração do século XXI. Seguir a Cristo requer “negue-se a si mesmo” e convenhamos que o homem atual não está disposto a “negar” alguns sentimentos que fazem parte de sua própria natureza!

Ocorre-me uma frase muito interessante que diz “lobo com capa de ovelha” e tem sido utilizada para descrever uma pessoa cujas atitudes e sentimentos se alternam ou que no pior dos casos, são omitidas para se beneficiar.


Ela se finge de amável, atencioso e honesto, mas é só uma capa e na ocasião propícia revela seu verdadeiro caráter. Esse tipo de “lobo” pode ser observado tanto na vida secular quanto na espiritual.

E foi em meados do século primeiro da Era Comum que Jesus utilizou o panorama pastoril, predominante no território de Israel, para expor seus ensinamentos e alertar seus discípulos quanto a existência do lobo.


O lobo era um animal hostil que ficava a espreita, cercando as ovelhas, intimidando-as, aproveitando um breve momento de distração para atacá-las e enfim tirar-lhes a vida (v 12).

Num dado momento durante o relato do assunto, percebe-se uma certa indignação por parte de Jesus quando ele fala de um mercenário, que se finge de pastor e foge ao ver o lobo se aproximando. Jesus afirma que tal indivíduo não tinha o menor cuidado para com as ovelhas! Mas que ele sim era o Bom Pastor cuja vida seria dada em favor delas, já fazendo menção a sua morte no Gólgota.

O Lobo que é então relacionado ao diabo na doutrina cristã, fica ao derredor do crente tentando-o e buscando ocasião para afastar o devoto da presença de Deus. É descrito como devorador (ladrão - vs 10) e como aquele que veio para roubar, matar e destruir.

Já na Parábola da ovelha perdida (Lucas 15.4), a cena se transporta para o redil – local utilizado para proteger a ovelha. Em muitas pregações a Igreja tornasse nesse ambiente onde o crente se sente protegido e amado. Na hora da contagem, o pastor percebe a ausência de uma de suas ovelhinha e se propõe a buscá-la. Essa história é muito rica e traz ensinamentos sobre amor ao próximo, compaixão, perdão, perseverança e união entre as gentes. No entanto, passou a vigorar apenas como uma mensagem para pessoas que se afastaram (desviados) do convívio da igreja.

Todo capítulo de Lucas 15 é uma seqüência de parábolas (ao todo três) que relatam perdas, procuras e contentamento, mas que também indicam em simples detalhes a vida cotidiana dos judeus, o que ocorre em grande parte dos textos bíblicos do Novo Testamento e que passa despercebido nas leituras diárias e comentários.


Marion Vaz

23/02/2011

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A Pedra Angular em Jerusalém

A notícia de novas construções habitacionais em Jerusalém me chamou atenção pela forma em que foram denominadas: Pedra angular. Esse título bastante usado nas Igrejas cristãs define um dos títulos de Jesus, chamado Cristo. Como Pedra Angular, ele seria também a pedra fundamental na qual o Cristianismo está alicerçado.

Vamos entender melhor o que é uma pedra angular e segundo informações de um internauta da Google, “as pedras angulares eram maciças pedras postas na esquina formada pela junção de duas paredes, unindo-as de modo mais firme do que poderia ser feito, na antiguidade, de outra maneira qualquer. Essa pedra também contribuía para fortalecer os alicerces da estrutura.

A "pedra de remate" que aparece em Zac. 4.7, parece indicar que, em algumas construções, as paredes que formavam esquina eram unidas no alto por alguma forma de pedra. O Trecho de Isaías 28.16 refere-se a certa pedra, que nossa versão da Bíblia em português chama de "angular", mas que no hebraico é pinnah, que era usada como laje sobre a qual uma parede era construída, a fim de melhor ligá-la com outra, em uma esquina".

O Jornal Haaretz informou que "a pedra angular de um novo bairro judaico em Jerusalém Oriental foi colocada em uma cerimônia presenciada por membros do Knesset, vereadores de Jerusalém, assim como o ex-candidato presidencial do Partido Republicano Mike Huckabee.

A construção inicial do novo bairro, chamado Beit Orot localizado perto da Orot Beit Yeshiva no Monte Scopus, é uma das 24 novas unidades habitacionais a serem construídas perto do Hospital Augusta Victoria.

Em 2008, Huckabee, que era um candidato presidencial republicano disse no site que era inconcebível para ele, como um americano, que exista uma discussão sobre onde, em Jerusalém, um judeu pode ou não pode viver. Opinião compartilhada por muitos de nós.

Em relação à paz no Oriente Médio, o ministro Daniel Hershkowitz é de opinião que a construção em Jerusalém "não constitua um entrave para a paz", acrescentando que, quanto mais Israel constrói "mais paz haverá” isso porque este bairro é só pedra angular e servirá como um modelo para o avanço das reconstruções de Jerusalém”.

O vice-prefeito de Jerusalém, David Harari disse que as "unidades de habitação a ser construída aqui são apenas o começo da estrada!” O plano, chamado de Gilo: inclui a construção de 1.400 unidades habitacionais em uma área entre o bairro de Gilo em direção ao Mosteiro de Cremisan, e o assentamento de Har Gilo.

A iniciativa deve receber críticas internacionais como há um ano, quando os Estados Unidos expressou sua forte oposição a outro plano de desenvolvimento na área que incluía a construção de 900 unidades habitacionais. Esse foi o primeiro de uma série de confrontos com os Estados Unidos sobre construções em Jerusalém Oriental. Mas o projeto de construção em Ramat Shlomo, foi aprovado durante a visita a Israel pelo vice-presidente dos EUA Joe Biden".

Assim, as construções habitacionais em Jerusalém é fato consumado e necessário e independente de críticas internacionais, “Neemias” vai continuar “empenhado em sua grande obra” (Ne 6.3) mesmo que a opinião (críticas) de alguns é que as “raposas” possam derrubar o que já está de pé (v 4.3).

Voltando a questão da Pedra Angular que com lágrimas previu a destruição de Jerusalém no ano 70 da Era comum, tornou-se o Motivo de fé para preservação da cidade e seus lugares sagrados. Atualmente, as palavras do profeta Isaías servem de impulso para vencer as críticas e reerguer não só o muro da cidade e sim toda Jerusalém:


“Porque o Senhor consolará a Sião; consolará a todos os seus lugares assolados, e fará do seu deserto como o Éden, e a sua solidão como o jardim do Senhor, gozo e alegria se acharão nela, ação de graças e voz de júbilo” Isaías 51.3

Agora, se você tem alguma dúvida sobre o assunto entre no link abaixo e aprecie Jerusalém como você nunca viu!

http://poma.livejournal.com/402001.html



Marion Vaz

Fonte: Fonte: http://www.haaretz.com/

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Puxadinhos em Brasília



Gabinetes de senadores avançam em saída de emergência






Quando a gente pensa que já viu de tudo acontecer no Brasil, chega uma notícia que me deixou estarrecida:

Em Brasília, os gabinetes de dois senadores avançaram sobre a área reservada para a saída emergência. E bloquearam a passagem em pleno prédio do Congresso Nacional.

Os gabinetes invadiram a área das passarelas de segurança que ligam os prédios do Senado e da Câmara dos Deputados. Elas estão localizadas no 14º, 15º e 16º andares. As passarelas foram desenhadas por Oscar Niemeyer para servir de rota de fuga em caso de incêndio.

Cada prédio aqui tem 28 andares. Combater o fogo a partir do 14º andar é uma tarefa muito difícil, e demorada. Por isso, a passarela deve estar sempre livre. Se o incêndio atingir o Senado, os funcionários podem fugir para o prédio da Câmara e vice-versa.

Os puxadinhos começaram a ser desmontados nesta segunda-feira (14), depois de denúncia publicada no jornal Correio Braziliense.

Imagine se nesses oito a dez anos tivesse tido um acidente grave, um incêndio, uma explosão, sei lá, que obrigasse as pessoas a sair às pressas para tentar salvar suas vidas? Quantas pessoas poderiam perder a vida por causa dos "puxadinhos"?

O absurdo dos absurdos é saber que um dos senadores disse não sabia que era ilegal obstruir a Saída de Emergência! Ninguém merece!

E só pra constar: Quem foi o "santo" que resolveu interferir no projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer?


Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/

sábado, 12 de fevereiro de 2011

No caminho de Emaús

O texto do Novo Testamento relatado no Evangelho de Lucas (cap. 24) apresenta um episódio de intensa emoção, quando, Jesus se encontra com dois de seus discípulos no caminho para o vilarejo de Emaús. Os dois, entristecidos pelos últimos acontecimentos em Jerusalém, estavam com semblantes abatidos quando foram interceptados e questionados sobre o assunto.

Sem qualquer hesitação um dos discípulos relata o que havia acontecido ao profeta classificando-o de “poderoso em obras e palavras diante de Deus e do povo”, que foi condenado e morto. O relato dá ênfase ao fato de que já era o terceiro dia e eles tinham notícias de que algumas mulheres haviam ido ao sepulcro e outros discípulos também se dispuseram ir até para averiguar a história delas e que não encontraram o corpo de Jesus.

Era de se esperar que neste momento Jesus se apresentasse a eles, diminuindo-lhes o sofrimento, mas o viajante inicia uma longa explicação acerca dos textos escritos por Moisés e também dos profetas, esclarecendo tudo o que haveria de acontecer com o Cristo. A medida que ouviam sua voz, uma mistura de sentimentos os envolvia, mas que não sabiam como definir e assim ficaram em silêncio.

Com o declinar do dia entraram no vilarejo e convidaram o tal viajante a ficar com eles para jantar e descansar um pouco. O relato bíblico indica que no “partir do pão” reconheceram-no e alegraram seus corações acreditando que realmente o viajante era o Jesus ressuscitado. O viajante desaparece e eles voltam a Jerusalém para anunciar o acontecido. Lá confirmaram a notícia da ressurreição e que Jesus já havia aparecido a Pedro.

As ruínas de uma igreja do século XII, marca a aldeia de Emaús, para onde os dois discípulos estavam caminhando. Os enormes blocos de pedra da igreja, fora da estrada Jerusalém-Tel Aviv, é um cenário excelente para oração e leitura dessa história que percorreu os séculos e chegou até nós.

Há mais de um "Emaús" devido a diferentes distâncias de Jerusalém dado em várias versões de Lucas, eruditos cristãos acreditavam que era aqui, com vista para o vale de Ayalon (Josué 10:12)



Andar a pé na estrada na companhia de Jesus tornou-se um poderoso símbolo no Cristianismo para demonstrar uma vida religiosa e Emaús é um excelente lugar para se refletir sobre isso.

Marion Vaz