Escolhi essa data natalina para comentar sobre os efeitos da religião cristã na presente década. Interessante como a comemoração do nascimento do menino Jesus se expandiu em muitas direções. Foram feitas comemorações em Igrejas, Comunidades cristãs e até em países que professam outra religião como a China. Lá, encontramos o famoso papai Noel distribuindo lembrancinhas para crianças até em hospitais. O “bom velhinho” presente nos shopping, lojas, supermercados e em tantos outros lugares quanto a nossa imaginação pode ir, encanta a todos com sua roupa vermelha, sua longa barba e suas renas.
O bom de tudo é que a história bíblica tem o seu espaço nos corações, na vida das pessoas e quem sabe também influencie a todos, como é o real propósito do Natal, a serem mais caridosos e atenciosos uns com os outros. Nada contra aquela quantidade de presentes que a propósito, fazem os donos das lojas ficarem mais ricos. Não. Nós não somos contra a presentear no Natal, mesmo porque foram os três magos que ao presentearem Jesus, iniciaram a tradição nessa data (há controvérsias).
Nessa última década também notei algo de especial no Natal, além da repercussão em todo mundo, a data também trouxe a memória regiões localizadas em Israel como a capital Jerusalém, a cidade de Nazaré e de Belém através da reportagem no Fantástico. Na telhinha da Globo também vimos o Show de Roberto Carlos em Jerusalém. Outras reportagens ao longo da semana, em diversos canais, mostraram histórias sobre Jesus e sobre Beit Lechem (Belém). O que me deixou feliz, pois antigamente, raramente se ouvia falar de Israel com exceção dos conflitos bélicos naquela região.
Hoje, Israel é visto com outros “olhos” em virtude de sua expansão tecnológica e política. Hoje é comum vermos novelas ou filmes que apresentam personagens judeus com seus kipas e objetos relacionados à cultura judaica como Menorah, danças e musicas incluídas nos roteiros e apresentados ao público de forma natural e informativa. A festa judaica de Chanuká comemorada também nessa data foi anunciada e prestigiada por diversos canais de televisão, jornais e na Internet. Isso é bom para Israel, pois mostra que a globalização tem seus efeitos positivos também.
Mas o Natal nosso de cada ano, também passou a ser uma data em que as pessoas fazem amigos, perdoam, se abraçam, brincam, famílias se unem, trocam presentes e se reunem em volta de uma bela e enfeitada mesa para saborearem as mais apetitosas comidas. Nessa data, mesmo que a comemoração seja feita num lar mais humilde, não deixa de ter algo apropriado que lembre que é Natal – Dia do Nascimento do menino Jesus. Também há abraços e troca de presentes.
Enfim, essa data foi um marco que, segundo a religião cristã, deu início (eu prefiro continuidade) ao plano de salvação da humanidade. Jesus nasceu em Belém de Judá, num lugar humilde – uma estrebaria e foi posto numa manjedoura e uma estrela anunciou o seu nascimento, os pastores no campo ouviram de um anjo que deveriam seguir até ali e reverenciar o recém nascido como “o Salvador que é Cristo, o Senhor” (L c 2.11). Os três magos que viajaram do Oriente a Jerusalém também seguiam a estrela e acharam o menino (já com cerca de dois a três anos) e o presentearam. Essa história registrada nos Evangelhos mostra também parte da vida social e política do povo judeu naquela época.
Interessante, que apesar de ser um evento tipicamente do Cristianismo, encontramos muitas outras pessoas que professam religião diferente aderindo ao “espírito do natal” e seus adornos. O que nos faz lembrar as próprias palavras de Jesus, já adulto, ensinando aos seus discípulos: “...se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.35).
Mas foi numa apresentação de Natal ontem, que percebi que todos esses anos as atividades em torno dessa data se repetem e mecanicamente as pessoas se preparam para a ceia de natal, compram e recebem presentes, se reunem, bebem e comem e sorriem uns para outros, independente do amanhã. Presenteamos a todos que conhecemos, mas o que damos para o “menino envolto em panos”? Os magos trouxeram ouro, incenso e mirra! O que você acha que ele deseja agora? Alguns diriam: o meu coração! Outros: sinceridade, amor, fé, etc. Outros ficariam pensando, pensando até achar a resposta. Ao epílogo da apresentação Jesus só queria um pouco mais de atenção nesse Natal, só queria conversar com aqueles que se dizem seus amigos, seus discípulos...
Pense que o Natal é também uma época em que o amor se expande e assume sua real grandeza. Porque independente das divergências, sejam sociais, religiosas ou culturais, as pessoas se unem em todo mundo em função das celebrações. Mas pense que o “menino” da manjedoura cresceu, tornou-se um homem com caráter forte e trouxe uma mensagem de igualdade, fé e amor. Ele ofereceu-se como sacrifício agradável a D-us para salvar a humanidade, para salvar o homem de seus pecados e trazê-lo de volta a comunhão com o Todo Poderoso.
Então, nesses últimos dias de 2011 celebre! Contagie a todos com muito amor, paz e atitudes que possam mudar seus próprios sentimentos, ou o destino, ou os sentimentos de alguém. Celebre! Cante! Dance! E deixe que o amor de D-us inunde os corações! Boas Festas!
Marion Vaz