Uma reportagem num
canal de televisão me deixou perplexa. Por causa de um celular, uma moça foi
ferida a ponto de, ao ser atendida num hospital, os médicos tiveram que amputar
o braço dela. Este foi mais um incidente envolvendo assalto que entrou para a
estatística criminal do Rio de janeiro. E a violência não para por aí, estamos
enfrentando um dos anos mais negros da história, sob o meu ponto de vista. São
assaltos, facadas, ataques violentos em qualquer parte da cidade. As pessoas
não se sentem mais seguras. Uma briga numa casa em que a festa foi
denominada “festa dos horrores”, uma
moça foi agredida e teve o corpo perfurado por um objeto pontiagudo. Outro
rapaz teve parte da orelha cortada e o agressor, um homem que trabalhava com
eventos, tinha um histórico longo.
E para insatisfação da
população, outros descasos também foram registrados, como o abandono de
pacientes em hospitais públicos, outros tinham que fazer a limpeza de
banheiros, faculdades repletas de lixo porque as empresas contratadas estavam
sem receber o pagamento. Desfalques, propinas, desvio financeiro por parte de
políticos, falsas contratações,
“dinheiro que sai dali e some aqui” – Uma lista sem fim de descaso em relação
ao “povo heroico”, uma vergonha nacional e quem perde com isso é gente do bem, gente
que trabalha, que coopera para o progresso do país.
E o que vemos nas
propagandas é a imagem da cidade do Rio de Janeiro se destacando por suas
belezas naturais, seus pontos turísticos, empreendimentos artísticos, museus,
praias e como enfatizou uma propaganda de televisão: “seu rostinho bonito”. Discussões
políticas a parte, prefeitos e governadores tem se unido para mostrar que a
cidade do samba é também a cidade do esporte, cidade olímpica.
Somos cariocas e nos
orgulhamos disso, do nosso sol quente, das nossas praias, do azul do céu, das
noites iluminadas. São muitos os atrativos que estimulam os turistas a visitarem
o Rio. Nada contra.
Mas...
A cidade maravilhosa
também tem noites escuras, e porque também não dizer, dias ou tardes
turbulentas? E tudo isso por causa das inúmeras agressões sofridas por todos os
lados que transformou 2015 no ano das facadas. Sem o menor constrangimento,
estes agressores investem contra a população, a qualquer hora, em qualquer
lugar. Começou no centro do Rio, com menores infratores que tentando roubar
celulares e pendentes e passaram a atacar com facas, os pedestres que muitas
vezes estavam em pontos de ônibus aguardando a condução depois de um dia de
trabalho ou de estudar na faculdade.
O que me dói é ver que
a vida humana não tem valor algum. Que o trabalhador, a mãe de família, o
adolescente, a jovem que estuda e sonha, são destinos que podem ser
interrompidos a qualquer momento por causa de um objeto, um celular?! Que mundo é esse que nos impõe a
violência urbana?
E tais ataques com facas são contínuos porque os agressores,
em sua maioria eram menores, tinham ficha criminal, ou melhor, para não dar
processo: haviam cumprido medida socioeducativa e logo estavam de volta as
ruas, por causa da legislação.
Completamente diferente dos menores infratores que andam muitas vezes descalços e de shorts no centro do Rio. E podemos entender que enquanto a bandidagem viver a solta o civil fica acuado, em casa, no ônibus, nas estações do BRT, no trem, nas ruas do Rio.
O rapaz que esfaqueou um estudante no trem para
roubar um celular
estava vestido, usava tênis e mochila...
Completamente diferente dos menores infratores que andam muitas vezes descalços e de shorts no centro do Rio. E podemos entender que enquanto a bandidagem viver a solta o civil fica acuado, em casa, no ônibus, nas estações do BRT, no trem, nas ruas do Rio.