O Filme Entrando Numa Fria mostra a
história de um jovem que se vê muito encrencado no primeiro encontro com a
família da noiva. Muitos contratempos marcam as tragédias que ele tem que
enfrentar para obter a confiança de Jack, o pai da noiva. O que me chama
atenção no decorrer do filme é exatamente esta frase "Círculo de
Confiança" que Jack menciona o tempo todo, talvez na intenção de coagir o
futuro genro a se "encaixar" no perfil que ele deseja para o futuro
marido de sua filha.
Talvez seja isso
mesmo que desejamos das pessoas que estão ao nosso redor, que elas se encaixem ou
se adaptem ao modelo de ser humano que queremos ter em nosso Círculo de
Confiança. Pessoas sinceras, amigas, que saibam guardar segredos, que nos ajude
quando precisarmos. Em resumo, que estejam prontas para rir, passear, brincar,
discutir “a fome no mundo” numa conversa casual sem nos condenar por ter uma opinião
própria.
Amigos sinceros nem sempre elogiam o tempo todo, podem dizer que sua roupa não combina ou que seu cabelo
está horrível, que aquela bolsa verde tem que ser substituída! Mas são pessoas
que no final dos prós e contra parecem muito mais com você do que alguns
familiares. No Círculo de Confiança, não há lugar para penetras! É um lugar
fechado, com sérias restrições e que, na maioria das vezes, as pessoas
representam exatamente aquilo que somos e cremos. Amigos de infância, de
Colégio, de Faculdade, de trabalho. Amigos verdadeiros que não estão só no Facebook para dar
um like numa postagem. Gente que vai te chamar para sair, passear ou para uma
conversa de fim de noite.
O oposto disto é aquela pessoa que só tem
um amigo ou um parente ou até mesmo o conjugue para dividir sua atenção. Ela
não faz contato visual com ninguém, dá bom dia por educação e não faz questão
de ter gente por perto a não ser para obter algum lucro. Aquela pessoa que
incomoda os outros mesmo que esteja calada. Gente que força a barra, mas que no
final das contas a ausência não faz diferença.
Mas o que me fez refletir no assunto é
este tipo de gente que quer se manter em volta de outros, mas que não ajuda em
nada. Quer estar presente, rir, fazer piada, mas se você pedir algum favor...
Pode esquecer! Passa o ano todo e não jeito de obter qualquer tipo de consideração.
Ela finge que esqueceu ao invés de dizer logo um NÃO! “Não quero! Para de me
incomodar!” Mas prefere sorrir e fingir que está tudo bem. Este tipo de gente
não faz parte do meu Círculo de Confiança!
Você pode sair do Rol de Amigos de alguém
por causa de algum problema sério, traição, ciúme exagerado, trapaça, desconforto
mútuo. Só tem que saber se vale apena perder uma amizade por causa de algo
superficial. A Sociedade atual não se sacrifica por ninguém, nem para dar uma
dica de emprego! Percebi que estamos tão envolvidos com os nossos problemas que
não sabemos lidar com algumas situações. A mão que se estende para pedir um
favor, não é a mesma quando precisa ajudar um parente numa coisa tão simples.
Esta desconstrução de família e amigos em inimigos visíveis como no enredo do
filme que mencionei no início do artigo, me preocupa. Como no episódio da
Última Ceia em que Jesus declara publicamente que o traidor estava perto o bastante
para comer do mesmo prato.
O que nos obriga a manter, a cada dia, o
nosso Círculo de Confiança mais restrito.
Marion Vaz
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