Eu sei que está chegando o Dia dos Pais. Agosto é um mês complicado pra mim. Perdi o meu pai já há alguns anos e sinto falta dele. Um homem inteligente, um pai amoroso e dedicado a família. Um pessoa agradável e fácil de se conversar sobre qualquer assunto. Uma pessoa séria e que tinha muitas responsabilidades. Líder eclesiástico e dedicado na obra de Deus.
Miguel Vaz era jornalista de profissão e escreveu alguns livros e dezenas de textos para jornais e revistas. Trabalhou na CPAD por muitos anos. Na verdade, eu queria ter tido tempo de aprender mais com ele. Não nos deixou dinheiro, bens materiais ou objetos de valor. Não. O nosso legado é o nome Vaz. Esse sobrenome é que faz a diferença. Tenho orgulho dessa herança. Minhas filhas também.
A geração dele passou por momentos complicados. Veio de uma família humilde. Meu avô era da marinha. Austero. Minha avó Maria Silva era simples, plantava e colhia alimentos para o dia a dia. Muitos filhos. A única foto dela nos dá a impressão de uma mulher forte, corajosa, mas semblante sério. Morreu cedo. Não sei do que.
Miguel Vaz tinha sonhos. Alguns, ele conseguiu realizar. Outros não. É a vida. Mas o legado, a capacidade de escrever sobre diferentes temas, a disposição para aprender, a força e a fé em Deus foram repassadas para as gerações seguintes. Eu vou tomar a liberdade de dizer que: Escrever está no nosso sangue.
Hoje, assisti uma live da minha filha sobre Liderando Adolescente, título do livro dela. E o que eu pude perceber que ela está um passo a frente solucionando problemas, que a geração passada não sabia como enfrentar. As soluções de hoje vão determinar pessoas melhores amanhã.
E tudo começou lá trás, quando meu pai escrevia em cadernos ou folhas de pão, que ele pedia nas padarias quando não tinha dinheiro para comprar folha de papel. Só anos depois vieram as folhas A3 que eu via em cima da mesa da sala. E esta é a lembrança que tenho, do meu pai sentado na cadeira e em cima da mesa, uma Bíblia aberta, as folhas de papel e a caneta preta. A mão no queixo, pensando nas palavras que iria escrever. Pensamentos em frases, frases em temas, temas em textos. Textos que permanecem para sempre, de geração em geração.
E se tem algo que eu aprendi com ele é ter esperança em dias melhores. Uma boa conversa resolve tudo. Às vezes as palavras ferem, mas educam. E por que não mencionar as boas risadas em família? Família. Era tudo pra ele. E assim ele nos ensinou que a dor de um é a dor do outro. E quando um está bem, todos estamos bem.
Que Deus possa abençoar tua família também!
Feliz Dia dos Pais!
Marion Vaz