E lá estamos nós em pleno mês de agosto. Confesso que não sou nada fã dessa parte do ano. E dias dos pais nem comemoro. Primeiro porque perdi meu pai há alguns anos e ele era uma pessoa maravilhosa. Mas dessa vez não fiz qualquer comentário sobre o assunto nas redes sociais.
Fiquei sozinha no domingo e chorei. Antigamente, eu fazia questão de sair com as minhas filhas e até cobrava presente. Afinal, criei elas sozinha porque o pai delas refez a vida depois do divórcio e dedicou seu tempo à nova família.
Passamos muitos períodos ruins por causa de altos e baixos na vida financeira. Mas hoje elas estão casadas e felizes e decidi não incomodar ninguém com meus traumas.
Na verdade, quando chega esse dia, bate um sentimento de culpa por não ter dado a elas um pai de verdade. Alguém bom o suficiente para manter um relacionamento saudável. Eu lembro do meu e do quanto ele era dedicado, atencioso, generoso e elas não tiveram a chance de vivenciar algo parecido.
Então, como toda mãe solo eu tentei preencher o espaço vazio no coração delas e às vezes penso que deixei a desejar. Eu queria até pedir desculpas por esse drama todo, mas é assim que eu me sinto. Embora elas achem que eu sou uma mãe maravilhosa, nesse mês de agosto eu fico assim.
Quando eu olho pra elas, me bate uma incerteza, mas no geral eu penso que hoje elas são sobreviventes! E que, na pior das hipóteses, ele é que saiu perdendo e muito! Porque ele deixou de vivenciar momentos alegres e tristes, festas, passeios, viagens, fases difíceis e momentos marcantes. Ele perdeu tudo.
Mas devo acrescentar que o Eterno Deus nunca nos abandonou. Ele sim estava presente em todas as horas e nos ajudou nas dificuldades. Ele cuidou das minhas meninas que hoje são adultas, formadas, mãe e tem suas próprias famílias. Isso me conforta. Eu tenho mais é que agradecer a Deus pelo seu amor, que nos abraçou e nos sustentou segundo a sua misericórdia. Obrigada Deus.