domingo, 31 de outubro de 2010

Os Benefícios e Malefícios da Reforma Protestante

A Reforma Protestante foi um movimento reformista cristão iniciado no século XVI por Martinho Lutero, que, através da publicação de suas 95 teses, protestou contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica, propondo uma reforma no catolicismo.






Lutero foi apoiado por vários religiosos e governantes europeus provocando uma revolução religiosa, iniciada na Alemanha, e estendendo-se pela Suíça, França, Países Baixos, Reino Unido, Escandinávia e algumas partes do Leste europeu, principalmente os Países Bálticos e a Hungria. A resposta da Igreja Católica Romana foi o movimento conhecido como Contra-Reforma ou Reforma Católica, iniciada no Concílio de Trento.

No início do século XVI, o monge alemão Martinho Lutero, abraçando as idéias dos pré-reformadores, proferiu três sermões contra as indulgências em 1516 e 1517. Em 31 de outubro de 1517 foram pregadas as 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, com um convite aberto ao debate sobre elas. Esse fato é considerado como o início da Reforma Protestante.

Essas teses condenavam a "avareza e o paganismo" na Igreja, e pediam um debate teológico sobre o que as indulgências significavam. As 95 Teses foram logo traduzidas para o alemão e amplamente copiadas e impressas. Após um mês se haviam espalhado por toda a Europa.

Em janeiro de 1521, a bula "Decet Romanum Pontificem" excomungou Lutero. Devido a esses acontecimentos, Lutero foi exilado no castelo de Wartburg onde permaneceu por cerca de um ano. Durante esse período de retiro forçado, Lutero trabalhou na sua tradução da Bíblia para o alemão, da qual foi impresso o Novo Testamento, em setembro de 1522 (...)

Toda essa rebelião ideológica resultou também em rebeliões armadas, com destaque para a Guerra dos camponeses (1524-1525). Esta guerra foi de muitas maneiras, uma resposta aos discursos de Lutero e de outros reformadores (...)

Ao mesmo tempo em que ocorria uma reforma em um sentido determinado, alguns grupos protestantes realizaram a chamada Reforma Radical. Queriam uma reforma mais profunda. Foi parte importante dessa reforma radical os Anabatistas, cujas principais características eram a defesa da total separação entre igreja e estado e o "novo batismo".

Enquanto na Alemanha a reforma era liderada por Lutero, Na França e na Suíça a Reforma teve como líderes João Calvino e Ulrico Zuínglio.

João Calvino foi inicialmente um humanista. Nunca foi ordenado sacerdote. Depois do seu afastamento da Igreja católica, este intelectual começou a ser visto como um representante importante do movimento protestante.

O curso da Reforma foi diferente na Inglaterra. Henrique promoveu a Reforma Inglesa para satisfazer as suas necessidades políticas. Sendo este casado com Catarina de Aragão, que não lhe havia dado filho homem, Henrique solicitou ao Papa Clemente VII a anulação do casamento. Perante a recusa do Papado, Henrique fez-se proclamar, em 1531, protetor da Igreja inglesa.

O Ato de Supremacia, votado no Parlamento em novembro de 1534, colocou Henrique e os seus sucessores na liderança da igreja, nascendo assim o Anglicanismo. Os súditos deveriam submeter-se ou então seriam excomungados, perseguidos e executados, tribunais religiosos foram instaurados e católicos foram obrigados à assistir cultos protestantes (...)

A Reforma nos Países Baixos, ao contrário de muitos outros países, não foi iniciada pelos governantes das Dezessete Províncias, mas sim por vários movimentos populares que, por sua vez, foram reforçados com a chegada dos protestantes refugiados de outras partes do continente. Enquanto o movimento Anabatista gozava de popularidade na região nas primeiras décadas da Reforma, o calvinismo, através da Igreja Reformada Holandesa, tornou a fé protestante dominante no país desde a década de 1560 em diante.

No início de agosto de 1566, uma multidão de protestantes invadiu a Igreja de Hondschoote na Flandres (atualmente Norte da França) com a finalidade de destruir das imagens católicas.

Na Dinamarca, a difusão das idéias de Lutero deveu-se a Hans Tausen. Em 1536 na Dieta de Copenhaga, o rei Cristiano III aboliu a autoridade dos bispos católicos, tendo sido confiscados os bens das igrejas e dos mosteiros. O rei atribuiu a Johann Bugenhagen, discípulo de Lutero, a responsabilidade de organizar uma Igreja Luterana nacional. A Reforma na Noruega e na Islândia foi uma conseqüência da dominação da Dinamarca sobre estes territórios...

Na Suécia, o movimento reformista foi liderado pelos irmãos Olaus Petri e Laurentius Petri. Teve o apoio do rei Gustavo I Vasa, que rompeu com Roma em 1525, na Dieta de Vasteras. O luteranismo, então, penetrou neste país estabelecendo-se em 1527. Em 1593, a Igreja sueca adotou a Confissão de Augsburgo. Na Finlândia, as igrejas faziam parte da Igreja sueca até o início do século XIX, quando foi formada uma igreja nacional independente, a Igreja Evangélica Luterana da Finlândia.

Na Hungria, a disseminação do protestantismo foi auxiliada pela minoria étnica alemã, que podia traduzir os escritos de Lutero. Enquanto o Luteranismo ganhou uma posição entre a população de língua alemã, o Calvinismo se tornou amplamente popular entre a etnia húngara. Provavelmente, os protestantes chegaram a ser maioria na Hungria até o final do século XVI, mas os esforços da Contra-Reforma no século XVII levaram uma maioria do reino de volta ao catolicismo.

Fortemente perseguida, a Reforma praticamente não penetrou em Portugal e Espanha. Ainda assim, uma missão francesa enviada por João Calvino se estabeleceu em 1557 numa das ilhas da Baía de Guanabara, localizada no Brasil, então colônia de Portugal. Ainda que tenha durado pouco tempo, deixou como herança a Confissão de Fé da Guanabara. Na Espanha, as idéias reformadas influíram em dois monges católicos: Casiodoro de Reina, que fez a primeira tradução da Bíblia para o idioma espanhol.

Um dos pontos de destaque da reforma é o fato de ela ter possibilitado um maior acesso à Bíblia, graças às traduções feitas por vários reformadores (entre eles o próprio Lutero) a partir do latim para as línguas nacionais. Tal liberdade fez com que fossem criados diversos grupos independentes, conhecidos como denominações.
Nas primeiras décadas após a Reforma Protestante, surgiram diversos grupos religiosos, destacando o Luteranismo e as Igrejas Reformadas ou calvinistas (Presbiterianismo e Congregacionalismo). Nos séculos seguintes, surgiram outras denominações reformadas, com destaque para os Batistas e os Metodistas.

Contra Reforma

Imediatamente após o início da Reforma Protestante a Igreja Católica Romana decidiu tomar medidas para frear o avanço da Reforma. Realizou-se, então, o Concílio de Trento (1545-1563), que resultou no início da Contra-Reforma ou Reforma Católica, na qual os Jesuítas tiveram um papel importante.

Em 1543, a igreja Católica Romana convocou o Concílio de Trento estabelecendo entre outras medidas, a retomada do Tribunal do Santo Ofício, a criação do "Index Librorum Prohibitorum", com uma relação de livros proibidos pela igreja e o incentivo à catequese dos povos do Novo Mundo, com a criação de novas ordens religiosas dedicadas a essa empreitada, incluindo aí a criação da Companhia de Jesus. Outras medidas incluíram a reafirmação da autoridade papal, a manutenção do celibato, a criação do catecismo e seminários, a proibição das indulgências.

A Inquisição e a censura exercida pela Igreja Católica foram igualmente determinantes para evitar que as ideias reformadoras encontrassem divulgação em Portugal, Espanha ou Itália, países católicos. (...)

O principal acontecimento da contra-reforma foi a Massacre da noite de São Bartolomeu. As matanças, organizadas pela casa real francesa, começaram em 24 de Agosto de 1572 e duraram vários meses, inicialmente em Paris e depois em outras cidades francesas, vitimando entre 70.000 e 100.000 protestantes franceses.

Ler mais em http://pt.wikipedia.org/wiki/Reforma_Protestante
http://pt.wikipedia.org/wiki/Inquisição


Antissemitismo

Infelizmente as ideias de Lutero tornaram-no um antissemita

Sobre os Judeus e Suas Mentiras (do alemão Von den Juden und ihren Lügen) é um tratado escrito em Janeiro de 1543, pelo teólogo protestante Martinho Lutero, em que defende a perseguição dos Judeus, a destruição dos seus bens religiosos, assim como o confisco do seu dinheiro.

Ainda que, inicialmente, Lutero tenha tido uma visão mais favorável dos judeus, a recusa destes em se converter ao movimento protestante que se iniciara levou Lutero a adotar diversas acusações e incentivar um anti-semitismo que, juntamente com outras obras e ideais.

O Tratado

Lutero escreve que aqueles que continuam aderindo ao Judaísmo "devem ser considerados como sujeira." escreveu ainda que eles são "cheios de fezes do diabo... que eles chafurdam como um porco" e a sinagoga é "uma prostituta incorrigível" Ele argumenta que as suas sinagogas e escolas devem ser incendiadas, os seus livros de oração destruídos, rabinos proibidos de pronunciar sermões, casas arrasadas, e propriedade e dinheiro confiscados.

Eles não devem ser tratados com nenhuma clemência ou bondade, não permitir nenhuma proteção legal, e esses "vermes venenosos" devem ser dirigidos a trabalho forçado ou expulsos para sempre. Ele também parece tolerar o assassinato de Judeus, escrevendo "temos culpa em não matá-los."

Trechos:

“(…) Finalmente, no meu tempo, foram expulsos de Ratisbona, Magdeburgo e de muitos outros lugares… Um judeu, um coração judaico, são tão duros como a madeira, a pedra, o ferro, como o próprio diabo. Em suma, são filhos do demônio, condenados às chamas do Inferno. Os judeus são pequenos demônios destinados ao inferno.”

“Queime suas sinagogas. Negue a eles o que disse anteriormente. Force-os a trabalhar e trate-os com toda sorte de severidade… são inúteis, devemos tratá-los como cachorros loucos, para não sermos parceiros em suas blasfêmias e vícios, e para que não recebamos a ira de Deus sobre nós. Eu estou fazendo a minha parte.”

“Resumindo, caros príncipes e nobres que têm judeus em seus domínios, se este meu conselho não vos serve, encontrai solução melhor, para que vós e nós possamos nos ver livres dessa insuportável carga infernal – os judeus.

Acredita-se que com essas palavras, e a atitude assustadora por trás delas, o alemão Lutero lançou os fundamentos do anti-semitismo do Terceiro Reich. Muitos de seus compatriotas puderam afirmar, séculos depois, que estavam seguindo a orientação de Lutero ao incendiarem sinagogas judaicas durante a Kristallnacht "Noite dos Cristais" episódio que se tornou o ponto de partida para acontecimentos muito piores durante o tempo do nazismo.

Em seu livro Why the Jews [Por Que os Judeus?], Dennis Prager e Joseph Telushkin escrevem:

[...] os escritos posteriores de Lutero, atacando os judeus, eram tão virulentos que os nazistas os citavam freqüentemente. De fato, Julius Streicher argumentou durante sua defesa no julgamento de Nuremberg que nunca havia dito nada sobre os judeus que Martim Lutero não tivesse dito 400 anos antes.

Ao executarem seu primeiro massacre em larga escala, em 9 de novembro de 1938, no qual destruíram quase todas as sinagogas da Alemanha e assassinaram trinta e cinco judeus, os nazistas anunciaram que a perseguição era uma homenagem ao aniversário de Martim Lutero.

Jan Willem van der Hoeven

Fonte: http://www.beth-shalom.com.br/artigos/lutero.html

Observação:

A Igreja Luterana recentemente admitiu os exageros da intolerância religiosa de Lutero, pedindo desculpas ao povo judeu.

sábado, 23 de outubro de 2010

Primeiro Mandamento

Continuação do texto: Parábola do Bom Samaritano

Jesus respondeu a pergunta daquele homem com outra indagação: O que está escrito na Lei? Como lês?

Os Dez Mandamentos e a Lei recebida no Monte Sinai, formaram a base de toda a vida social e religiosa do povo de Israel. A idéia de adorar outros deuses foi completamente proibida com a instituição do decálogo como regra de fé.

A Lei exigia de cada judeu: “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder” (Dt 6.5). Este é o fundamento da religião judaica. E esta foi a resposta daquele religioso (vs 27).

O amor é o sentimento mais nobre e intenso que o homem pode expressar. A exigência do próprio Deus era que o homem o amasse sem restrições. Por isto insiste nos termos: “de todo coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e todo teu entendimento” (Mt 22.37). Podemos substituir estas palavras respectivamente por: fé, sinceridade, forças espirituais e conhecimento. É a consciência do homem apontando para o seu Deus que é Senhor e único.

Durante séculos o povo judeu viveu cercado de povos idólatras. Na antiguidade, as civilizações adoravam a uma infinidade de deuses. Os impérios dominavam as regiões e através da força queriam impor seus hábitos e suas crenças aos povos dominados. Ao se instalarem na terra de Canaã, o povo de Israel trouxe uma nova crença, que estabelecia um Deus único, ou seja, a despeito de todos os deuses adorados a sua volta, o Deus de Israel era o único e verdadeiro Deus.

Mesmo em épocas de independência nacional, era preciso ter cuidado para não se deixar influenciar pelo paganismo. Ao assimilarem as crenças de seus vizinhos, o povo de Israel atraiu o castigo de Deus: A dispersão das tribos sob o jugo dos Assírios e de Babilônia. A Lei imposta por Deus a Moisés ensinava a fugir da idolatria.

Além de perguntar o que estava escrito na Lei, Jesus também indagou qual seria a sua interpretação: “como lês?” Jesus queria uma explicação racional, mas também sincera e verdadeira.

É lógico que sendo um doutor na Lei, não poderia devagar com um “eu acho”, ou “talvez esteja escrito” ou “é possível que”... Não!

Ele teria que responder exatamente como cria, e respondeu: Está escrito!

Poderíamos abrir um parêntese e discorrer sobre o assunto de interpretações errôneas da Bíblia, adaptações exageradas do texto para colocá-lo em conformidade com a maneira de viver de alguns. E é claro que não estamos falando de versões bíblicas feitas para melhor esclarecer os textos da Palavra de Deus. Estamos falando do disparate daqueles que aproveitam da ignorância ou da ingenuidade de novos e velhos convertidos, para forçá-los a um padrão de vida fora do contexto bíblico.

A razão que faz da Bíblia, a Palavra de Deus, é que ela é infalível. Vejamos a declaração do apóstolo Paulo em sua II epístola a Timóteo: “Toda escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça” (3.16).


Mas Jesus não insistia numa interpretação pessoal do texto, mas na explanação do texto bíblico, que como criam nem um yod ou til podia ser mudado. E sem dúvidas, o amor a Deus era prioridade no coração do povo judeu. O texto diz: “amarás o Senhor teu Deus...”

O que é preciso para expor esse sentimento ao um ser como Deus? Acredito que é preciso que Ele seja Senhor de sua vida.

Amá-Lo porque Ele é o criador de todas as coisas, porque nos dá saúde, nos dá a vida, porque nos cercou de bens, amigos, parentes. Amá-Lo porque ouviu nossas orações, porque nos respondeu em meio às agruras da vida, porque sara nossas feridas, perdoa nossos pecados e nos purifica de toda a iniqüidade. Quantos motivos importantes poderíamos descrever com detalhes?

Mas acima de tudo, e mesmo porque alguns desses motivos podem, algum dia nos faltar, devemos amar a Deus por Ele ser Senhor de nossas vidas.






Do Livro Parábola  de Marion Vaz

É proibido a reprodução do texto sem autorização da autora.

sábado, 16 de outubro de 2010

Um rosto na multidão

Jesus caminhava em direção a casa de Jairo e uma multidão o cercava. De longe se via uma mulher caminhando com dificuldade, sofrendo, mas tentando passar a frente dos demais. Ela queria chegar mais perto. Precisava chegar. Precisava tocá-lo, poderia ser apenas em suas vestes. Pensava. Mas havia outras pessoas que queriam ficar ao lado de Jesus e empurravam-na para trás. E a mulher quase sem forças recomeçava a caminhar.

À medida que Jesus andava aumentava o número de curiosos. Alguns queriam apenas vê-lo e a distância entre a mulher e Jesus parecia aumentar a cada passo. Dentre tantas pessoas havia os curiosos e os críticos. Mas muitos estavam aflitos por causa de algum problema ou enfermidade e criam que só Jesus podia libertá-los.

E havia aquela mulher enferma, esvaindo em sangue, desenganada pelos médicos que desesperada esticava os braços e os dedos das mãos. Em sua mente um só pensamento: Preciso tocá-lo!

Mas Jesus não parecia ter visto a pobre mulher, nem tão pouco ter ouvido seus gemidos. À medida que caminhava aumentava a distância entre eles. Com lágrimas nos olhos a mulher pensou até em desistir. Não tinha mais forças para seguir em frente.

Até que um novo pensamento a impulsionou a vencer os obstáculos: “Se tão somente tocar em suas vestes, mesmo que seja na orla de sua roupa, sararei!” (Mc 5.28). Empurrando os outros, pedindo passagem, ela abriu caminho no meio da multidão e conseguiu chegar perto de Jesus. Não precisava agarrá-lo, apenas tocar!

Num grande esforço esticou os braços por uma pequena brecha entre uma pessoa e outra, a ponta de seus dedos toca na roupa de Jesus e o milagre acontece. Ela para de caminhar. Jesus segue em frente e a multidão atrás. De repente Jesus também para. Os discípulos ficam perplexos com sua pergunta: Quem me tocou? Argumentam que não sabem. O círculo de pessoas em volta de Jesus se abre e o Mestre procura um rosto na multidão. Quem me tocou? Insiste. "De mim saiu virtude, eu senti".

A mulher chega mais perto, sem acreditar que agora estava tão perto de Jesus! Podia ver seu rosto, seu olhar... Mas de cabeça baixa responde baixinho: Fui eu Senhor. Fui eu quem te tocou. Jesus olha com carinho e chama-a de filha. Ele confirma a cura sobre sua vida. A mulher agradece e chora e sorri. Há um explosão de louvores a Deus.

Jesus podia ter parado antes ou podia ter ido até a pobre mulher, mas não o fez. Esperou pacientemente até que ela conseguisse chegar perto dele. Perto o bastante para ser abençoada.

Mas eu convido você a olhar a sua volta e procurar um rosto na multidão. Abra caminho e ajude alguém chegar mais perto de Jesus. Há muitos que vencem as barreiras, que correm desesperados em busca de uma solução.


Mas há outros que ficam para trás.


Marion Vaz

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Os propósitos de Deus

Existe uma tendência humana em questionar Deus quanto a sua Onisciência e Onipotência em decorrência das freqüentes aflições que passamos em nossas vidas. Com “por quês?” ou “até quando?” entramos na presença de Deus indagando-o. Alguns chegam a recriminar o Senhor por causa do seu silêncio.

O que precisamos entender é que embora tudo pareça desconexo, Deus está no controle de todas as coisas. E se não há uma resposta imediata, certamente a culpa não é de Deus e sim do próprio homem.

Podemos observar uma história semelhante quando Israel passou por muitas aflições nas mãos dos egípcios. Deus tinha propósitos a realizar com os dois povos: Libertar Israel do jugo egípcio e manifestar-se como “Eu Sou” a fim de humilhar Faraó por causa de sua prepotência.


A história bíblica conta como Deus operou na vida de José, filho de Jacó, tornando-o governador do Egito. Num período em que uma grande fome assolava a terra, José apressou-se em trazer o pai e seus irmãos para o Egito a fim de preserva-lhes a vida. Aquele lugar serviria apenas como um refúgio num momento de crise, como aconteceu com Abraão.

No entanto, com o passar dos anos José e seus irmãos faleceram e o povo, como era de se esperar, se acomodou aquele lugar satisfeitos com a vida em Gósen. Os propósitos de Deus foram esquecidos, as promessas feitas a Abraão de uma terra prometida podiam virar uma lenda.

O crescimento demográfico de Israel, a troca de dinastia, os sentimentos estremecidos dos egípcios em relação aos hebreus que, temiam que Gósen pudesse se tornar uma via de entrada para conquistadores estrangeiros deu origem a idéia de transformar um povo de pastores em escravos. Quatrocentos e trinta anos marcaram um período de angústia para o povo de Deus (Êxodo 1)

Observamos no texto bíblico a tentativa de exterminar os hebreus com a morte dos recém-nascidos do sexo masculino. Na esperança de que, com o passar dos anos, as jovens hebréias se casassem com egípcios e perdessem sua identidade, Faraó ordenou a morte de inocentes. O que não seria de todo impossível, pelo modo como o povo estava tão fascinado com o Egito e suas iguarias, a ponto de murmurarem no deserto com saudades da fartura e desejassem-no mais do que a tal terra prometida (Ex 16.3; Nm 11.4,5,18).

Essa idéia de exterminar o povo de Israel seria igualmente imitada mais tarde, por outros líderes militares. A frase: “Vamos varrer Israel do mapa” constantemente pronunciada pelo presidente do Irã é um exemplo disso. Israel tem que lutar constantemente pela sobrevivência de seus costumes e tradições e por uma posição geográfica.

Outro fator que contribuiu para tal opressão foi a idolatria. O Egito com sua religião panteísta corrompeu o coração dos descendentes de Jacó e alguns se esqueceram do Deus de Abraão. Tais práticas estavam tão arraigadas que foram manifestadas no deserto do Sinai no episódio do bezerro de ouro.

Enquanto Moisés recebia os Dez Mandamentos, Arão foi induzido a fazer um bezerro que foi honrado e adorado (Ex 32.1-6). Provavelmente o bezerro tinha as características do deus Ápia e atribuíram a ele a glória pela saída do povo do Egito. Foi uma demonstração notória de instabilidade espiritual.

Em consequência desse pecado, Israel foi duramente castigado por Deus. Houve arrependimento. O que virou uma constante na trajetória desse povo: pecar, ser castigado para se arrepender. Mas também encontramos a misericórdia de Deus para com o seu povo e a resposta as suas petições. No deserto Deus provou o seu povo, mas esteve com ele, sustentando e suprindo todas as suas necessidades.

As 10 pragas que assolaram o Egito, a passagem pelo Mar Vermelho e os feitos de Moisés seriam comentados por muitas decadas e serviriam para causar espanto em muitos povos.



O silêncio de Deus em outras tantas e importantes etapas da trajetória do povo de Israel, pode ser notado com mais nitidez no Holocausto quando seis milhões de judeus foram mortos em Campos de Concentração. Não sei se por providência divina ou considerando os direitos desse povo tão discriminado, poucos anos depois do fim da Segunda Grande Guerra nasceu o Estado de Israel.

Voltando ao assunto que deu origem a este artigo e na esperança de responder os porquês aos inquiridores de Deus, declaramos que sem dúvida nenhuma, Deus continua no controle de todas as coisas.

Sendo assim permita que ele continue também no controle de sua vida, embora que não seja possível medir o “até quando?”, confie nos perfeitos propósitos de Deus.

Marion Vaz

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Que queres que eu te faça?

Esta pergunta feita por Jesus ao cego Bartimeu, parece não ter causado espanto aquele pobre homem, que de prontidão respondeu: "Que eu veja!" (Lucas 18). Seus gritos de socorro foram ouvidos quando Jesus estava a caminho da cidade de Jericó. Mesmo sendo repreendico por diversas pessoas para que se calasse, Bartimeu gritou bem alto: "Jesus Filho de Davi, tem misericórdia de mim!"

A história bíblica conta que o pobre homem vivia a mendigar a beira de uma estrada. Cego, sujo, maltrapilho e esquecido pela sociedade da época, Bartimeu foi condenado a passar anos de sua vida miserável sem qualquer perspectiva de melhorar ou reverter aquela situação.

Na sociedade hodierna encontramos pessoas vivenciando os mesmos dramas. Algumas delas realmente vivendo nas ruas, suplicando a ajuda dos trausentes. Mas existem pessoas que por causa de algum problema, doença, dificuldade financeira ou espiritual acabam se acomodando com determinadas situações.

Estão vivendo a vida que os outros querem, não podem gritar, não podem sonhar, não exigem reparações. Pessoas que choram e não são consoladas. Pessoas que já se conformaram com sua desgraça.



Bartimeu poderia continuar naquela situação até o fim de seus dias. Poderia ficar no anonimato, invisível! Mas uma atitude, que alguns consideram atitude de fé ou se podemos ser mais realista eu diria uma atitude de desespero, mudou o curso de sua vida.




Analisando o texto bíblico podemos pensar que o cego já devia ter ouvido falar desse Jesus, de seus milagres, de sua compaixão. A maneira como se referiu a Jesus demonstra reverência. Reconhecendo a autoridade Daquele que podia operar um milagre em sua vida, só restava uma coisa a fazer: Gritar! Pedir socorro e expor sua aflição, seu desespero, seu desejo. E Bartimeu reuniu todas as suas forças e pensou: Se ele me ouvir, virá em meu socorro! Então gritou: Jesus, Filho de Davi tem misericórdia de mim!

O mal que assola a humanidade é a descrença. Não cremos em mais nada! Não acreditamos nas pessoas, nas promessas que nos fazem! E muitos não acreditam em seus próprios sonhos! Nos calamos quando somos repreendidos, não temos coragem de expor nossa opinião ou de exigir nossos direitos. Absorvermos cada informação, cada crítica e ainda damos razões a outrem. e os anos passam. Toda sorte de injustiça nos é imposta e com um agravante: que nos calemos!

Mas Bartimeu gritou e gritou alto. Alguns diziam: Ele não te ouvirá! Cale-se mendigo! Quem és para que ele te ouça e te responda? Mas o cego não dava ouvidos, não se deixou convencer e gritava constantemente a ponto de incomodar as pessoas a sua volta: "...Tem misericórdia de mim!"



Jesus parou sua caminhada e mandou chamar o tal cego e perguntou: "Que queres que eu te faça? Que eu veja!" Respondeu o homem. Com uma naturalidade que até hoje me surpreende, Jesus respondeu: "Então vê!"



A névoa que encobria seus olhos se dissipou e aos poucos as imagens foram ficando cada vez mais nítidas, as cores, pessoas, animais, objetos.


Talvez o rosto de Jesus tenha sido a primeira imagem que ele contemplou. Imagino que uma alegria indescritível tomou conta de Bartimeu. Quantas mudanças ocorreriam em sua vida a partir daquele momento?




É preciso acreditar! É preciso lutar! É preciso sonhar!

Mas desta vez foi preciso gritar!

Marion Vaz