É da maior importância compreender o verdadeiro caráter e o objeto da lei moral, como nos é apresentada no livro de Êxodo 20. Existe uma tendência do homem para confundir os princípios da Lei com a os da Graça, de sorte que nem a lei nem a graça podem ser perfeitamente compreendidas. A Lei é despojada da sua austera e inflexível majestade, e a Graça é privada de todos os seus atrativos divinos.
As santas exigências de Deus ficam sem resposta, e as profundas e múltiplas necessidades do pecador permanecem insolúveis pelo sistema anômalo criado por aqueles que tentam confundir a lei com a graça. Com efeito, nunca podem confundir-se, visto que é tão distinto quanto o podem ser duas coisas. A lei mostra-nos o que o homem deveria ser; enquanto que a graça demonstra o que Deus é. Como poderão, pois, ser unidas num mesmo sistema? Como poderia o pecador ser salvo por meio de um sistema formado em parte pela lei e em parte pela graça? Impossível: ele tem de ser salvo por uma ou por outra.
Jesus Cristo e a Lei de Moisés
É interessante observar que Jesus posicionou-se claramente a favor do código legal mosaico, pois disse:
“Não penseis que vim revogar a Lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir” (Mt 5.17).
Entretanto, Ele rejeitou com veemência as ordenanças humanas e as obrigações impostas apenas pela tradição judaica (compiladas, posteriormente, no Talmude), afirmando:
“Negligenciando o Mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens. E disse-lhes ainda: Jeitosamente rejeitais o preceito de Deus para guardardes a vossa própria tradição. Pois Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe seja punido de morte. Vós, porém, dizeis: Se um homem disser a seu pai ou a sua mãe: Aquilo que podereis aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta para o Senhor, então, o dispensais de fazer qualquer coisa em favor de seu pai ou de sua mãe, invalidando a palavra de Deus pela vossa própria tradição, que vós mesmos transmitistes; e fazeis muitas outras coisas semelhantes” (Mc 7.8-13).
Jesus defendeu firmemente a Palavra de Deus. Ele considerava o Pentateuco como realmente escrito por Moisés, inspirado por Deus e normativo para Sua própria vida e Seu ministério, pois afirmou: “Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um yod ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus” (Mt 5.18-19).
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