A Dedicação
Trabalhar na obra de Deus requer dedicação. Na carta do apóstolo Paulo aos crentes de colossos, podemos observar um valioso ensinamento para todo aquele que deseja seguir esse caminho. Aconselhado a Arquipo, o apostolo diz: ”atenta para o ministério que recebeste no senhor” (4.17). Era costume de Paulo terminar suas epístolas saudando vários irmãos.
Nesta saudação fazia questão de exaltar as qualidades, o trabalho, a dedicação de seus companheiros, ou simplesmente para chamar alguém de irmão (Rm 16.23).
Nesta saudação fazia questão de exaltar as qualidades, o trabalho, a dedicação de seus companheiros, ou simplesmente para chamar alguém de irmão (Rm 16.23).
Arquipo era seu cooperador e mantinha uma igreja em sua casa (Fm 2).
Nesta pequena saudação podemos aprender três grandes lições espirituais. Primeiro Paulo chama a atenção do amigo Arquipo para o fato dele ter recebido um ministério: ”atenta para o ministério que recebeste”.
Ao receber Jesus como salvador, o crente recebe o Espírito Santo, que continuará o trabalho de transformação espiritual (Jo 16.13). Como o batismo no Espírito Santo vem os dons espirituais para auxiliar nos talentos e nos ministérios (1 cor. 12). Como na parábola dos talentos ministrada por Jesus (Mt 25.14), os dons precisam ser trabalhados, cuidados e até multiplicados. Não podem ficar esquecidos ou abandonados.
A segunda preocupação de Paulo está no fato do amigo e do próprio crente, ter consciência que este ministério, seja ele qual for, foi recebido da parte de Deus. Não foi uma indicação puramente humana ou por mérito próprio. Você foi escolhido pelo Senhor para um trabalho específico. Como o próprio Jesus ensina aos discípulos: “não me escolheste vós a mim, mas eu vos escolhi e vos nomeei, para que vades e deis fruto...” (Jo 15.16).
A terceira lição espiritual está no final do versículo “para que o cumpra”. Na parábola dos talentos, há uma preocupação daquele Senhor em distribuir talentos aos seus servos e depois pedir conta a cada um. Observe que o servo que recebeu cinco talentos granjeou mais cinco. O que recebeu dois talentos granjeou mais dois. Mas o que recebeu apenas um, enterrou o talento. Ao ser interrogado do porque, ele deu uma desculpa: o medo. Que decepção para aquele senhor!
Em resumo, deve haver uma dedicação de cada servo de Deus, em administrar bem, os talentos, os dons recebidos. A dedicação na obra de Deus é equivalente à adoração. Quanto maior o amor que sentimos em relação a Deus, maior dedicação, maior o desejo de agradá-Lo.
A Unção
A história de Davi como rei de Israel, começa a partir da unção feita pelo profeta Samuel (1 Sm 16.13). Davi era o menor da casa de seu pai, era designado a tomar conta do rebanho da família. Sua função era alimentar as ovelhas guiá-las e protege-las dos predadores.
Ao receber a ordem divina, o profeta segue em direção a residência do jovem. Jessé faz seus filhos passarem diante de Samuel, todos formosos e corajosos. O profeta via o exterior e Deus buscava um homem segundo o seu coração, segundo os seus propósitos – Davi. Inúmeras dificuldades esperavam o futuro rei de Israel. Davi foi ameaçado, abandonado, perseguido, anos de sofrimento antecederiam o trono.
Ao folhearmos a Bíblia vamos encontrar relatos de homens que granjearam o favor divino através da obediência, da coragem, da dedicação e da unção de Deus. A unção é a confirmação da benção de Deus. É a certeza da presença do seu Deus em todos os momentos e circunstâncias.
Ao instituir o sacerdócio, Moisés consagra Arão e seus filhos e derrama sobre eles o óleo da unção. No salmo 133, esse óleo é chamado de “óleo precioso”. A unção confirma o chamado e dá autoridade perante o povo.
A unção também é símbolo de santidade e purificação (Lv 8.12), de proteção (Sl 105.15), e principalmente para o trabalho (Is 61.1). Por isto escolhi a história de Neemias. Esse homem deu-nos um grande exemplo de amor à pátria e dedicação. Vamos segui-lo?
Caminhos de Neemias
Miséria e desprezo foram palavras que fizeram Neemias chorar. Este era o estado em que viviam os judeus em Israel, durante o cativeiro. Embora ele estivesse numa boa posição, tendo em vista as circunstâncias, Neemias se angustiou ao saber do terrível estado de abandono de Jerusalém: Os muros rachados, e as poucas pessoas que restaram, desfaleciam de fome e pobreza. Então lhe caiu o semblante e começou uma campanha de oração e jejum. Sua angustia era tão intensa que não passou despercebida pelo rei.
Neemias propôs em seu coração fazer alguma coisa para mudar aquela situação. Trabalho pesado, que exigiria dele competência, capacidade de liderança e confiança em Deus. Com a autorização do Rei, saiu em direção a Jerusalém para edificar os muros da cidade Santa e tirara-lhe o opróbrio.
O caminho de Neemias é o da estratégia e o da consciência de estar realizando uma grande obra (Ne 6.3).
Ele não se deixou levar pelo medo ou pela interferência de Tobias. O resultado espiritual foi o arrependimento e a confissão de seus pecados do povo (cap. 9.2-3).
Ele não se deixou levar pelo medo ou pela interferência de Tobias. O resultado espiritual foi o arrependimento e a confissão de seus pecados do povo (cap. 9.2-3).
Você vai concordar comigo que o Senhor precisa de crentes que chorem a miséria espiritual, que orem pelas almas perdidas e que manifestem o desejo de ver aqueles que vivem em completo abandono, serem abençoados.
No Caminho de Damasco
“... Eu sou Jesus, a quem tu persegues.
Duro é para ti recalcitrar contra os agulhões.”
Atos 9.5
A história de Saulo de Tarso é relatada em Atos 9. Fariseu convicto em defender suas raízes, suas tradições. A ponto de combater os cristãos - que até então eram considerados uma seita dos nazarenos - e a muitos encerrou nas prisões (8.3), consentiu na morte de Estevão (8.1), e queria a todo custo exterminar os seguidores de Cristo (9.1).
Mas esta historia de perseguição tinha dia e hora para acabar. Deus tinha outros planos para sua vida: ele se tornaria o maior defensor da causa de Cristo. Foi numa estrada a caminho de Damasco que seus planos foram mudados. Uma grande luz o cercou e uma voz o indagou. Saulo caiu por terra e reconheceu a supremacia do que falava frente a frente com ele (vs 4-6).
A partir daquela visão, o perseguidor passou a ser perseguido. Seu nome mudou para Paulo e deu início a um novo caminho. Caminho de muito trabalho e através dele o Cristianismo passou a tomar forma. Em suas epístolas, as doutrinas e revelações fortaleciam as igrejas que fundava. Enfrentou dificuldades tremendas em prol do Evangelho. Algumas delas foram descritas em 2 cor 11.23-28: prisões, açoites, perigos, frio, nudez, fome, naufrágios.
O caminho deixado por ele é o da consciência das necessidades e da carência espiritual do mundo ao seu redor. Será que você tem ouvido este clamor? Caminho de quem assumiu o compromisso com Deus. Ao término de todo o percurso, poderia dizer: “combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2 Tm 4.7). Infelizmente existem aqueles que param no meio do caminho, desfalecidos. Não acabam a carreira e nem guardam a fé. Mas nós vamos seguir em frente. Você está preparado para conhecer nosso próximo passo?
Caminho de João Batista
“ E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor teu Deus”
Lucas 1.16
O caminho deste homem começa na gestação. Seus pais eram justos e andavam nos mandamentos e preceitos da Lei. O historiador Lucas faz questão de registrar que já no ventre de sua mãe, João seria cheio do Espírito Santo (vs 15) e que a mão do Senhor estava sobre ele (vs 66) para crescer robusto e forte em Espírito (vs 80). Todas essas coisas foram possíveis porque seus pais tinham um compromisso de fidelidade com Deus.
O trabalho de João Batista consistia em preparar o caminho do Senhor. Como precursor de Jesus, pregava o batismo do arrependimento, convertendo corações e deixando-os propensos a mensagem do Evangelho que Jesus traria. Trabalho árduo, espinhoso, suas palavras seriam enérgicas e não agradariam a alguns. Mas eram palavras de conhecimento, de salvação. Palavras que iluminavam “os que estavam assentados em trevas e a sombra da morte” (vs79).
Os sofrimentos no cárcere e a terrível morte, não apagariam sua mensagem e seus seguidores quando recrutado pelo Senhor Jesus, logo se tornariam seus discípulos. Era o cumprimento de suas próprias palavras: “ É necessário que ele cresça e eu diminua”
( Jo 3.30). João Batista saiu do cenário bíblico para que os homens entendessem que Jesus era o Cristo que havia de vir ( Jo 1.29,38,34). Mas entra para historia, pela grandeza de seu trabalho, em favor da causa do Mestre.
Imagino que agora você está pronto para trabalhar. Foi convocado, ungido, recebeu dons e talentos pessoais e espirituais e tem consciência das necessidades do mundo que o rodeia. Você está pronto para ouvir as palavras de Jesus:
“... e ser-me-eis testemunhas, tanto em
Jerusalém, como em toda Judéia e Samaria e
até aos confins da terra.”
Atos 1.8
Texto extraído do livro Razões de uma Caminhada de Marion Vaz
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