segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Opinião: “Os sãos não precisam de médicos”

Depois de ler diversas críticas aos cantores evangélicos que fizeram um contrato com a Rede Globo, pensei em dar a minha opinião sobre o assunto. Como todo bom brasileiro também assisti ao Festival Promessas pela televisão e fiquei surpreso com a quantidade de pessoas que foram ao evento no Aterro do Flamengo no Rio de Janeiro.

No dia seguinte as páginas dos blogs e das Redes Sociais estavam lotadas de comentários, uns a favor e muitos contra. Interessante a linha de pensamento que rege a crença das pessoas e que se por um lado serve para definir a religiosidade, por outro lado, reivindica pra si uma “santidade” acima de qualquer comentário.

Pensei com os “meus botões” na quantidade de vezes que ouvi pregações que, com base em textos do Novo Testamento, criticavam as atitudes dos escribas e fariseus que falavam a respeito de Jesus por ele comer, conviver e falar com pessoas consideradas “publicanos e pecadores” (Mc 2.17).  Aos quais, Jesus, comparando as duas classes de pessoas que estavam ali, respondeu sabiamente com a seguinte frase: “os sãos não necessitam de médicos, mas sim os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento” (Mc 2.18; Mt 9.13).


Nas Escrituras Sagradas vamos encontrar uma série de personagens que, devido às circunstâncias, conviveram e trabalharam num ambiente completamente oposto a sua fé: José no Egito (Gn 41.39-40); Neemias era copeiro do rei (Ne 2.1); Hananias, Misael e Azarias receberam cargos importantes (Dn 3.30) E o próprio Daniel que passou por vários impérios (Dn 6.1); Ester foi a rainha de Assuero (Et 2.17) e muitos outros, cujas histórias se entrelaça com atitudes de fé, perseverança e santidade diante de Deus.


Voltando ao nosso século, é de conhecimento de todos que a religião cristã no Brasil tem alcançado inúmeras vidas e devido à difusão através da internet, jornais e televisão, a quantidade é desproporcional a qualidade em questões de santidade e temor a Deus. É notório que qualquer cantor não excita um só minuto antes de “contratar” os serviços da Igreja na qual irá “louvar” para a venda antecipada de CDs! O que acontece também no caso de pregadores e palestrantes que vendem apostilas, livros ou DVDs! E é também do nosso conhecimento que a pirataria diminui de forma constrangedora as vendas do produto dos nossos queridos irmãos. Então surge a Globo com essa novidade e abre suas portas para o “Ide”!

Antes que alguém me “crucifique” por causa dessa linha de raciocínio, devo informar que não estou alheia ao fato de que “marketing” é tudo e que alcançar esse novo público vai gerar receitas e audiência para a telhinha coloridíssima da Globo! E daí?  Toda essa confusão só porque é aqui no Brasil! Imagine esses “crentes críticos” com mentalidade estagnada tendo se adaptar num outro país e conviver com outros crentes?

Somos tão críticos quando se trata dos outros, não é mesmo? Deve ser por isso que muitos crentes deixam de ser abençoados! Porque vivem questionando a forma como Deus trabalha para abençoar alguém! Sabem-se lá quantas vidas serão salvas?

E você aí, confortavelmente sentado na frente do seu computador, escrevendo críticas e “esbofeteando” os cantores evangélicos, enquanto existem milhares de pessoas as quais a sua própria voz nunca vai alcançar! Ops! Agora eu peguei pesado?!

Mas críticas a parte, mesmo porque salvação é individual e cada um vai dar conta de si a Deus, aos nossos cantores que agora fazem parte dessa mais nova “porta” para a divulgação da mensagem de Cristo, deixo um convite: espelhem-se nos exemplos bíblicos acima citados e cumpram a “carreira que está proposta” para que, quando a “fornalha for aquecida 7 vezes mais” (E já se pode ver isso nas críticas que agora recebem nas redes sociais e blogs) o “quarto homem” esteja presente e o nome do Senhor seja glorificado.

Interessante mesmo é o poder da palavra falada/escrita, que segundo um autor anônimo não volta atrás. Imagine se a Globo Livros resolvesse ampliar o grupo editorial para publicar ou até dar uma chance aos autores cristãos? Muitos “críticos” teriam uma nova linha de pensamento só para fazer parte do projeto!

Mesmo àqueles que (a um custo elevado) já têm livros publicados por conta própria cujas “pequenas empresas editoriais” desejassem crescer, será que também não mediriam esforços para ter uma parceria com uma empresa de grande porte? Duvido que não! Mas infelizmente a hipocrisia reina, então temos esse “massacre” com direito a imagens e tudo! 

Se de tudo o que escrevi salvar-se uma alma, já me sinto recompensada. Mas fica aí a dica para a Globo Livros investir nos autores cristãos, já que Editoras evangélicas já tem sua linha editorial bem definida e seleta.


Marion Vaz


 “Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.”  Autor Anônimo


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