É notório que Ele se revela através das obras da
criação como o Universo, a Natureza e o próprio homem. Basta olhar a imensidão
de um céu estrelado numa noite, para se ter certeza que existe um ser superior
que criou todas as coisas.
Mas esse mesmo D-us, eterno, criador, onisciente,
onipresente e onipotente também se revela a nós, pequenos e insignificantes
mortais. E às vezes, de forma tão real que ficamos assombrados.
O artigo de hoje fala sobre essa manifestação do Ser
Supremo aos homens que fizeram da história bíblica um caminho firme e
sustentável de fé. Exemplo esse que atravessou os séculos e chegou até nós.
Diante da grandiosidade da história de alguns desses
homens compreendemos como é fácil e indispensável vivermos hoje, conscientes não
só da existência de D-us como também vivenciarmos uma comunhão maior com Ele.
A comprovação da existência de D-us não era uma
preocupação dos escritores do Antigo Testamento, visto que profetas, reis,
homens simples ou ricos sempre ouviam D-us
falar com eles.
Mas chegou um determinado tempo que D-us resolveu
revelar-se a um homem – Avran (Abrão) e
fazer dele uma grande nação que perpetuaria entre os povos a existência de um
único D-us.
No meio de um mundo pagão o povo hebreu insistia que
somente o seu D-us era poderoso e real. Na diversidade de crenças dos povos da
Antiguidade afirmavam que só havia um único e verdadeiro D-us.
A Abraão o Senhor se manifestou como o Todo
Poderoso, o El Shaddai. Mais tarde, através de Moisés seria conhecido como
Senhor – Adonai.
Ao se comunicar com Avran, as condições impostas
foram estas: “Anda na minha presença e sê perfeito”(Gn 17 1). A relação do patriarca Abraão com D-us tornou-se
um exemplo específico de religiosidade.
Em todas as partes do mundo a Bíblia é proclamada e
explicada como parte integrante da vida espiritual de cada pessoa. Mas eu
pergunto: O que havia de tão especial nesse homem para ser escolhido como pai
de uma grande nação? Observando os textos
bíblicos encontramos a resposta.
O episódio do sacrifício de Isaque transformou-se no
patamar da fé. Avran é mencionado nos livros que compõem a Bíblia como um verdadeiro “herói” da fé. Mas
as características desse patriarca já apareciam desde os primeiros passos dessa
longa caminhada com D-us.
Não me admira o fato do Senhor tê-lo chamado de
amigo (Is 41.8). E numa situação em que
decidiu destruir as cidades de Sodoma e Gomorra, o Criador dos céus e da terra,
resolveu também avisar a Abraão suas intenções.
A história e o diálogo que observamos no texto
mostra claramente um relacionamento íntimo com D-us. Essa experiência também
foi vivenciada por Isaque e por Jacó, com quem o Eterno renovou o Pacto da Aliança e trocou-lhe o nome assim
como fez com Abraão.
Outros personagens bíblicos também mostram tal
comunhão e convivência com D-us. O que nos leva a uma indagação: Por que os
homens de hoje tem tanta dificuldade de falar com D-us? Quais os empecilhos que
atrapalham essa comunhão? Por que não ouvimos mais a voz do Criador? Quantas
pessoas vivem atordoadas em suas vidas quando a resposta está em ouvir o Senhor
e seguir suas diretrizes?
As respostas são diversas e tornaram-se temas de
várias obras literárias quando a solução está no próprio homem e sua (in) ou capacidade
de entender as propostas do Senhor para sua vida.
O Eterno sugeriu a Abraão: “sai da tua terra, do meio da tua parentela
para a terra que te mostrarei...” Uma decisão simples? Não! Uma decisão que
exigia compromisso? Sim! De ambos os lados! Abraão olhou a sua volta, ponderou
tudo o que poderia perder, pensou em tudo o que deixaria para trás e achou que
valia a pena seguir as ordens de um D-us que ele mesmo nem conhecia direito.
Detalhe: e seguir para uma terra estranha!
Você acha mesmo que o homem de hoje é capaz de fazer
tal escolha? Nunca! As palavras de ordem são: Coerência - Segurança econômica e
pessoal – Comodidade – Acessibilidade – Lucro! E receptividade vem muito
depois...
Na verdade o que o D-us de Abraão queria era
cumplicidade! Talvez o leitor tenha
ficado confuso agora. Mesmo porque essa palavra é usada na maioria das vezes de
forma negativa. Ser cúmplice de alguém pode ser algo perigoso. Concorda?
Mas a cumplicidade entre D-us e Abraão foi algo
benéfico para o nosso patriarca. Podemos observar isso naquela conversa sobre a
posse do território em Gn 13.17. Não
percebo qualquer preocupação com os demais povos que ali habitavam. A ordem foi dada “percorre a terra no seu
comprimento e na sua largura, porque a ti a darei”! Avran não contestou. Cumplicidade. Quando os Bney Yaacov chegaram para tomar posse da promessa feita
ao patriarca o território também estava ocupado. Mas o povo de Israel tomou posse
da terra!
E hoje, como está nosso relacionamento com D-us?
Qual o grau de cumplicidade? D-us passou de amigo a um ser distante? Uma incógnita? Inacessível?
Qual a sua preocupação com a vontade Dele para com a
sua vida? Você consegue ouvir D-us falar?
O que falta? Tempo? As
preocupações da vida sufocam a Palavra de D-us no dia a dia?
Poderia continuar citando inúmeras desculpas para
justificar nosso comportamento em relação a D-us. Mas acho que você já
entendeu!
Marion Vaz
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