Sr. Nelsinho criou o Disk Pipoka
Andando pelas ruas no
centro da cidade do Rio de Janeiro há algum tempo atrás, fiquei surpresa com o número de camelôs em cada calçada, cada esquina. Virou uma “febre”. Vende-se de tudo,
embora que na loja em frente tenha o mesmo produto.
Esquivando-se do fato
de que as lojas e magazines tenham que pagar imposto sobre mercadoria, fiquei
atordoada com a quantidade de objetos, bijuterias, roupas, calçados, livros e
tantos outros artigos lotando as barracas. Lado a lado faziam um verdadeiro
paredão em determinadas ruas do centro. Sem falar nos vendedores ambulantes com seus
cachorros quentes, hambúrgueres, água e doces. Na Avenida Rio Branco pude
sentir um cheiro de fritura que parecia me acompanhar.
As pessoas transitavam
confortavelmente no meio daquele alvoroço, como que acostumadas a tudo no seu
dia a dia. Lanchonetes e lojas de refeição também mostravam o entra e sai de
clientes. Por toda parte um bom número de pessoas que naquele vai e vem,
conversavam alegremente com os amigos ou
falavam ao telefone, atravessavam as ruas completamente alheias ao meu
assombramento.
Então, vários camelôs foram redirecionados ao Mercadão, próximo ao metrô da Uruguaiana.
Ali, centenas de pequenas lojas passaram a funcionar e empreendedores de
mercadorias diversas fixaram ponto. Ontem, no entanto, percebi esse
afrouxamento da fiscalização dando margens ao crescimento dessa nova classe de
“serviço” que oferece produtos de todos os tipos, a preços acessíveis
influenciando a população na aquisição de suas
mercadorias.
O calor encorpado no
Rio também trouxe benefícios aos vendedores de água, sucos e refrigerantes que
não se incomodam de entrar nos transportes oferecendo a todos e em pleno sol de
40° vi muitos deles se arriscando nas pistas
da Avenida Brasil.
Esse tipo de empreendedorismo
nos apresenta dois fatores. O primeiro, que o índice de desemprego afeta a
população. Muita gente precisa trabalhar de ambulante para alimentar a família.
Segundo, criou-se um tipo de serviço terceirizado para a classe trabalhista,
diferente daquele que estávamos acostumados a lidar. Onde houver um espaço
aberto, ali vai nascer um camelô. De sol a sol eles estão marcando presença no
Rio e Grande Rio, nas ruas da cidade, nos bairros, nas estradas. E vendem de
tudo, sem constrangimento. E não podemos negar a sua utilidade.
Outro fator importante
diz respeito à empregabilidade, ou seja, tornar-se empregável. O que não é
muito fácil hoje em dia para todas as pessoas. Muita gente é descartada das
vagas de emprego por causa da idade, escolaridade e outras informalidades na hora
das entrevistas. É notório que algumas mudanças profissionais aconteceram por
conta do indivíduo. Mas no geral, trabalhar como autônomo tornou-se uma opção viável.
Conheça no link abaixo:
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Os ambulantes do Guia Carioca de Gastronomia de rua do RJ
Marion Vaz
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