O
título parece bem apropriado para o nosso artigo de hoje. Ao fazer minha caminhada esta
manhã notei que as ruas estavam repletas de folhas de árvores. As folhas secam e se desprendem dos galhos e vão
caindo aonde o vento da tarde, ou a brisa da manhã as levam. Interessante notar
esta renovação praticamente com data marcada no nosso calendário.
Mudanças
são comuns em todas as áreas da vida do ser humano. Crianças tornam-se
adolescentes, que se tornam jovens e adultos em idosos. Em cada fase desse
crescimento intelectual e corporal há uma renovação de pensamento. Como diz um
texto sagrado: “As coisas velhas (antigas) já passaram e tudo se fez novo”. No
texto em questão, o apóstolo se refere às mudanças espirituais.
Aqui,
faço referência ao nosso dia a dia. Não que necessariamente, as coisas “velhas”
sejam inúteis, descartáveis, sem valor. Pois
cada acontecimento tem a sua importância. Mas, concordo que em cada etapa do
nosso amadurecimento deixamos para trás alguns hábitos, sentimentos, atividades
e também algumas queixas. São as nossas folhas secas dando espaço para as
folhas verdes da estação. Ao crescermos, assumimos uma nova mentalidade, uma
nova direção, agregamos amigos e alguns hábitos perdem sua funcionalidade para
outros.
Nada
disso é novidade diante do progresso, dos avanços tecnológicos, das
estatísticas, das mudanças socioeconômicas e da constante busca pelo bem estar.
Parece uma Guerra que não tem fim. Uma batalha interna, pessoal, desumana e
desenfreada por algo melhor e mais agradável aos olhos.
As
folhas secas, vão se amontoando nas calçadas, nas ruas, dentro dos quintais,
atolam bueiros e redes fluviais subterrâneas. Mas o homem não está preocupado.
Ele precisa dessa renovação, dessa autoafirmação, precisa alimentar sua
autoestima. Que se danem as folhas secas! As verdinhas é que são lindas, que
dão aquela aparência de belo, glorioso!
Quando
as mudanças ocorrem tão bruscamente, perdem-se valores. Somos tão egoístas que
não nos damos ao prazer de sentir o vento no rosto, o passar do tempo, as
simplicidades, a beleza das cores, a singeleza da flor. Arrancamos com
violência a infância de nossos filhos, porque não queremos perder tempo em
vê-los crescer. Enchemos nossos adolescentes de tecnologia para que eles percam
os cinco sentidos da vida. Os jovens ficam alucinados em obter uma bolsa na
faculdade para poderem se formar. Não porque precisam de instrução, mas por que
há um mercado de trabalho muito exigente. Moças tornam-se mães sem tempo para
dar aos filhos. Crianças que mal sentem o toque das mãos em seus cabelos, em
seus rostos. Adultos que jogam sobre os filhos toda a sua frustração. Este é o mundo
em que vivemos hoje, concorrido, evoluído e cheio de folhas secando ao chão.
Marion
Vaz
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