Kineret - Mar da Galileia
Esta é uma das passagens bíblicas mais
comentadas. O poder de Deus e sua autoridade sobre as forças da Natureza,
principalmente em relação a nossa limitação humana, aparecem até mesmo nos
filmes de Hollywood e produtores famosos como Steven Spielberg. Enfim, mas lá
na Galileia (Mt 14.22-33), quando os discípulos lutavam para controlar a
embarcação, de repente viram algo andando sobre as águas. Alguém gritou dizendo
que era um fantasma, porque provavelmente nunca tinham visto algo
parecido.
Na quarta vigília da noite, que
comentaristas e teólogos afirmam ser entre três horas da madrugada e o amanhecer, os
discípulos lutavam contra a força do vento. O Mestre, olhando de longe decidiu
ir ao encontro deles e ouvindo os gritos de medo confortou-os afirmando que era
Ele mesmo que andava sobre as águas. Pedro queria ter sua própria experiência e
pediu permissão para ir até ele. Uma lição espiritual tremenda nessa parte do
versículo – Pedro deixa um lugar aparentemente seguro para seguir até Jesus
andando sobre as águas do mar!
Mas nós... Que estamos tão obcecados pela
ideia de segurança, controle, estabilidade, que a nossa geração não se dispõe a
sair da “zona de conforto” nem mesmo para estar mais perto de Deus, parece algo ilógico!. Existe mesmo essa
diferença em relação às gerações
anteriores que saiam pelo mundo pregando a Palavra, às vezes sem qualquer tipo
de remuneração. Hoje, para pregar em algum congresso, festividade, a pessoa
exige transporte, estadia em hotel, retorno financeiro e a venda de material
elaborado. Não que isso seja de todo errado, mas olhando tanto para o texto
bíblico quanto para o passado, podemos afirmar que essa nova maneira de exercer
a fé está cada vez mais “fácil”.
Mas voltando ao texto, Pedro toma uma decisão arriscada. Andar sobre as
águas não era para qualquer um. E ele logo percebeu isso ao sentir o vento
forte no rosto, então teve medo e começou a afundar. Mas observe que ao pedir
permissão, Jesus responde: Vem (vs 29). Não houve da parte do Mestre qualquer
empecilho ao pedido de Pedro. O texto nos oferece outra lição espiritual: Deus
não limita nossas atitudes quando se trata de maior relacionamento com Ele. Os
demais discípulos que estavam no barco
poderiam achar que Pedro se precipitou, que sua atitude foi
inconsequente. Mas ele queria estar mais perto de Jesus naquele momento de
turbulência.
No mundo de hoje, todos querem ter experiências profundas com Deus, maior comunhão, fortalecer a fé... Mas quantos de nós tem se arriscado como Pedro
fez? Queremos que o Senhor venha ao
nosso encontro, clamamos por respostas, por intervenção divina, parece que
estamos no barco junto com os demais discípulos esperando que Jesus se aproxime
de nós.
Passeio de barco no Mar da Galileia
Com esse comentário não estou dizendo
que você deva se desfazer de algum bem material, dar ofertas acima da sua
capacidade financeira ou fazer “promessas de tolo” para se aproximar mais de
Deus. Muita gente se deixa iludir por pregações, depoimentos de pessoas e outros
tipos de manipulação e acaba ofertando mais do que pode. Não. O texto também
não quer induzir o leitor a se aventurar a andar (literalmente) no mar.
Esta aproximação de Deus pode ser através
da oração e da leitura da Palavra. Maior comunhão e relacionamento profundo com
o Senhor é algo que tem que ser trabalhado nos corações, no dia a dia, com fé e
disposição de servir a Deus.
Yigal Allon Museum - Galil
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