Existe um sentido para
a crença, independentemente se o indivíduo é religioso, simpatizante ou até
mesmo laico. O mundo judaico não absorve a cultura, a fé ou as tradições de
outro povo é isso é notório. Claro que existem as exceções, pessoas que
resolvem não assumir sua religiosidade e passam a pensar e agir de acordo com
aquilo que acreditam ser uma sociedade à parte da religião. E isso acontece em
qualquer país que se permita o livre arbítrio.
Mas em relação ao povo
judaico, a cultura pode marcar seu território e não é incomum detectar isso.
Aconteceu num programa de televisão denominado Casamento à primeira vista, onde
duas pessoas passam por várias entrevistas a fim de encontrar o seu par ideal.
Um grupo de sociólogos resolve unir aqueles que acham que são compatíveis e que
poderão se casar. Nenhum dos pretendentes se conhece, não trocam e-mail, não
veem a foto do outro. Somente na hora do casamento é que podem estar frente a
frente.
No episódio em questão,
após o casamento, vão para a “lua de mel” a fim de conheceram mais um ao outro.
Vários casais estão passando pelo mesmo processo. Só que um rapaz era judeu.
Como a mulher com que ele se casou era cristã católica, e a festividade natalina
estava próxima, ele resolveu comemorar o evento com a sua esposa. Bem... O
rapaz comprou uma árvore de natal e os enfeites e fez uma surpresa para ela.
A moça ficou feliz e
falava sem parar: “Nós temos uma árvore de natal” – ele contestava: “Você tem
uma árvore” – Ela não parecia ouvir e repetiu: “Nós temos enfeites...” Ele
afirmou: Você tem enfeites!”.
Isso me pareceu bem
lógico! Esta consciência judaica enraizada no coração, os preceitos e tradições
que fizeram parte da infância e juventude ainda bem solidificadas na mente e no
dia a dia. Com certeza o casal vai enfrentar novos desafios até mesmo sobre
outros assuntos visto que desejam viver juntos. Mas o rapaz me pareceu bem
determinado quanto a sua crença ao fazer tais declarações.
Marion Vaz.