sábado, 25 de março de 2017

Mulheres em Crise - Sarah

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Certamente esta mulher vivenciou uma crise. Com o coração entristecido por não poder dar a luz a uma criança, Sarah se vê diante das promessas de Deus para com o patriarca Abraão de que ele seria uma grande nação.
Muitos comentaristas da Bíblia, preletores e estudiosos ao se depararem com a história desta mulher, acabam condenando suas atitudes. Mas se olharmos para o contexto social da época temos razões sublimes para aceitar sua maneira de pensar.  Então vamos voltar no tempo?
Imagine uma mulher casada, vivendo como andarilha numa terra estranha (depois que saiu de Ur dos Caldeus para Canaã) vendo todas as suas servas tendo filhos? Passados muitos anos de sua vida, já com idade avançada, sem menstruação, se vê diante de um dilema, uma promessa de que seu marido seria pai...
Com certeza ela riu escondida atrás da porta, ao ouvir estas palavras do anjo. Pense que Sarah não tinha, como Abraão, toda aquela intimidade espiritual com Deus. Ela ainda estava aprendendo a lidar com toda aquela situação, aquele vai e vem, monta e desmonta as tendas (pois a ordem de Deus era para percorrer a terra em sua largura e comprimento), e Abrão se envolvendo em guerras. O marido praticamente mudou de religião! E a mulher ali, tendo que obedecer, respeitando a opinião e o querer do esposo.
Se hoje em dia, já é difícil para uma mulher conciliar o trabalho de casa, com as aptidões espirituais, acompanhar o marido, caso ele se torne obreiro, evangelista ou pastor, em suas atividades na igreja, imagine Sarah, numa época que a mulher não tinha o direito nem de dar opinião como era a conduta dos povos ao redor!
Simples mesmo é olhar para o texto bíblico e tirar nossas próprias conclusões. Não pense que foi fácil para Sarah oferecer Agar como mulher ao marido. Ela devia estar muito angustiada, pressionada, além do que, era um costume da época, um padrão de comportamento. Basta olharmos para a história de Jacó e todos os filhos que teve com as esposas e as servas.
Mas para Sarah seria um “recompensa” saber que o marido teria uma criança nos braços. No contexto da Aliança feita por Deus com o patriarca, não era o ideal. Mas Ismael também foi abençoado por Deus. Mas a promessa da posse da terra era para Abraão e seus descendentes com Sarah, o que se cumpriu em Isaque.
O que me impressiona na história dos patriarcas é, sem dúvida, a mudança dos nomes. Abrão passou a se chamar Abraão e Sarai, Sarah. Da mesma forma que Jacó passou a se chamar Israel como parte do cumprimento da aliança. Ao assumirem esta postura, mesmo com as inúmeras indagações, estavam se posicionando como herdeiros da promessa, da aliança eterna.
Talvez isso nos falte hoje em dia, esse comprometimento. Em parte cremos, em parte queremos “ver para crer”. Concorda? Mas como está escrito em Hebreus 11 eles tomaram posse das promessas pela fé, muito antes de qualquer realização. Viam o “invisível”. E o texto afirma que foi pela fé, que Sarah recebeu a virtude de conceber e dar a luz já fora da idade (Hebreus 11.11). O que nos revela um crescimento espiritual.
Outra crise vivenciada por esta mulher foi no momento em que se viu obrigada a pedir  ao esposo para escolher entre ela e Isaque ou Agar e Ismael. A decisão de despedir a serva com o filho foi sábia, os dois meninos não poderiam herdar juntos a Terra Prometida. E Sarah agiu conforme o seu coração para proteger o filho das implicâncias de Ismael e de futuras complicações.


O que nos leva a pensar se estamos dispostos a arriscar, a nos envolver, a tomar decisões difíceis pelos nossos filhos ou se é mais fácil sermos coniventes com as situações? 

Texto extraído do livro Mulheres em Crise de Marion Vaz

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Túmulo dos patriarcas em Hebrom - Israel

terça-feira, 14 de março de 2017

Não Autorizo

Nos últimos dia choveu no Facebook essa postagem. E não é a primeira vez que isso acontece. De tempos em tempos um número determinado de usuários copia e cola em sua página esse tipo de recado não autorizando a redistribuição de suas publicação, fotos e frases com pena de violação de privacidade. Alguém pode avisar para esses ingênuos que existe um ícone no Face em que você escolhe quem pode ou não visualizar suas postagens? E que esse tipo de recado não tem validade alguma? 

O Facebook é uma rede social, ou seja, um espaço para socialização e não uma rede privada como Email ou Gmail em que tudo é confidencial. O Face é um veículo de entretenimento, de relacionamentos e tudo que você postar, seja para amigos ou público, poderá ser compartilhado! Com ou sem a sua autorização! Mas tem cada postagem que foge ao meu entendimento! É tanto Boa Noite ou Bom dia com direito a carinhas e flores que parece que a pessoa não faz outra coisa na vida! Se vai ali do outro lado do mundo ou na esquina da própria rua tem que postar, tem que compartilhar, anúncios de pequenos negócios, serviços terceirizados, críticas, insatisfação pessoal, DRs, propaganda de Igrejas diversas, e uma infinidade de informação diária que muitas vezes nem tem valor emocional ou espiritual. E aí a pessoa fica torcendo pra sua postagem se transformar num viral!

E aqueles "desavisados da vida" enfeitando a página com os dizeres: "Não autorizo" ou "Autorizo isso e não aquilo". No ano passado inúmeros amigos deletaram outros por pura desinformação. Sinceramente, fala serio! Se você publica algo na Internet fica online e passa a ser público. Se você não quer que ninguém saiba, não se exponha, não publique, não revele via redes sociais! E tem gente que acredita mesmo nestes postes e fala com tanta veemência que convence outras pessoas a fazerem o mesmo. 

Então, pra não perder a piada...

- Não Autorizo! Vou construir uma bolha pra ficar lá dentro sem qualquer contato com o resto do mundo! kkkkkkkk


Marion Vaz



domingo, 12 de março de 2017

Círculo de Confiança

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O Filme Entrando Numa Fria mostra a história de um jovem que se vê muito encrencado no primeiro encontro com a família da noiva. Muitos contratempos marcam as tragédias que ele tem que enfrentar para obter a confiança de Jack, o pai da noiva. O que me chama atenção no decorrer do filme é exatamente esta frase "Círculo de Confiança" que Jack menciona o tempo todo, talvez na intenção de coagir o futuro genro a se "encaixar" no perfil que ele deseja para o futuro marido de sua filha.

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Talvez seja isso mesmo que desejamos das pessoas que estão ao nosso redor, que elas se encaixem ou se adaptem ao modelo de ser humano que queremos ter em nosso Círculo de Confiança. Pessoas sinceras, amigas, que saibam guardar segredos, que nos ajude quando precisarmos. Em resumo, que estejam prontas para rir, passear, brincar, discutir “a fome no mundo” numa conversa casual sem nos condenar por ter uma opinião própria.

Amigos sinceros nem sempre elogiam o tempo todo, podem dizer que sua roupa não combina ou que seu cabelo está horrível, que aquela bolsa verde tem que ser substituída! Mas são pessoas que no final dos prós e contra parecem muito mais com você do que alguns familiares. No Círculo de Confiança, não há lugar para penetras! É um lugar fechado, com sérias restrições e que, na maioria das vezes, as pessoas representam exatamente aquilo que somos e cremos. Amigos de infância, de Colégio, de Faculdade, de trabalho. Amigos verdadeiros que não estão só no Facebook para dar um like numa postagem. Gente que vai te chamar para sair, passear ou para uma conversa de fim de noite.

O oposto disto é aquela pessoa que só tem um amigo ou um parente ou até mesmo o conjugue para dividir sua atenção. Ela não faz contato visual com ninguém, dá bom dia por educação e não faz questão de ter gente por perto a não ser para obter algum lucro. Aquela pessoa que incomoda os outros mesmo que esteja calada. Gente que força a barra, mas que no final das contas a ausência não faz diferença.

Mas o que me fez refletir no assunto é este tipo de gente que quer se manter em volta de outros, mas que não ajuda em nada. Quer estar presente, rir, fazer piada, mas se você pedir algum favor... Pode esquecer! Passa o ano todo e não jeito de obter qualquer tipo de consideração. Ela finge que esqueceu ao invés de dizer logo um NÃO! “Não quero! Para de me incomodar!” Mas prefere sorrir e fingir que está tudo bem. Este tipo de gente não faz parte do meu Círculo de Confiança!

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Você pode sair do Rol de Amigos de alguém por causa de algum problema sério, traição, ciúme exagerado, trapaça, desconforto mútuo. Só tem que saber se vale apena perder uma amizade por causa de algo superficial. A Sociedade atual não se sacrifica por ninguém, nem para dar uma dica de emprego! Percebi que estamos tão envolvidos com os nossos problemas que não sabemos lidar com algumas situações. A mão que se estende para pedir um favor, não é a mesma quando precisa ajudar um parente numa coisa tão simples. Esta desconstrução de família e amigos em inimigos visíveis como no enredo do filme que mencionei no início do artigo, me preocupa. Como no episódio da Última Ceia em que Jesus declara publicamente que o traidor estava perto o bastante para comer do mesmo prato.

O que nos obriga a manter, a cada dia, o nosso Círculo de Confiança mais restrito.



Marion Vaz