quinta-feira, 9 de novembro de 2017

O Elo Partido



Ao contrário do que muita gente pensa é simples romper o elo que liga as pessoas. Se por um lado requer paciência e tempo, por outro ponto de vista pode ser em segundos. Pode ser que com apenas uma frase você coloque uma ideia na cabeça de alguém e aquilo vai se tornando verdade ao longo dos anos. Principalmente se essa pessoa tem certa influência na vida de familiares e amigos. E como a palavra dele é lei, aceita-se como ideal e lógico. foi assim que meu relacionamento terminou antes mesmo de começar. E agora que o elo se partiu não há mais razão para não falar sobre isso.

Parece bom quando se tem um amigo, um confidente, um irmão mais chegado, pra quem podemos contar todos os nossos sentimentos, emoções e sonhos. Parece bom ter aquele ombro amigo que vai estar sempre a disposição quando se precisa. Parece bom mesmo ter alguém que nos dê todas as respostas, que faça escolhas e nos diga sem exitar o que devemos fazer e pensar, seja em questões profissionais, amorosas ou até religiosas. Mas é muito ruim quando essa influência chega ao ponto de determinar com quem você deve ficar ou não. Se a pessoa que se apaixonou por você serve ou se "ela não é para o teu bico"! - Quer apostar? Foi a resposta imediata! Uma brincadeira boba que praticamente determinou o resto de nossas vidas.

E aí começa a história em que você vira um joguete ou o resultado de uma aposta. Tudo bem. Sentimentalismo à parte, o vencedor levou o premio. Mas o relacionamento não durou muito porque a regra geral dizia e repetia, não sei se na mente ou no coração, "ela não é para o teu bico"... Afinal... Quem afirmava era o mentor, aquele que estava ao lado o tempo todo.

Enfim... Pequenas atitudes ao longo dos anos afastaram as pessoas, os filhos, os amigos. Erros foram cometidos e perdeu-se parte da vida por não querer se envolver o suficiente para que a palavra final do mentor prevalecesse. Não que a culpa fosse de uma única pessoa, porque houve outras intervenções  também. E independente das lágrimas, do sentimento de rejeição, dos problemas financeiros e emocionais a outra parte sobreviveu. 

Mas a razão desse texto não se resume em contar uma história triste e sim falar de perdão. Ignorando a opinião das massas, a outra parte tenta se reestruturar, elabora sonhos, sobrevive e se mantem digna de respeito e admiração. Porque a vida passou e um milhão de coisas aconteceram e não há como voltar no tempo, nem para reparar danos ou convencer de que podia ter sido de outro jeito.

A vida é assim, uma corrida louca contra o relógio que insiste em seu tic tac como o ritmo do coração... Coração que num dado momento deixou de bater. Sem aviso. Sem piedade. E o que dói mais além da separação é essa angústia de ter esperado tanto tempo como na história do Titanic. Não ter tido coragem de esclarecer as coisas e você se foi sem aquela conversa franca sobre o que pudesse estar certo ou errado. Talvez lá no fundo do seu coração você já soubesse disso... Talvez tenha me dito isso naquele último sorriso. Mas infelizmente não se retratou... E então as coisas vão continuar como estão...

Mas fica aqui uma palavra de perdão. Mesmo porque talvez a ideia fosse proteger as partes ou quem sabe até fazer disso um elogio... Talvez não fosse enaltecer um e minar a confiança do outro. E como não se pode mudar o passado, seguimos em frente tentando reparar os danos, diminuir a distância, entrelaçar vidas que passaram tantos anos afastadas. Estendendo as mãos a quem precisa e ajudando alguém a se reerguer.

E nesse corre corre em busca da felicidade podemos esquecer uma ofensa e perdoar. Descansa em paz.


Atualizado em 20/11/2017: Acabei de saber que há dois meses atrás você disse pra alguém que eu teria sido a escolha certa. Então vou considerar isso uma retratação. Descansa em paz amigo.

Marion Vaz

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