Tem coisas na vida que parece uma caixinha de surpresa em que você tem que adivinhar se são boas ou ruins. Mas a nossa mente tem essa capacidade de fazer escolhas, de pensar, de opinar, de estabelecer prioridades. O Projeto Josué, Calebe, Paulo, Natanael, são ideias que surgem em determinadas igrejas para justificar o comportamento do crente em relação ao próximo. Assim, se você vestir uma camisa e sair por ai ajudando alguém... Você está dentro!
Não como aquela campanha "Criança Esperança" que arrecada milhões de reais para ajudar os projetos em curso ou implementar outros. Porque aqui ninguem investe dinheiro só trabalho. Caridade à parte, quem sai realmente ganhando? O que está por trás de todos os sorrisos e pedidos de ajuda?
Com base em textos bíblicos as igrejas vem colocando nas ruas em determinados períodos do ano, um grupo de crentes dispostos até a varrer calçadas e limpar as casas dos outros para mostrar o amor ao próximo ou que fazemos parte da Comunidade. Um projeto social, sem dúvida. Um projeto que ajuda muita gente e sensibiliza os necessitados. Mas será que se quer visibilidade com isso?
Talvez isso não conte muito para a massa de classe média baixa que compõe a maior parte dos selecionados, que encara o projeto como um desafio, um trabalho social, um cumprimento do Ide de Jesus. E com certeza tem um retorno tanto no sentido espiritual quanto material, pois existe muita gente carente de uma ajuda braçal.
Mas sinceramente, no último vídeo via redes sociais, achei um discurso desapropriado do organizador do programa desafiar o Prefeito da cidade do Rio de Janeiro, mostrando que tinha deixado sua residência para pintar um muro. Parecia mesmo uma alusão a propaganda política do tipo: "Você não fez então estou fazendo'. Não foi de bom tom a menos que se queria mesmo ter visibilidade nacional, contrariando o discurso de Jesus: "Não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita' (Mt 6.3) - E que isso não sirva de anedota sobre partidos políticos (risos).
Caso venha a acontecer, seremos testemunha de mais bate boca através do Twitter, programas de televisão e vídeos no Youtube. O que também não vai ser nada agradável de se ver. E que na minha humilde opinião descaracteriza o trabalho de "Bom Samaritano".
Rendimentos à parte, fica aqui um aplauso àqueles que prontamente se identificaram com o Projeto e "lançaram mão ao arado". E também uma dica: Não adianta fazer bonito lá fora se dentro da própria casa não se tem compromisso. Então, dê uma boa olhada em volta pra saber no que realmente está investindo.
Marion Vaz
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