sexta-feira, 16 de março de 2018

Divorciada


Image result for alianças quebradas


Todo mundo se casa com aquele sorriso no rosto e a esperança de uma vida à dois repleta de amor e felicidade. Não importa o problema que se tenha que enfrentar, o juramento para uma união eterna é: "Na saúde e na doença, na tristeza e na alegria...". 

De vez em quando a gente se lembra daquele momento mágico em que se apaixonou por alguém e pensou ser ele o príncipe encantado daquele conto de fadas que guardamos na memória. Tudo bem. Acontece com todo mundo. Com o passar do tempo o príncipe vira sapo e donzela um espantalho. A carruagem vira apenas uma abóbora e os fieis escoteiros em ratinhos correndo para todos os lados para bem longe.

O divórcio na verdade, não é nada demais. Apenas um rompimento de contrato e daquele padrão de vida que, dependendo do tempo que se ficou casada, a gente estava acostumada a ter. E pra muita gente é um alívio se livrar do marido ou da esposa, principalmente se já tiver alguém na "pista". 

Embora que hoje em dia seja algo normal e aceitável se divorciar, dependendo é claro de alguns aspectos, na época que eu me divorciei foi um verdadeiro e cruel episódio. A separação aconteceu muito rápido e eu me neguei a acreditar que o meu sonho dourado chegou ao fim. Ficou aquele clima de perda, de culpa, decepção, arrependimento, frustração que aos poucos foi se transformando em raiva. Ainda mais que a outra parte se adaptou rapidamente a nova vida e nova esposa. 

Se você foi criado num padrão religioso sabe que divórcio não faz parte do "plano de salvação". Na verdade fiquei meio perdida mesmo, sem rumo, sem contato com alguns amigos e parentes que literalmente viraram a cara pra mim. Parecia que ser divorciada era como ter uma doença contagiosa. E não pense que estou exagerando não. Manter a vida religiosa então virou um martírio porque as pessoas não aceitavam que se podia ser boa mãe, honesta, religiosa, eficiente no trabalho se a gente fosse uma mulher divorciada.

Mas lá estava eu "divorciada de papel passado" e com três filhas pra criar, desempregada e sem pensão alimentícia afrontando o "Sistema"  todos os domingos.

Mas foi um episódio em particular que me fez cair na real. Depois do período da frustração, passei pelo da raiva e transformei a vida do meu Ex num inferno. Aí me conformei que ele realmente tinha se apaixonado e merecia ser feliz. Parei de brigar pela pensão alimentícia e de pedir pra ele se mais atencioso com as filhas. Afinal, era muito patético ter que exigir de um pai que ele fosse amoroso com as filhas já que ele tinha outra família.

O certo mesmo é o Ex arcar com parte das despesas e ajustar a sua vida para dar mais atenção aos filhos. A nova esposa devia ser mais coerente e mais receptiva nesse tipo de situação. Mas na maioria das vezes, o casal se separa e quem constituiu uma nova família se esquece da anterior.

Quando me dei conta de que tinha que seguir em frente conheci uma pessoa que pareceu bastante cordial. Nos encontramos duas vezes e num dado momento ele me revelou que não queria compromisso com uma mulher divorciada e com três filhas. Pensei: Essa pessoa sou eu! Depois do primeiro choque, fiquei olhando a criatura e pensando: Que cretino! Após todas as explicações sem lógica dele, respondi com toda a educação: Eu sou uma mulher divorciada e com três filhas. Não me telefone mais, não me procure e não me tenha por sua amiga! Fim do relacionamento. Depois de dois meses ele me ligou e pediu desculpas pelo que havia dito. Respondi: Tudo bem. Mas não vamos ser amigos. 

Claro que não estava tudo bem! Enquanto o meu Ex se estabelecia em sua nova família e parecia estar muito feliz, eu assumi todas as responsabilidades de uma casa, que não se resumem apenas em contas à pagar, tinha que alimentar três crianças. assistir ao crescimento, saber lidar com as emoções, frustrações ou realizações de cada uma, conviver com as diferenças de temperamento e adicionando a tudo isso ter equilíbrio emocional mesmo me sentindo só e desamparada. Porque a solidão não era um momento ou outro, mas passou a fazer parte da minha vida, do meu dia a dia.

E aquela frase: Divorciada e com três filhas ficou gravada na minha mente. Essa era a minha condição, não apenas um estado civil. As pessoas me olhavam e não viam uma mulher, uma amiga, uma pessoa. Elas viam a minha situação financeira e as dificuldades que eu teria pela frente. Foi uma fase muito ruim. Confesso. Mas o tempo passou, minhas filhas cresceram, se formaram na faculdade, uma casou e me deu uma netinha linda. As outras duas estão trabalhando e estudando e eu, mesmo com esse status estou aqui, de pé, confiando no amanhã.

Quanto ao relacionamento do meu ex com as meninas melhorou bastante nos últimos anos e acredito piamente que foi graças a intervenção divina. Parece que agora ele quer recuperar o tempo perdido. Isso é bom. E sinceramente, é bom sim pra ele e para as meninas que se sentem amada pelo pai. Agora ele percebe que faz sentido tudo o que eu dizia que iria acontecer quando se aproximasse das filhas, a troca de valores, a cumplicidade, o carinho e os momentos em família. Porque afinal de contas ele se divorciou de mim, não das filhas.

De tudo isso me resta entender que a gente não pode mudar o passado então melhor seguir em frente. Só falta descobrir como...

Marion Vaz

quinta-feira, 8 de março de 2018

Caixinha dos Sentimentos

Related image

Alguém me disse: Abre a caixinha do seu coração e me diga o que está pensando. Quando ouvi esta expressão fiquei pensando na dificuldade que eu tenho de expor o que sinto. Não é tão simples assim. Respondi. Mas a pessoa ficou falando do quanto eu era importante e como ele queria ser meu amigo e aquele blá blá blá sem fim.

De um modo geral as pessoas passaram a ser mais seletivas e os relacionamentos ficaram mais impessoais. Todo mundo tem amigos e muitas vezes saem juntos para se divertir, conversar, beber e ir ao cinema. Mas na maioria das vezes é tudo muito convencional. Podem até discutir um assunto e cada um dá a sua opinião, mas abrir a caixinha dos sentimentos é pedir demais.

Não sei se por causa do tempo, da vida, dos inúmeros bullying que a gente sofre desde há muito anos, prefiro ouvir do que falar. Mesmo quando alguém pede minha opinião faço de forma reservada e se por acaso esbarro naquela pessoa que "corta" o assunto ou começa a falar sem parar... Já era. Ela nunca vai saber o que eu penso de verdade. É por isso que eu prefiro escrever. Quem quiser me conhecer, que leia os meus textos! Simples assim.

Talvez seja um jeito de me proteger ou de não me decepcionar tanto. Sei lá. É difícil ter tanta coisa para dizer e se manter neutra. Confesso. Mas o que adianta se expor se alguém tem sempre "aquela opinião formada sobre tudo" como diz a letra da música. E depois de uma ladainha sem fim não adianta dar uma pausa, olhar pra você e perguntar: Você concorda? Parece piada, mas eu conheço gente assim. Então eu dou aquele sorrisinho de "cara de paisagem" e penso: Amiga - Já perdi o fio da meada há muitos blá blá blás atrás...

Enfim... A caixinha dos nossos sentimentos não pode ser exposta para qualquer um como se fosse algo corriqueiro. A gente tem que escolher à dedo aquela pessoa com quem queremos manter um relacionamento, uma amizade, uma cumplicidade. Alguém que não vai te ouvir pra depois te jogar pedras. Alguém que vai te respeitar mesmo descobrindo que você é frágil, e que precisa de conselhos de vez em quando. Porque na maioria das vezes tudo o que os amigos, familiares ou parceiros querem é que você sirva de apoio, de muleta, que seja forte para suportar toda a carga de problemas que eles querem te impor.

Conselho de amiga: Preserve todos os relacionamentos saudáveis que tiver, mantenha distância de pessoas oprimidas, vingativas e com sentimentos autodestrutivos - limite-se ao bom dia e boa noite. Dê uma chance para as novas amizades até descobrir em quem confiar. Só destranque sua caixinha de sentimentos para alguém muito especial, que vai estar ao teu lado em qualquer situação, mas tenha sempre uma palavra amiga para quem precisar. Faça elogios se te permitirem.

Mas abra espaço na sua agenda para você mesmo, ir as compras sozinha e escolher o que quiser, ir ao cinema, passear, ler um livro, viajar e conhecer lugares e pessoas diferentes e vai descobrir que é muito bom sair da "zona de conforto".


Marion Vaz




segunda-feira, 5 de março de 2018

Revoltz - Parte 2


Meu problema com a Empresa que fornece energia elétrica no RJ não é mais segredo pra ninguém. No dia 24 de fevereiro eu fiz aniversário. Parabéns pra mim. E foi também neste mesmo dia há cerca de um ano atrás que chegou a primeira conta de luz com um valor absurdamente alto e completamente fora do meu padrão de consumo de energia. 

De lá pra cá muitas dores de cabeça e você pode conferir toda a Saga neste link. Então, esse mês recebi outra cobrança com valor acima de 3 mil reais para uma residência de quarto, sala, cozinha e banheiro. Para marcar esse "aniversário" resolvi postar fotos de alguns postes de luz que ficam nos arredores da minha rua. A confusão na fiação pede uma vistoria urgente. Mas quem liga não é mesmo?



É no meio desse mafuá que fica o fio de luz que vai para o meu medidor. Viram porque minha conta vem tão alta? 

Então vamos dar uma olhada nos demais postes de luz:








É. Acho que está na hora de alguém fazer o dever de casa.


Marion Vaz