Eu sei que esse assunto já deu muita história nas mídias sociais e a polêmica sobre a mulher do avião que não cedeu o seu lugar para a criança que chorava sem parar, virou uma febre nacional. Mas o que aprendemos com Jennifer Castro? Aprendemos a dizer não, a defender nossos direitos, a exigir respeito e diferenciar o certo do errado.
E com certeza esse assunto repercutiu de forma favorável a ela porque estamos acostumados a ceder, a dizer sim o tempo todo e ficamos até chateados quando não conseguimos resolver o problema do outro, como o que aconteceu com a advogada que filmou a cena e depois pediu para a filha postar.
E de repente nos deparamos com a cena de uma mulher que calmamente se recusou a ceder, mesmo sob pressão de olhares curiosos ou acusadores. Jennifer permaneceu quieta em seu lugar no avião. A pessoa que filmou não imaginou a quantidade de gente que iria a favor do não.
Infelizmente, a mãe da criança também sofreu acusações, porque até então não se sabia ao certo quem estava filmando o ocorrido. Ela também foi afrontada quando os internautas a acusaram de não saber dar limites ao filho. E embora ela também tenha se pronunciado sobre o ocorrido, ficou claro para a maioria de nós que uma criança que chora por 40 minutos por não ter o que quer, precisa mudar de comportamento.
Mas o que me chamou a atenção no episódio foi a calma como Jennifer lidou com o assunto:
- Você pode ceder o assento na janela para o meu filho que está chorando sem parar?
- Não. Não posso! Ela não foi arrogante, irônica ou fez um estardalhaço. Jennifer apenas respondeu não e permaneceu firme em sua decisão.
É possível que a advogada que começou a gravar também estivesse incomodada com os gritos da criança e por isso resolveu se envolver no problema. E os demais passageiros também deveriam estar inquietos com a situação.
As justificativas da mãe também vieram a público. Ela estava resolvendo um problema do assento do outro filho e a avó da criança sentou no seu lugar e levou a criança menor junto. Provavelmente achando que o menino iria ficar quieto deixou-o na janela que pertencia a outra passageira. Esse foi o primeiro erro. Não se faz isso. Nem no avião, nem no cinema, teatro, ônibus ou fila do pão. Você senta na poltrona que comprou.
A ideia da mãe ou da avó era que Jennifer realmente iria ceder o lugar para a criança e assim todos seriam felizes durante o percurso. Muita gente disse que teria cedido o lugar só para não ouvir mais chororô. Mas quem garante que a criança iria ficar quieta ou não abriria o berreiro por outra coisa? A mãe conhece o filho que tem. Isso é fato.
E em menos de 24 horas, a advogada que filmou a cena fez Jennifer virar celebridade e ficar "famosinha". Porque todos nós dizemos sim o tempo todo, quando na verdade queremos dizer não. Desfalecemos para ajudar terceiros e mesmo doentes insistimos em estar presente nos lugares, nas festas e até mesmo em situações desfavoráveis, quando deveríamos estar em casa descansando.
A imagem acima nos ensina que o Não, não precisa ser grosseiro, impaciente ou resmungão. E não precisamos fazer uma doação constante do nosso tempo, da nossa vida, do nosso sono, do nosso espaço. Apenas diga não de forma digna e simples de assimilar.
Responda de forma serena: não, não vou, não posso, fica para outra vez.
Marion Vaz
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