Hoje foi
um dia bem diferente. Nada como dar uma voltinha no centro da cidade do Rio de
Janeiro. E de ônibus! Pois é, dei sinal e o famigerado parou fora do ponto. Entrei.
Certifiquei que estava mesmo indo para o lugar que queria. Olhei em volta.
Lotado! Não tinha jeito já que estava atrasada. Passei na roleta e ops! Errei o
valor. Faltavam cerca de R$ 0,25 centavo. Pedi desculpas e toca a procurar a
bolsinha de moedas entre uma curva e outra. Enfim, consegui um lugarzinho. O
bom era que tinha ar condicionado.
Olhei em
volta e vi rostos amassados, cansados, de quem acordou antes da hora só para
chegar mais cedo ao ponto e conseguir ir sentado até o seu destino. Pessoas
sentadas. Pessoas em pé tentando se equilibrar com suas bolsas e mochilas. Pessoas indo para o trabalho.
Pessoas anônimas. Mas que todos os dias estavam naquela mesma condução e
naquele mesmo horário. E lá se foi o ônibus cumprindo sua missão sem resmungar
do trânsito lento na Avenida Brasil.
Bem na
minha frente uma janela grande dava a visão da estrada, do mundo lá fora.
Prédios, casas, pessoas apressadas, mais carros, mais movimento. A vida comum
de um dia da semana. Igual a qualquer outro sem qualquer alteração. E eu ali,
como uma intrusa, observando cada movimento por menor que fosse e tentando
parecer igual a todo mundo.
De volta
à janela enorme, vidros transparentes e limpos. Com exceção daquele aviso que
parecia perdido naquela imensidão. Será que alguém mais prestou atenção naquele
aviso? Pensei. Não! Acho que não! Talvez uma rápida olhada, uma visualização
informal, sem maiores observações. Mas eu
fiquei olhando e me perguntado se ele teria algum valor informativo, ou estava
ali só para me fazer rir.
Por
certo o leitor já tenha se deparado com algo parecido, afinal, cada condução
agora tem aquela “janela de emergência”. Os avisos mais comuns dão a entender o
seguinte: “Em caso de acidente puxe a alavanca e empurre o vidro”. Ok! Fácil!
Fácil!
Mas
aquele aviso “sem vergonha” bem na minha frente dizia: “Em caso de acidente pegue
o machadinho e quebre o vidro da janela”! Como assim? Imagine a cena: O motorista
perde o controle do ônibus, o veículo dá cambalhotas ou derrapa pela avenida,
provavelmente as pessoas são arremessadas umas contra as outras, muita gente se
machuca, braços quebrados, corpos doloridos, mulheres gritando... Então eu,
acidentada, tenho que pegar o “infeliz” do machadinho e reunir minhas forças
para quebrar o vidro? Sinceramente... Completamente sem noção!
Concordo
que em caso de pânico as pessoas são capazes das maiores proezas! Talvez o
autor da ideia do machadinho tenha pensado assim. Mas fiquei ali dando
gargalhadas na minha mente, tentando não transparecer minha louca imaginação e pedindo
a D-us para chegar inteira ao meu destino.
Marion
Vaz
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