Ouvi essa frase ao término de um hino e fiquei
pensando nela o dia todo. Como questionar o Todo Poderoso? E que caminhos
seriam esses? Quem seria abençoado ao confiar Nele? E quando isso poderia
acontecer?
Parece um emaranhado de perguntas vazias se
confrontadas com pessoas que realmente acreditam na ação poderosa de D-us em
suas vidas.
No entanto, tais questionamentos tem seu fundamento
quando alguém se vê diante de um abismo intransponível. Bom é quando a fé
prevalece, o bom senso nos encaminha a atitudes corajosas. Mas existem momentos
que o homem se vê diante de um dilema.
Aconteceu com vários personagens bíblicos. Aconteceu
com o profeta Jonas ao receber uma ordem de D-us para levar uma palavra dura
aos habitantes de Nínive. Você se lembra de qual era: “Quarenta dias e Nínive
será subvertida”! Imagine ir de encontro a um povo sarcasticamente cruel e
dizer tal coisa?
Infelizmente muita gente acha que a palavra de Jonas
era de salvação. Não. Era de perdição, de morte, de catástrofe. E com um
agravante: Nínive era uma cidade
poderosa, forte, rica. E quem era Jonas? Um pequeno e simples profeta do reino
de Israel. Tarefa difícil! Não me admira
ele ter resolvido viajar para bem longe dali!
Mas ainda hoje existem pessoas que criticam o pobre
e indefeso Jonas. Elas insistem que um
profeta de D-us não pode recuar! Que faltou amor no coração de Jonas! Uau! Quem em sã consciência iria amar um povo
tão cruel cujo prazer era de tirar
(literalmente) a pele de seus inimigos e ainda espetar seus corpos em varas e
deixa-los a céu aberto debaixo do sol quente?
Acha pouco?
A crueldade dos ninivitas não se limitava apenas aos
inimigos, mas aos seus familiares, mulheres e crianças! Também era prática comum barbarizar e mutilar
as pessoas, arrancar suas unhas e outras
partes do corpo. Talvez Jonas estivesse certo de que não levando aquela
mensagem, eles teriam a “recompensa” para tanta crueldade.
Talvez Jonas também tivesse pensado no seu próprio
povo e que a destruição de Nínive evitaria que Israel fosse invadido e
massacrado e levado cativo.
Mas nós conhecemos o restante da História e sabemos
que Jonas acabou indo para lá e sua profecia sensibilizou- os. O clamor subiu
aos céus e o Senhor não castigou a cidade. Jonas viu seus planos
frustrados e ficou muito desgostoso. O
texto informa que ele desejou a morte devido ao seu ressentimento.
A resposta de Deus veio como uma declaração de amor
às cento e vinte mil pessoas que habitavam ali. Não que D-us concordasse com as
atrocidades que cometiam, mas segundo o próprio D-us elas não sabiam distinguir
entre o certo e o errado! Vai
questionar!?
A conduta de Nínive não mudou muito na geração
seguinte e novamente voltaram aos velhos hábitos. Não aproveitaram a chance de seguir os
caminhos da geração arrependida. Naum
profetizou o castigo iminente e a grande cidade foi subvertida. Jonas não viu
isso acontecer, mas certamente sua revolta não era infundada.
Mas os caminhos de D-us são bons e seus propósitos,
seus pensamentos e suas intenções vão prevalecer na minha e na tua vida.
Independente dos nossos questionamentos, das nossas conclusões, dos nossos “eu
acho”, “eu penso”, “eu quero”!
Marion Vaz
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