Evangélicos ocuparam o gramado próximo ao Congresso Nacional
Entramos num novo ciclo de mudanças. Os valores de
uma sociedade se renovam. Novas leis implantam novos costumes. E a fé acompanha
as mudanças no dia a dia da Sociedade.
Parece até que estou falando uma heresia, pois segundo
alguns teólogos a fé permanece intacta diante das transformações culturais e
filosóficas. Mas não estamos falando da essência da fé em D-us, mas no
comportamento dos fieis em defesa de sua crença e de seus valores.
A manifestação cristã que ocorreu no início do mês
em Brasília agregou uma multidão de fieis. Eles reivindicavam respeito aos
valores bíblicos inerentes a religiosidade.
Ao defenderem manifestações homoafetivas, a
liberação do aborto, o desrespeito a liberdade de expressão, governantes e seus ministérios entraram em conflito com a Igreja
Evangélica.
Assim, pastores, deputados e vereadores cristãos se
puseram em marcha contra esse poder abusivo. A manifestação em Brasília contou
com o apoio de vários empresários, cantores e uma multidão de fieis que
gritaram bem alto: “O povo de D-us unido jamais será vencido!”
A palavra de um dos pastores também surtiu efeito no
povo que aplaudia e gritava a pleno pulmões repetindo frases ao seu comando.
O que nos leva ao título desse artigo: A nova fé.
Não que a “velha fé” seja desmerecida, pois os “antigos” lutaram por seus
ideais e também venceram “reinos”. Mas hoje estamos diante de uma nova e desafiadora
forma de exercer a fé, que não é mais um simples ato do coração, subjugada,
reprimida pelas adversidades da vida na esperança de uma redenção vindoura.
Não!
A nova fé argumenta, questiona, define, marca
presença no espaço físico das cidades. O que não é de todo ruim. A Palavra de
D-us mostra como personagens bíblicos se destacaram no mundo antigo, foram
respeitados e proclamaram a crença no D-us
único.
Mas hoje, após ver a apresentação da manifestação em
Brasília, me veio um pensamento: Não seria também o caso do homem estar
redefinindo o seu status de centro do universo? As imagens mostravam cenas
que vem se tornando cotidiana: Homens de D-us batendo no peito, gritando ao microfone,
citando nomes e títulos sem qualquer reverência, aplaudidos pelo povo que delira com
suas palavras.
Em seus discursos notam-se pontos fortes que
exaltavam as verdades bíblicas que por gerações influenciaram pessoas no caminho da fé e da
comunhão com D-us. O povo presente nesta manifestação em Brasília foi testemunha da “luta” pela liberdade
de expressão e pela solidez da Igreja do Senhor.
Apesar disto, confesso, fico inclinada a pensar que
uma figura pública que consegue exercer tanta influência numa grande parcela da
população corre o risco de se tornar um alvo. Por isso, a cautela deveria ser
uma preocupação. O que me pareceu visível em alguns rostos. No entanto, o próprio pregador, como é de seu feitio,
deixou-se levar pela emoção e pelo destemperado momento e falou abertamente o
que realmente pensava sobre alguns assuntos.
A nova fé alimenta esse conglomerado de ideias,
sentimentos e decisões (algumas aleatórias), e agrega adeptos de valores
variados. A nova fé se expressa com mais veemência, parece implacável em
algumas situações, rotula pessoas e cresce vertiginosamente. Mas a nova fé, em
minha opinião, também tem um ponto fraco se não for Cristocêntríca. Figuras
humanas vêm e vão. Impérios se erguem e caem. Mas a “Palavra de D-us e que permanece
para sempre”.
Em Hebreus 11.1 temos a definição da fé em sua
essência:
“A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam
e a certeza das coisas que não se veem”.
e a certeza das coisas que não se veem”.
Essa fé não
pode ser redefinida segundo as circunstâncias, as mudanças governamentais,
as inovações ou com o passar dos anos.
Porque ela está intimamente ligada a D-us, em quem confiamos, em quem
esperamos, a quem amamos, independente do que acontece ao nosso redor.
Marion Vaz
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