sábado, 30 de julho de 2011

BÍBLIA COMO OBRA LITERÁRIA

A história da literatura brasileira traz uma carga crítica muito peculiar da literatura geral, a de identificação de uma obra como literária através dos princípios que regem a caracterização da literatura.

Um exemplo é a carta de Pero Vaz de Caminha, documento histórico escrito de forma descritiva ao rei de Portugal Dom Manoel. Escrita em sete páginas, pode ser considerado como primeira obra literária do país se partir do princípio ficcional existente nela.

Para elucidar os fatos devemos primeiro dar os primeiros conceitos do que é literatura. A literatura é a recriação da realidade, obra diversa que para assim ser considerada, precisa trazer em si a realidade recriada, ou seja, parte basicamente da ficção. Aquilo que se trata diretamente da realidade sem nenhuma invenção não pode ser considerada literatura, assim como não seria possível construir uma obra literária sem nenhuma relação à realidade.

Neste conceito, a literatura apresenta a ficcionalidade (explicada acima), função estética (realidade apresentada a partir de uma visão), plurissignificação (os diferentes significados que as palavras representam) e a subjetividade (exploração dos sentimentos, emoções, experiências, traumas etc.).

O nome dado a este momento literário foi Quinhentismo, reconhecido como o primeiro movimento do Brasil.

A complicação está no que se refere às características que um texto precisa ter para ser considerado literário. Como podemos considerar uma carta com um fim descritivo como obra de ficção?

Assim se iniciou a grande polêmica. De um lado alguns diziam que a carta não poderia ser literária, pois traz consigo a pura descrição sem ficção, objetividade entre outros. Por outro lado alguns teóricos reconheceram a carta como Literatura de Informação, veja como a professora Beatriz descreve estes textos:

“Os textos produzidos eram, de modo geral, ufanistas, exagerando as qualidades da terra, as possibilidades de negócios e a facilidade de enriquecimento. Alguns mais realistas deixavam transparecer as enormes dificuldades locais, como locomoção, transporte, comunicação e orientação. O Envolvimento emocional dos autores com os aspectos sociais e humanos da nova terra era praticamente nulo. E nem podia ser diferente, uma vez que esses autores não tinham qualquer conhecimento sobre a cultura dos povos silvícolas. Parece ser inclusive exagerado considerar tais textos como produções literárias, mas a tradição crítica consagrou assim.”

No começo deste trecho, a autora mostra os fatos que consagram esta obra como literária que seriam o ufanismo e o exagero, porém é clara a posição dela a este assunto em sua conclusão onde considera “exagerado considerar tais textos como produções literárias”. Ora, o próprio exagero apresentado nestes textos apresenta a recriação da realidade trazendo para eles pelo menos um dos conceitos da caracterização da literatura, a ficção.

Em meio a este primeiro problema ainda não solucionado, mesmo que seja literatura consagrada ainda não satisfaz muitos críticos, quero apontar outro grande problema que aparentemente insolúvel e que é o centro deste artigo: a bíblia pode ser considerada como obra literária?

Ao analisar este primeiro quadro perceberemos que não poderíamos considerá-la obra literária se partirmos dos mesmos princípios e argumentos utilizados para a consagração da Literatura de Informação.

O texto bíblico é bastante complexo, se considerado sua sintaxe teremos a facilidade que nos dispõe as novas versões, porém os mecanismos de compreensão são interações dentro de si, sua intertextualidade é muito voltada para relações entre os livros que ela contém, a isso chamaremos de textualidade interna.

A textualidade interna ocorre porque a Bíblia possui uma particularidade que a distingue dos demais livros, o termo Bíblia vem do grego biblos (βιβλίο) que significa livro, o plural de livro em grego é bíblia (βιβλία), isso porque a Bíblia é composta por vários livros de várias épocas e com várias estéticas. Estes livros foram aglutinados ao decorrer de um longo período e passou por vários formatos e várias composições até que fosse por fim estabelecido os livros considerados inspirados por Deus, o Cânon.

O que uniu estes livros foi uma estrutura de significados paralelos entre os livros. Esta estrutura de significados, ou textualidade interna, é que gera as crenças e doutrinas da Bíblia, ela é responsável pela coerência geral.






Ainda existe um conceito a ser explicitado sobre a textualidade interna que são as cadeias temáticas, isso porque os vários livros que compõem a Bíblia possuem uma ligação não prevista por seus autores, já que em muitos casos foram escritos em uma época igual, mas em lugares muito distantes para terem qualquer ligação temática, que formam várias cadeias de assuntos sobre vários temas particulares.

Desta forma, o mesmo Davi apresentado nas narrações dos Livros Históricos se encontra no livro dos Salmos em um mesmo período tratando de um mesmo assunto, só que em um narrado em terceira pessoa e em outro em primeira.

No caso do texto categorizado pela tradição como histórico, o “Livro das Crônicas”, Davi é observado na perspectiva do autor que conta a sua história de acordo com o ponto de vista que construíra sobre ele. No segundo caso, o Livro dos Salmos, um conjunto de cânticos, é uma coletânea das poesias voltadas a Deus no antigo testamento. Aqui elas estão sempre em primeira pessoa e são vistas da perspectiva do autor personagem. Neste caso Davi escrevia o que vivia.

Então com esta estrutura a Bíblia pode ser considerada obra literária, porém para muitos, isso significaria tirar sua autenticidade já que estaria inserindo-a em uma visão ficcional.

Consideremos o conceito de ficção, uma recriação da realidade.
Recriar a realidade não é inventar uma história, mas sim construir uma história, ou ainda reconstruir, já que na prática da reconstrução o autor usa a verdade com a sua linguagem, sua estilística e estética.

A Bíblia não deixa de ser autentica por ser literatura, apenas se eleva a um nível de maior consideração. Nunca existiu um livro com tantas possibilidades de estudo quanto a Bíblia e restringi-la destes estudos literários usando a fé como pretexto tem sido o maior empecilho para estes estudos.



Com esta visão, seccionarei alguns estudos que explicitem esta teoria, principalmente no que se diz a ficção bíblica que considero ser o ponto de polêmica para a consagração desta como obra literária

AUTOR: Rogério de Jesus Nascimento


Fonte: http://www.artigonal.com/literatura-artigos/a-biblia-como-obra-literaria-960432.html


Rogério de Jesus Nascimento escreve artigos sobre comunicação em termos gerais, sua especialidade é a literatura bíblica e análise textual bíblia. Lecionou durante seis anos na EBD em Mairinque e participou de várias conferências sobre Bíblia, comunicação, literatura etc. O objeto de estudo, textualidade, também aborda a polêmica da Bíblia como obra literária ou não, trabalho de conclusão de curso na Universidade Paulista.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Vida de Prosperidade

Entre as atitudes e ações que constroem a base sólida para uma vida feliz e próspera está o ato de ofertar. A oferta é como uma semente que plantamos para depois colhermos. Mas para que isso aconteça é preciso saber ofertar. Não pense que é um negócio: que quanto mais você ofertar, mais Deus vai te abençoar. Não! Não é assim que funciona! Mas a liberalidade é algo, uma virtude que precisa ser incentivada. A liberalidade também depende das condições financeiras daquele que oferta, mas certamente é o caminho para as conquistas:

“Honra ao Senhor com a tua fazenda, e com as primícias de toda a tua renda: E se encherão os teus celeiros abundantemente, e transbordarão de mosto os teus lagares” Pv 3.9-10

A oferta está intimamente ligada ao ofertante como no caso de Abel, que ofertou o melhor do seu rebanho. Em Mateus 5 Jesus ensina que “ao trazer a oferta” e lembrar que alguém tem algo contra ti, vai se reconcilia primeiro e depois venha ofertar. O interessante do texto é que provavelmente a pessoa tinha alguma culpa ou não seria levado a juízo e depois seria presa.

Ofertar é uma decisão pessoal e intransferível – Vem de dentro, da alma, do coração. ”Ninguém tem o direito de impor a outra pessoa o quanto ela deve ofertar!”

A oferta deve ser um ato voluntário, desejado, uma atitude consciente.
Ofertar a Deus é também algo que deve ser feito com zelo e dedicação. Não é um favor, mas uma atitude de gratidão a Deus por todo o bem que tem nos feito. É um ato de adoração.

A Lei da Semeadura

Agora que você já entendeu a importância de ofertar deve pensar na oferta como uma semente. Quando falamos em semeadura logo pensamos no agricultor levando sementes para um campo preparado para distribuí-las de forma ordenada e assim dar início a longa tarefa que resultará numa boa colheita. Assim, quanto mais ele investir maior será o lucro.

Na vida espiritual não é muito diferente, isso se levarmos em conta todos os talentos que Deus ordenadamente deu aos seus filhos para que “invistam” na sua obra. Podíamos também comentar que “tudo o que o homem semear também ceifará”!

Assim como um agricultor que planta um tipo de semente e colhe, o crente investe com seu dízimo e sua oferta na obra de Deus e também terá um resultado surpreendente como lemos em Malaquias 3.10

Resultados

Em toda semeadura espera-se alcançar resultados positivos, mas o tempo de maturação não é igual para todas as sementes. Observando as plantas e vemos que algumas produzem frutos dentro de um ano e outras levam mais tempo. Assim, o tempo de receber as bênçãos é algo determinado por Deus.

Outro exemplo que podemos colocar nesse contexto encontra-se na Parábola do Semeador, onde um produziu cem, outro sessenta e outro apenas trinta (Mt 13.8). Mas todas deram frutos. O importante é entender que o nosso Deus é justo, abençoador e rico em misericórdia e nos dará muito ”além daquilo que pedimos ou pensamos”.

O segredo é abrir o coração para semear a boa semente, não aquilo que está sobrando, mas o melhor, e assim recebermos as bênçãos de Deus e viver um crescimento espiritual e material. Que Deus os abençoe.

Marion Vaz

Fonte: Revista da EBD: A base para uma vida Feliz – ADEVEC

terça-feira, 19 de julho de 2011

Cristãos apoiam Israel

5000 cristãos se reuniram essa semana no Centro de convenções em Wasshington para a Conferênciua anual CUFI - Cristãos unidos por Israel. A questão da formação de um estado palestino parece ter irritado alguns "irmãos" que falaram abertamente do assunto e inclusive questionando as "boas" intenções do presidente americano Barak Obama caso ele concorde com a divisão de Jerusalém.

O pastor John Hagee afirmou que se os EUA virar as costa para Israel, Deus também virará as costas para a nação americana e que é inconcebível apoia outra nação que não seja Israel.

O artigo do jornal Haaretz enfatizou a ação benéfica dos cristãos e sua ousadia em criticar Obama para que tome uma decisão quanto a Russia e a China. As palavras do pastor foram firmes: "Senhor Presidente, vá dizer a Rússia e aos chineses o que fazer!"









Marion Vaz

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A Mulher e o Tempo


Uma das prerrogativas divinas é o estabelecimento de propósitos e a determinação do tempo correto para execução de cada objetivo (Ec 3.1-8). Desde o princípio o Senhor fez notórios os seus caminhos e suas intenções para justificar o indivíduo perante si.

No entanto, não temos correspondido a tais desígnios, abdicando do direito de filiação e perdendo a maior parte do tempo com objetivos matérias e secundários.

O nosso Deus não está sujeito as limitações naturais e humanas, já que um dos seus atributos é a Infinitude. Mas em relação a nós, o Senhor determinou que houvesse um tempo para todo propósito debaixo dos céus.

Ao conceder o livre arbítrio D-us deu o direito de se tomar decisões e usar este tempo como bem quisesse. Porém, para cada atitude, sentimentos e tempo gasto traria juízo (Ec 11.9).


Vale então lembrar um verso: “Cada minuto que passa é um milagre que não se repete”. Assim, o tempo gasto seja de apenas um minuto ou 10 anos não voltará.

Assim a mulher precisa de propósitos firmes e sabedoria para organizar o seu dia a dia.


Mulher Moderna


Administrar o tempo tem sido um desafio para a mulher moderna.

Desde que saiu do anonimato e conquistou o seu espaço na sociedade, a mulher exerce uma profissão, é boa mãe, dona de casa, professora, economista, enfermeira e várias outras funções que acumula num período de 24 horas.








Como lidar com tanta responsabilidade e ainda ter tempo para si? O certo é que a mulher sempre encontra um jeitinho estabelecendo prioridades!

Fazer coisas fora do tempo é um dos perigos que nos cerca. Observamos isso em personagens clássicos da história bíblica. Sara que, desejando apressar o cumprimento da promessa deu Hagar como esposa a Abrão (Gn 16.1-3).









A Bíblia também relata a história de pessoas que perderam tempo ou usaram indevidamente como Marta, que todo o seu tempo era para serviços domésticos a ponto de ficar exausta e angustiada (Lc 10.38).

Maria Madalena chorava junto ao sepulcro penando que era tempo de angústia (Jo 20.11).


Tempo para ser mãe e esposa


A mulher sábia edifica sua casa já dizia Salomão em seus provérbios (Pv 14.1). Edificar requer tempo! Requer sabedoria! 

Quanto maior a dedicação maior a ornamentação de uma casa; mais carinho, mais amor; Mais respeito, menos briga e menos descontentamento.

Pequenos gestos de carinho e atenção, palavras de ânimo, de encorajamento, de fé, de mansidão proporcionará um ambiente agradável de viver! Mas não se engane há horas que a mulher deve ser enérgica para não perder o controle do seu lar!

Em Tempo

Outro dilema que envolve tempo é conciliar o trabalho, a profissão, com a criação dos filhos. Quantas crianças se sentem abandonadas em seu próprio lar? Como sobrevive uma família onde não há diálogo entre os conjugues, entre uma mãe e um filho por causa do cansaço físico?

A mulher precisa conversar com seus filhos e estar atenta as necessidades básicas de um adolescente, e quando não puder interferir, ore. Certamente Deus virá em teu socorro. Mas encontre tempo para dar um beijo nos filhos e dizer: Eu te amo!

Tempo de alcançar metas

Como já mencionamos, a mulher superou as expectativas e passou a ocupar os mesmos cargos e atividades até então exercidas apenas pelos homens. A cada ano aumenta a quantidade de mulheres na área financeira, industrial, administrativa, civil e política. Essa vitória profissional gerou um clima de rivalidade entre os dois sexos, o que às vezes, reflete também no lar.


Ao dividir a responsabilidade financeira da casa, a mulher também precisa estar cônscia de que não deve descarregar no lar, os problemas da vida profissional e vice versa. Esposo e filhos não deveriam entrar em atrito só porque ela atrasou um pouco, deve haver compreensão e divisão das tarefas domésticas. É tempo de dar e receber compreensão, de rever valores, de respeitar os sentimentos uns dos outros.

A mulher não deve abrir mão de suas conquistas por causa de ciúmes ou por causa de inveja. A mulher tem o tempo ao seu dispor e precisa alcançar seus objetivos.

Tempo para Deus


O tempo amadurece, cicatriza ferida, reestrutura e define propósitos. O Senhor precisa de mulheres em sua obra. Elas estão presentes em toda a Bíblia e deixaram exemplos de força, determinação e fé e coragem como a profetiza Débora.

Estamos no tempo de mulheres consagradas, mulheres de oração e ação como Ana (1 Sm 1.10-11), mulheres de visão espiritual como Maria (Lc 2.51); Mulheres prudentes e obedientes que acreditam em milagres!

Mulheres determinadas e honestas em toda a sua maneira de viver. Esse é o tempo de fazer a obra e viver intensamente cada minuto que o Senhor nos concedeu.


Marion Vaz

terça-feira, 12 de julho de 2011

Páscoa dos Samaritanos

No Novo Testamento encontramos vários textos sobre a religião dos samaritanos da época de Jesus. Por diversas vezes ouvi mensagens que, além de explicar o texto sagrado, também faziam elogios aos samaritanos e suas diferenças com relação aos judeus.

Em João 4 encontramos a mulher samaritana e seu encontro com Jesus, no desenrolar da conversa ela descobre Nele o Messias que esperava e assim corre para sua cidade para proclamar seu “achado”.

A parábola do Bom Samaritano desenvolvida por Jesus para explicar ao doutor da Lei a prática do amor ao próximo, também é um dos textos mais usados pelos nossos pregadores. A atitude daquele homem é bastante elogiada enquanto depreciam a atitude do sacerdote e do levita.

Como era de se esperar a expressão Bom Samaritana passou a ser usada de forma global como algo que retrata gentileza, harmonia, bondade, sinceridade e assim encontramos creches, casa para idosos, hospitais, associações, abrigos e até igrejas com esse nome. O Bom Samaritano foi introduzido na fé cristã e hoje circula entre nós.

No entanto, a religião samaritana mantém suas tradições, e, particularmente na época da páscoa como veremos a seguir.

Noite de Páscoa


Enquanto os judeus continuam a observar o Pessach anualmente e não podem praticar esta observância completamente por causa da destruição do Templo em 70 E.C, os samaritanos continuam sacrificando animais.



Os samaritanos haviam se separado da prática judaica muito antes conforme nos conta os textos sagrados, mas a sua prática da Páscoa continua como era há milênios atrás.

O Sumo Sacerdote

Os samaritanos acreditam que o seu Sumo Sacerdote é um descendente direto de Arão, no entanto, o último na linha morreu em 1624.




Desde então, o chefe religioso dos samaritanos tem sido conhecido como "Cohen" (haKohen). Um número estimado da população samaritana hoje é de 560 pessoas, contra 139 em 1909. Cerca da metade vive no Monte Gerizim e a outra metade em Holon.


O Cordeiro

Os samaritanos seguem os cinco livros de Moisés e sua versão da Torah é ligeiramente modificada do Texto Massorético judaica (por exemplo, substituindo Mt. Gerizim para Mt. Ebal). De acordo com Moisés, o cordeiro da Páscoa era para ser levado para casa no dia 10 de Nisan e morto no dia 14. Crianças pequenas tem sido testemunhas da observância.


O Sacrifício

O serviço começa perto do pôr do sol. Os homens Samaritanos estão vestidos de branco e os líderes usam chapéus vermelhos, e os sacerdotes estão vestidos com uma roupagem distinta turquesa. O canto samaritano e a reza é entoado até que o sinal é dado, e o cabeça de cada família chega com sua faca para cortar a garganta do cordeiro de sua família.




Samaritano remoção de órgãos Páscoa cordeiro





Torrefação de cordeiro na Páscoa Samaritana

Assim que o cordeiro é morto os samaritanos comemoram. São 35 ovelhas mortas na observância moderna, cerca de um para cada unidade familiar maior.





Em seguida, as ovelhas são esfoladas e colocadas em um espeto e levadas para um dos blocos com cerca de 2 a 3 metros de prundidades e ali são queimadas durante toda a noite.


Fonte: http://www.bibleplaces.com/samaritanpassover.htm

Outras informações sobre samaritanos no link

http://bibliotecabiblica.blogspot.com/2009/07/estudo-biblico-samaritano.html



Marion Vaz

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O padrão de Liderança de Jesus

Ao ler sobre assunto, recorri a outros livros que falam sobre o ministério de Jesus e a liderança que exerceu sobre os discípulos. Importante ressaltar que a matéria em si tráz excelentes ensinamentos para líderes cristãos e o que vou expor aqui, não é uma crítica, mas pequenos apontamentos sobre o assunto.

A primeira impressão que se tem quando se fala de liderança é que o líder deve ser alguém capacitado e pronto a exercer sua força de persuasão sobre os liderados e também para aqueles a quem deseja liderar.

Encontramos na História uma lista de homens que, por sua competência, foram tidos como verdadeiros e grandes líderes mundiais. Muitos para o bem, mas, infelizmente, alguns para o mal.

No caso do mestre Jesus é nos Evangelhos que encontramo-lo com seus discípulos. Em seu livro O Líder que Deus usa, Russell P. Shedd retrata o assunto com propriedade e diz que “a escola de discípulos que Jesus fundou foi ambulante”, sua proposta de aprendizado não tinha uma prioridade acadêmica, mas a formação do caráter, da lealdade e do serviço ao Senhor.

Para tal propósito, Jesus teria escolhido pessoas comuns como pescadores e colhedores de impostos e não clérigos. A observação do escritor é que “fariseus e sacerdotes, cheios de preconceitos,(expressão usada pelo autor)não eram maleáveis”. Assim, pessoas de classes mais simples estariam propensas a aceitar os conceitos e ensinamentos de Jesus.

O autor do livro não deixa de ter razão! Ao observarmos os textos bíblicos nos deparamos com inúmeras pessoas necessitadas que seguiam a Jesus aonde quer que ele fosse. Muitas delas tocavam em seu corpo para obter curas, outras só para ouvirem suas mensagens e admirando sua eloquência. Assim, temos os “homens comuns” separados como discípulos de Jesus e aprendendo dele para uma missão que se iniciaria após a morte do Mestre.

Embora a maneira como o autor se reportou aos judeus não tenha soado bem aos meus ouvidos, ele não deixa de ter razão ao fato de que mudar a mentalidade de anciões, sacerdotes, fariseus e escribas não seria uma tarefa muito fácil. Por isso que, quando Jesus era interceptado por algum desses, e alguns até mesmo com boa intenção em suas indagações, havia confronto, havia debate, questionamento sobre esse ou aquele ponto da Lei.

Infelizmente, e até de forma global, as passagens bíblicas que mostram esse tipo de confronto são apresentadas conforme o perfil do pregador ou ensinador que, muitas vezes, anula o contexto sociocultural da época e retrata os acontecimentos como se fosse implicância dos judeus com Jesus, ou até mesmo para testar sua Deidade (embora que, para os judeus, Deus era o único Senhor).

Às vezes, o confronto, a discussão era realmente acirrada e, se formos imparciais, vamos entender que Jesus perdia a paciência. É só ler Mateus 23 que vemos claramente que no auge da discussão Jesus começa a gritar: hipócritas, raça de víboras, etc. A menos que o leitor ache que Jesus falou tais palavras calmamente da mesma forma como recitou as Bem aventuranças!

Mas logo no início do Evangelho de João encontramos um doutor da Lei chamado Nicodemos afirmando ser Jesus “um homem vindo de Deus” e reconhecendo suas obras.

O interessante é que realmente havia conflito quando o Mestre Jesus esbarrava num “clérigo”, num ancião, sacerdote ou fariseu, cujo entendimento da Lei era maior do que dos “homens simples” escolhidos para discípulos ou que estavam entre a multidão.

Então pensei que existem dois fatores em relação a não ser “maleável” , e quanto a ser discípulo. Vejamos:

- Os clérigos – Tinham sua própria mentalidade quanto aos assuntos referentes à Lei e não seriam facilmente persuadidos. Esse seria o ponto positivo. É importante se ter consciência daquilo que se crê e ninguém pode dizer nada ao contrário dos judeus. Venceram reinos, impérios e toda sorte de atrocidades e mantiveram sua crença, suas tradições.

O lado negativo, o que também pode acontecer com qualquer pessoa, é ficar irredutível, completamente avesso a qualquer tipo de mudança.

- Os discípulos – Quanto a esses homens simples que lidavam com a pesca diariamente, ou eram tido como pecadores por serem publicanos e demais homens que ingressaram ao convívio e formam os doze discípulos de Jesus chamados de “leigos”, segundo as afirmações do nosso autor, eles “tinham menos resistência aos conceitos ensinados por Jesus” e facilmente recebiam suas mensagens. Assim Jesus formava caráter e uma nova mentalidade. Isso é bom!

Um exemplo prático dessa afirmação está no relato de Israel no deserto. O povo que saiu do Egito tinha uma mentalidade passiva, quatrocentos e poucos anos no Egito, sob o julgo da servidão transformaram os hebreus em covardes! É por isso que vemo-los varias vezes, obstinados em voltar para o Egio, qualquer dificuldade era tida como uma tragédia e logo gritavam: Vamos morrer!

Para herdar a Terra Prometida (habitada por outros povos) teriam que guerrear com força, garra e determinação. Por isso foi moldada uma mentalidade nova nos jovens que cresceram durante a trajetória no deserto! E uma consciência da herança que Deus havia prometido a Abraão, Isaque e Jacó e que agora eles teriam que tomar posse através da guerra. A recomendação de Deus para Josué foi: “Sê forte e corajoso...” Não havia espaço para os covardes! Assim, aa areias quentes do deserto viram meninos se transformarem em homens fortes e corajosos.

Quanto aos discípulos Jesus estava lidando com “leigos”, mas também com pessoas sujeitas aos seus ensinamentos, capazes de aprender e que admiravam o seu Mestre! Discípulos que assimilavam a medida do possível, tudo aquilo que Jesus lhe fazia entender e assim, ao longo do tempo, teriam suas próprias convicções acerca de Jesus e do Reino de Deus. É importante ressalta que, embora "leigos" em algumas questãos referente a Lei, os discípulos cumpriam as ordenaças de Deus, participavam das festas religiosas e outros costumes como nos indicam os textos bíblicos.

O lado negativo – Generalizando é claro - o problema de não ter um conceito próprio a respeito de qualquer ensinamento bíblico ou sobre a própria vontade de Deus, é que o homem pode simplesmente adotar a visão de outrem. Pode se tornar uma caricatura do pseudo-mestre. Passa a pensar igual, desejar as mesmas coisas, adota os mesmos hábitos e até a mesma maneira de falar, roupas, entonação da voz. E não me venha dizer que nunca viu algo parecido! A pessoa perde a sua individualidade!

Mas Jesus estava formando pessoas de caráter, seguidores, imitadores, com os mesmos sentimentos e reações referentes à vontade de Deus. É diferente! Porque os discípulos cresceram espiritualmente, foram fiéis ao seu Mestre, mas eram pessoas com suas próprias características, não eram robôs!

O que me chama atenção no texto é que de uma forma ou de outra, Jesus, como líder, alcançou seus objetivos. Alcançou os “leigos” e alcançou os “clérigos”, mesmo que alguns não tenham “alcançado” a essência dos ensinamentos de Jesus.


Marion Vaz

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Oração e ação


Uma das formas de estar presente na hora em que as pessoas enfrentam adversidades na vida é a oração. A Palavra de Deus afirma que “a oração do justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16). Assim uma pessoa pode ser abençoada por Deus quando alguém faz uma oração sincera.

Interceder por alguém a ponto de mudar a sua sentença é algo maravilhoso, mas existe outro método de abençoar alguém: a ação. Uma das passagens que me chama atenção no Novo Testamento é a história de quatro homens que levavam um paralítico até Jesus. Não podendo se aproximar por causa da multidão que cercava o recinto tiraram o telhado da casa e levantaram o leito até o teto e depois baixaram a cama até Jesus.

O texto bíblico registrado em Marcos 2. 1-5 afirma que Jesus “vendo a fé deles” – dos quatro homens, deu a ordem de cura e perdão dos pecados daquele indivíduo. Em resumo, para abençoar alguém às vezes, precisamos fazer esforço. E aqueles homens além de se colocarem a disposição do paralítico, fizeram um tremendo esforço físico!

Interessante que o local estava cercado de pessoas e eu acredito que nem todos estavam enfermos! Mas não houve comoção diante da situação do homem que jazia naquela cama há tanto tempo. Mas aqueles homens não desistiram diante das dificuldades, primeiro porque tinham um propósito, segundo porque estavam dispostos a ajudar alguém.

E você deve estar se perguntando qual a diferença na afirmação acima? Às vezes, temos um propósito, ele é firme, é sincero e até começamos a ajudar, mas... Colocamos limites para nos esforçarmos para ajudar alguém. E quando chegamos naquele “limite” simplesmente saímos fora! E dizemos: “eu até queria ajudar... Mas não posso! Cheguei ao meu limite!” Interessante não é?

Mas às vezes, pensamos que Deus tem que fazer tudo sozinho! Ele é que é o Todo Poderoso! Onisciente! E muitas vezes nos omitimos, sabe se lá porque razão. Às vezes, realmente não podemos ajudar! Mas muitas vezes somos egoístas e não estendemos a mão para um amigo, para um parente, para um vizinho, porque requereria esforço físico ou financeiro. E sinceramente... Não estamos dispostos a ajudar!

A Bíblia está repleta de exemplos de homens e mulheres, pessoas sinceras e que estavam prontas a ajudar alguém. Que a Palavra de Deus possa fazer morada em nossos corações e que através dela haja mudanças profundas na nossa maneira de pensar e agir.


Marion Vaz

terça-feira, 5 de julho de 2011

Como lidar com decisões do presente que afetam o futuro

“Esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” Filipenses 3.13, 14

O versículo acima apresenta várias lições espirituais para a vida do crente. Depois de ouvir essa pregação no domingo achei interessante colocá-la no blog.

“Esquecendo-me das coisas que para trás ficam...”


1) Ao olhar para o passado preciso entender que:

a) Existem coisas que eu devo esquecer
- Pecado que foi lavado pelo sangue de Jesus
- As ofensas que me fizeram
- Os erros comuns que cometi
- Oportunidades perdidas

Por que liberar perdão?
- Cura emocional – a falta de perdão deixa feridas abertas.
- Cura espiritual - Perdoar para ser perdoado por Deus.
- Perdoar para não dar lugar ao inimigo.

b) Mas existem coisas que eu não devo esquecer:

- Adversidades que me fizeram crescer - Aquelas que de alguma forma me aproximaram mais de Deus e me fizeram crescer espiritual e materialmente.

- Coisas boas da vida

“...tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai” Fp 4.8

- O bem que alguém me fez – É importante lembrar-se do que as pessoas fizeram e o quanto me abençoaram - Gratidão

- Todo o bem que Deus me fez

“Bendize ó minha alma ao Senhor e não se esqueça de nenhum de seus benefícios” Salmos 103.2

- As promessas que Deus me fez

•Promessas Pessoais - São aquelas que Deus fez para tua vida
•Promessas Gerais - São aquelas que estão na Bíblia


“Avançando para as que estão diante de mim...”


2) Ao olhar para o presente:

O crente determinado não para diante das dificuldades da vida, mas prossegue em frente, adiante, disposto a conquistar, a vencer.

a)“Avançando para o alvo...”

- O crente deve ter objetivos na vida e fazer tudo o que estiver ao seu alcance para chegar lá. O alvo deve ter algo bem claro em sua mente para que possa levar a sério a sua decisão. O crente deve ter propósitos firmes.

b)“Para o prêmio...”

O prêmio é algo que se espera receber por todos os sacrifícios que se faz tanto na vida espiritual como na material. A Bíblia diz: “o trabalhador é digno do seu salário” Ninguém deve fazer nada completamente de graça.

Alcançar um objetivo não é fácil, é com muito trabalho, esforço contínuo, abrindo mão de muitas coisas, para obter sucesso naquilo que se almeja. Trabalha-se no presente por algo que está no futuro.

“prossigo para o alvo, pelo prêmio
da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”


3) Ao olhar para o futuro:

O crente tem convicção que ele precisa ter visão direcionada para aquilo que ele quer alcançar (alvo). Só se alcança algo no futuro se for idealizado no presente.

Espiritualmente falando o alvo é a vida eterna.



Pr. Silas Malafaia
Domingo 04/07/2011