Atendendo a pedidos vou postar alguns dos muitos textos do escritor Miguel Vaz (In Memoriam)
Nada me faltará
Há duas premissas que se fazem necessária na vida do crente: A confiança e a disposição para lutar contra as adversidades. Esses dois elementos, auxiliares imprescindíveis a uma vida de oração, fortalecem sobremaneira a esperança e tornam possíveis todas as coisas que desejamos e esperamos obter e concretizar, estendendo as asas do ideal às raias do inatingível e suprindo a carência mais urgente e inadiável.
Quando o homem recita “O Senhor é meu Pastor; nada me faltará”, ele está enfrentando, desafiando mesmo, as adversidades, sorrindo perante o dia de amanhã e antevendo realizadas todas as suas inspirações, todos os seus anseios e necessidades. Quando ele diz: “O Senhor”, mergulha na humildade, reconhecendo-se subalterno de alguém com mais poder – com todo o poder.
A sua obediência quando diz: “é meu pastor”, coloca-o na posição de ovelha, sem direção própria, mas seguindo os caminhos palmilhados por aquele que a dirige aos lugares de saciedade. E quando finalmente diz: “Nada me faltará”, o homem está despindo-se de todas as suas dúvidas, de toda sua desconfiança, de todo o seu desespero e colocando-se inteiramente nas mãos de Deus e esperando receber dele o provimento.
“Nada me faltará” – Confiança irrestrita, completa e insofismável. Confiança absoluta. Certeza inabalável de que o crente pode continuar a sua missão, no propósito sublime de fazer a obra de Deus sob promessas fiéis de sucesso nesta vida e a garantia de uma vida eterna.
Crônica de Miguel Vaz
Por que Fugir?
Quando alguma adversidade nos assalta de improviso, a reação mais lógica é a do medo e da fuga. Não é corriqueiro enfrentarmos situações embaraçosas e um comodismo bem acentuado nos ensina que é mais profícuo recuarmos do que expormos o nosso físico, o nosso nome e a nossa personalidade ao vilipêncio contraindo fama desairosa e sem proveito.
Quando há de fato o que temer não resta ao humano falível, senão a alternativa do medo e da fuga. O animal feroz e doentio que se nos depara,o assaltante que nos encontra em lugares ermos, a calúnia o desprezo e o desamparo, senão um disfarçado desinteresse de alguém em quem confiamos, bem podem nos tornar pusilânimes e fujões.
Mas quando estamos rodeados de antebraços que nos apóiam, que nos sustentam, que diminuem a nossa tarefa a menos da metade, não vemos porque fugir. Se nós temos a crença e a fé; se nós temos o ensino nas Escrituras, das Palavras de Jesus: “Estarei convosco” – Por que fugir? E fugir de que, se Jesus nos deu o poder da vitória?
Empreguemos uma dose maior do nosso esforço para superarmos as nossas próprias necessidades, desprendamos mais depressa do que temos de dispor; façamos das nossas impossibilidades o motivo para um maior desejo de vitória e Deus fará a parte que somente a Ele é possível.
Vida difícil? Espiritualidade fraca? Finanças estacionárias? Se Deus cuida dos passarinhos, são frágeis, tão pequeninos, por certo cuidará também de nós e da sua obra. Sejamos fortes.
Crônica de Miguel Vaz
Textos extraídos do livro Amor Provado e outras Crônicas – 1979
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