sábado, 13 de abril de 2013

Alienação Parental – Quem tem culpa de que?




O processo de alienação parental tem sido discutido na novela das nove da Rede Globo. O ator mostra seu descontentamento com a separação e faz severas críticas a ex-mulher Antônia. Mesmo sendo contrariado pelos pais, continua expondo sua opinião diante da filha moldando uma imagem negativa da mãe na cabeça e no coração da menina.

O tema é muito mais complexo do que uma simples desavença entre casais. A Alienação Parental se constitui crime porque além de prejudicar o relacionamento dos filhos com os pais, gera um problema de ordem social. Desqualificar um pai ou uma mãe diante de uma criança ou adolescente pode ter sérias consequências ao longo dos anos, pois a criança que vai perdendo o seu referencial (que no caso é composto pela figura paterna e materna) também perde a ideia de família, de lar.

Concordo que uma separação, um divórcio, já é algo doloroso para alguns casais, seus filhos, seus familiares. E no momento de culpar alguém, o conjugue acaba transferindo sua raiva para o outro e quem mais sofre com isso são os filhos. Inúmeras vezes eles acabam ouvindo todas as ofensas que o pai ou a mãe queria dizer para o outro e não podem e ficam repetindo-as no dia a dia, ou pior, as trocas de “gentilezas” acontecem mesmo na presença das crianças.



Para muitos casais a separação é algo inevitável, mas os filhos devem ser protegidos. Os motivos que levaram ao divórcio, as opiniões pessoais, as discussões judiciais são do casal. Os filhos não devem se sentir culpados  por isso e a guarda da criança um impasse para os acordos financeiros que beneficiem um ou outro.

Fazer acusações (mentirosas ou verdadeiras) contribui para uma falsa imagem da principal figura em que os filhos deveriam se espelhar. E quando chegam à adolescência a maioria não sabe mais em quem confiar e  a quem ouvir e obedecer, a quem amar mais e amar menos.




Assim, o que temos, além de um lar desfeito, é sem dúvida um ser humano carente e com sérias tendências para desequilíbrio emocional e social. A criança que cresce com uma imagem muitas vezes distorcida recebe tais informações numa idade que ela não tem capacidade para digerir tudo. Na hora ninguém pensa nisso! Só quer desabafar e ter “alguém” que escute.

Em minha opinião a Alienação Parental não é feita somente pelos cônjuges. Avós, parentes, amigos, vizinhos acabam contribuindo para isso com suas “opiniões” sobre a referida pessoa. 



Há casos em que madrastas e padrastos também acabam incentivando a alienação quando discutem na presença da criança e expõe sua opinião sobre o pai ou mãe dela.Imagino que a alienação também acontece quando os filhos tem que conviver com essa nova família e eles não são aceitos como parte dela. Um pai que se distancia dos filhos(as) para preservar o novo casamento também está promovendo a alienação filial. 

Em curto prazo teremos uma família vivenciando um divórcio, a escolha do detentor da guarda dos filhos, o valor da pensão alimentícia e os desacordos sentimentais. Em longo prazo, em virtude da alienação parental, teremos também adolescentes e jovens mal humorados, rebeldes, descontrolados, sem afeição, à margem da sociedade. 


Marion Vaz



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