domingo, 3 de março de 2024

Auto retrato

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Eu me olhei esta semana no espelho e confesso que não gostei do que vi. A gente passa tanto tempo correndo de um lado para outro, esperando um pouco de reconhecimento e de repente se dá conta da ilusão. Não há respeito, consideração ou qualquer outro sentimento de empatia. 

Às vezes, a gente espera demais, sonha demais e se ilude com a fantasia de uma vida feliz e uma família amorosa e no fim das contas é tropeçar e cair. E agora estou aqui vazia de esperança e cheia de coisas pra reclamar, como se fosse possível encontrar uma saída.

E se eu fosse fazer um auto retrato só veria borrões por causa do modo "automático".  Quem me olha diz: "Ela está bem", " Está correndo... está bem", está trabalhando feito louca, está bem" - Tudo no automático! Sem tecla de pause. Talvez, para não ter que pensar em nada! 

Mas o espelho não é mágico e nem mente. Ele mostra o real estado físico de quem não se aprecia, não liga para a aparência, não come e não dorme direito.  Ele mostra o rosto sem maquiagem, sem adereços, sem cor. Ele mostra as lágrimas mas não vê a alma em frangalhos.

Juro que eu queria que fosse diferente! Queria rebobinar os dias e mudar fatos. Não dá. Dizem por aí que o tempo cura as feridas. Concordo. Mas também aceito que as feridas fechadas deixam marcas na pele.

E se não dá para apagar o passado, o jeito é seguir em frente, no automático. Esperando que o amanhã seja diferente ou que pelo menos, a gente tenha aprendido alguma coisa.



Marion Vaz


domingo, 4 de fevereiro de 2024

Café com Letras

 



Devo admitir que eu amo uma boa xícara de café. Seja no período da manhã ou à tarde, não dispenso aquele líquido escuro que desce queimando a garganta. Pouco açúcar, com certeza.  

Café me desperta para a vida e no dia a dia é como um empurrão para fazer as tarefas. É também uma pausa obrigatória porque todo escritor precisa para repor as energias.

Café puro, meio amargo, sem frescura. E de preferência numa xícara. Tem mais sabor. Acompanha um pedaço de bolo ou pão francês, ovos mexidos ou queijo branco. Mas se vier sozinho está tudo bem!

A gente cresce e estabelece as regras da vida. Tem preferências por roupas, paleta de cores, preços,  pratos, bebidas e acompanhamentos. Às vezes, se arrisca com petiscos.  Nada de mais. Lembrando que a vida é uma só e o que se vive, se guarda na memória.

Os sonhos realizados nos desejam sorte, a amargura da solidão se dissolve no ar. Aparece alguém, no rosto um sorriso, nos lábios um beijo. Quem diria? Um intervalo nos pensamentos para questionamentos. 

Mas, quer saber? Desta vez vou me arriscar e se der certo, deu. Porque se escrever é paixão, romantizar é se perder nos braços de um amor, de um livro, de um bom texto.

E tem horas que é preciso apenas sentir, como aquele aroma suave que vem da xícara de café, e saborear qualquer momento como se ele fosse eterno.


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segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

O que você espera de 2024?

 


Findamos o ano anterior analisando tudo o que aconteceu, as perdas, as desilusões. E é esta expectativa de que o ano que começa tem sempre algo novo a oferecer que nos enche de esperança.  Queremos esquecer os aborrecimentos e entrar no novo ano com o "pé direito" como uma espécie de simpatia. Muita gente usa roupa branca, outros escolhem com quem desfrutar a virada do ano e outros até colocam uma nota de dinheiro no sapato como símbolo de boa sorte para a vida financeira.

Mas, o importante de tudo isso, não é exatamente o que esperamos conquistar, mas o que fazemos em função das nossas expectativas. Queremos muito, mas trabalhamos pouco para realizar os sonhos. Esperamos que as coisas aconteçam num passe de mágica, como se fosse uma recompensa pelo bom comportamento.

A ideia central define as grandes realizações como consequência do trabalho árduo, da dedicação e do esforço feito no ano anterior. Tudo é muito simples como aquele ditado: "o que o homem semear, vai colher"!

Com certeza, não podemos descartar os imprevistos, as dificuldades e até mesmo os danos em algumas áreas da vida. Fato. Nada é perfeito! E o que você sonhou e "plantou" em 2023 vai dar "frutos" nos anos seguintes se você se esforçar, se persistir num projeto, pensar fora da caixa. 

É como uma plantinha que a gente rega desde a semente e espera o crescimento com o passar do tempo.  E para conquistar algo você precisa de estratégia, de saber fazer as escolhas certas. 2024 é um ano como todos os outros, a diferença é por sua conta.


Marion Vaz