domingo, 23 de março de 2025

Eunice - Deus no controle de todas as coisas



Foi uma semana difícil. Domingo passado minha mãe foi internada. Ela não teve uma infância fácil e nos anos pós casamento enfrentou várias dificuldades financeiras e materiais. Neste post conto mais um pouco da vida dela. Criou quatro filhos com meu pai e os dois divergiam em alguns assuntos. Mas ele era mais calmo e não gostava de discussões. Amava ela demais.

Os filhos cresceram e cada um também dava trabalho em alguns aspectos.  Dona Eunice era alegre e divertida, outras vezes sem noção alguma para filtrar as palavras. Ficou doente, venceu o câncer, as dificuldades financeiras, mas a morte do neto e do marido no ano seguinte deixou sequelas.

Sozinha, precisou da ajuda dos filhos. Mas tinha sua casa, pensão e vontade de viver. Anos passaram até que algo mexeu com seu psicológico. Passou a ser mais imatura em algumas coisas e bastante irritante em outras. Perdeu a vontade de viver embora estivesse bem de saúde. 

As psicose evoluíram para hipocondria, delírios, raiva, ansiedade e agressividade. Não tinha um discurso lógico. Era repetitiva sobre algo que a incomodava e não ouviu os conselhos dos filhos. A doença evoluiu para Alzheimer - Doença progressiva que destrói a memória e outras funções mentais importantes.

Os primeiros sintomas não ficaram muito claro no início e foi preciso uma consulta com profissionais da área, medicamentos e acompanhamento. Por vezes não reconhecia os ambientes ou a casa em que viveu tantos anos. 

A doença foi cruel e a desestabilizou completamente no último ano. Ela não reconhecia mais os filhos. Enfim, todos os cuidados não faziam mais o efeito esperado. Com a perda de movimentos, a perda de massa muscular foi inevitável. Dependência total para qualquer atividade como comer, vestir e tomar banho. Mas estava em sua casa pelos menos fisicamente.

Algumas alterações e tivemos que levar ao hospital e os médicos acharam por bem que ela ficasse internada e não deram muita esperança de retorno ao lar.

Enfim, passou minha semana entre atividades e visitas. É difícil vê-la naquelas condições. A mente entende, mas o coração não. E o corpo padece com tantos sentimentos desestabilizados. Dói tudo.

E o único e vital entendimentos é que Deus está no controle de todas as coisas. Como sempre esteve.

PS. Eunice Barbosa Vaz dormiu no Senhor esta madrugada.  

                   Descansa em paz mãe. 

Marion Vaz


domingo, 9 de março de 2025

O que muda depois do 7 de outubro?

                                                                 Imagem da Google

A opinião pública sempre foi ouvida quando acontecia algo. Ela não tinha cor, idade, religião. A opinião pública estava presente seja qual fosse a ocasião. Ela não se calava, não se colocava de lado. Marcava ponto diante das injustiças, do medo, da má sorte de alguém.

Era ela que ditava as ordens no final das contas. E quem podia deter o seu caminho? Ela tomava partido dos infelizes, dos órfãos, das viúvas, mulheres, idosos, pobres e indefesos. A opinião pública se fazia ouvir não importando o quanto tivesse que gritar.

A opinião pública fazia parte do dia a dia das organizações, dos direitos humanos, dos inocentes. Ela confrontava o erro! E muitas vezes era vingativa! Não tinha calor ou frio, chuva ou sol que a impedisse de expor sua opinião.

Mas, infelizmente, por mais que fosse perfeita e presente em todas as horas, ela se omitiu. A opinião púbica ficou muda e se escondeu atrás da bandeira da discriminação, colocou uma venda nos olhos e fingiu não entender o que estava acontecendo.

Foi no 7 de outubro quando o mundo inteiro assistiu de "camarote" o Hamas invadir o território israelense e aterrorizar civis e inocentes. Terroristas armados e desumanos m@taram pessoas, sequestraram crianças e destruíram famílias.

Nos dias seguintes, em meio a dor e as lágrimas, israelenses pediram o apoio da Opinião Pública. Mas ela tinha seus próprios interesses. E quando Israel atacou os terroristas do Hamas em Gaza, ela entrou em cena. Deturpou fatos e demonizou Israel.

Gritamos a todo pulmão: Onde estão as organizações que defendem os direitos de mulheres, crianças e idosos? Por que estão caladas? Pais chorando pelos filhos e filhos por pais. Nada. Nenhuma fala de apoio, nenhum ato de misericórdia.

Esperamos as negociações para receber os reféns de volta por parcelas, a bel prazer dos terroristas. Pouquíssimas organizações mundiais entraram em cena. E ainda tivemos que aturar "gracinhas" de alguém da Cruz Vermelha. 

A opinião pública também ficou alheia ao "contrato" feito para o retorno de reféns, em que Israel foi obrigado a mandar centenas de terroristas detidos nas prisões para Gaza nos últimos dias.

500 e muitos dias já se passaram e ainda há reféns vivos em Gaza e outros que nos restam apenas corpos. Mas a "opinião pública" ainda está em recesso. Ela deu uma pausa dos direitos humanos para "entender" em quem "confiar".

Durante anos Israel tentou "acordar" a opinião pública para os ataques de mísseis que o Hamas fazia contra o território. Depois do 7 de outubro confrontamos muitas vezes o dever e o valor de opiniões, para que fizesse justiça como manda os Estatutos. Não houve posicionamento.

O que muda depois do 7 de outubro? 

Acredito que Israel não vai mais se interessar com a opinião de determinados públicos, quando se tratar da proteção do território e da vida dos cidadãos israelenses.


Marion Vaz