sábado, 7 de outubro de 2017

O que você vai fazer quando Deus precisar de você?

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Depois de tanto tempo sem escrever achei que valia a pena retornar a esta missão de "mudar o mundo". Ao assistir a série Grey's Anatomy em uma de suas mágicas cenas o chefe da cirurgia do Seattle Grace  estava dando uma palestras aos funcionários e pronunciou uma das verdades da série:
- Você já reparou nas pessoas que estão ao seu lado?  
Em poucas palavras ele ensinou aos médicos e residentes sobre a influência que cada um deles exercia sobre os outros, não somente na questão do trabalho, algo mais definido e importante que refletiria em toda a vida e carreira daquela pessoa.

Interessante que isso já havia me ocorrido em duas ocasiões especificas e as duas ocorreram num transporte público. É humano não se preocupar com quem está próximo. É o oposto do "amarás o teu próximo como a ti mesmo", mas é uma realidade dessa nossa geração. Quem se importa com o que a outra pessoa está passando? Se ela tem problemas, se precisa de um conselho, de um amigo... Andamos nas ruas tão sobrecarregados com os nossos próprios problemas que mal olhamos para o lado. Admita!

As pessoas estão carentes de afeição, de amizade sincera, de uma palavra de apoio e nós nos desviamos delas, nos silenciamos, até mesmo porque há um número considerado de ideias nas quais a maioria se apoia para indicar que são as "detentoras da verdade absoluta" e assim nada do que dissermos vai contribuir ou mudar o pensamento e o modo de vida da tal criatura.

Então, na maioria das vezes nos limitamos a ouvir e ouvir e ouvir e depois sorrimos meneando a cabeça numa atitude condescendente. Abortamos nossos próprios pensamentos, nossas ideias sobre isso ou aquilo para não transformar a conversa numa discussão infundada.

Confesso que essa tem sido a minha conduta diante de determinadas pessoas, porque as vezes não vale a pena questionar atitudes, rever conceitos, receitar um monte de valores que serão desprezados e até mesmo ridicularizados. 

Mas naquele dia foi diferente, estava sentada num transporte coletivo às seis horas da manhã de uma segunda feira tentando me distrair olhando pelo vidro da janela. A trocadora conversava com o motorista sobre alguém ou um episódio que havia ocorrido no dia anterior. Notei que se tratava de alguém próximo a ela devido as considerações e a preocupação. Olhei para ela quando mencionou que foi procurar uma resposta na Bíblia e num daqueles "sorteios" que a gente sempre faz, ela começou a ler a carta de Paulo a Filemon. 

Sem demostrar qualquer interesse fiquei ouvindo o assunto já que ela falava alto e havia poucos passageiros no ônibus. A mulher explicou o assunto do livro ao motorista que parecia não pertencer a mesma igreja que ela e notei certo entendimento sobre o texto bíblico. De repente ela deu um grande suspiro e desabafou: Não entendi... 

Olhei para aquele rosto apoiado nas mãos, aquele som do suspiro se repetiu. A mulher parecia decepcionada e completamente perdida em seus pensamentos. Foi então que Deus falou comigo: A resposta é apoio! A resposta pra ela é apoio. 

Fiquei imóvel, perplexa por Deus está ali, bem do meu lado e falando comigo. Repensei no assunto que ela expôs, no texto bíblico... Mas ela estava conversando com o motorista, amigo dela... Eu era só uma passageira e nem sequer costumava pegar aquela condução... A resposta é apoio! Afirmava a voz no meu ouvido.

Chegamos ao ponto final e eu tinha que descer, estava atrasada e havia uma boa distância para andar até a casa da minha filha. Levantei e fui até a porta de saída. Olhei aqueles olhos tristes e não tive como me esquivar.
- Oi. Bom dia - Falei sem graça por me intrometer no assunto. A resposta que você está procurando é apoio! A mulher arregalou os olhos e eu expliquei algumas particularidades da carta de Paulo a Filemon. Não era uma resposta teológica, mas a essência. Paulo estava dando apoio a alguém que iniciava sua fé e precisa de ajuda para resolver um problema.

A mulher sorriu e exclamou: É isso! É isso mesmo! Apoio! repetia. Agora eu entendi tudo... Me despedi e sai do ônibus sem deixar de notar a alegria que tomou conta dela. Uma simples palavra, uma resposta que mudou o dia daquela mulher e que iluminou seu rosto. Ela não sabia, mas eu também estava surpresa com o acontecido. Andei pela rua pensando como Deus ainda precisava de mim e queria me usar.

Em outra ocasião, sentei ao lado de uma moça num ônibus e ela começou a puxar assunto. Sabe aqueles dias que você só quer ficar quieta no seu cantinho? Pois bem, não foi desta vez. A moça mudava de assunto a todo instante e eu educadamente sorria e comentava alguma coisa. Até que ela entrou no quesito religião e de como estava trabalhando para Deus e louvando o seu nome. E apesar de estarmos num transporte coletivo ela desabafou algo do seu passado. Percebi que era algo que a incomodava muito e ela precisava falar. Ouvi e depois citei vários versículos da Bíblia que mostravam que ela era nova criatura e que Deus já havia perdoado seus erros do passado. Mas ela continuava falando e se... e se... 

Percebi que as pessoas estão famintas de Deus e de sua Palavra. Que elas não recebem alimento apropriado em suas igrejas e repeti alguns versículos para que ela entendesse a grandiosidade do perdão de Deus sobre a vida dela. Não tem mais se... Exclamei! Essas acusações na sua mente são do inimigo. Declare que você está liberta, salva, que seus pecados foram apagados e você foi redimida em Cristo. A Bíblia diz que as coisas velhas já passaram e eis que tudo se fez novo. Você é uma nova criatura!
- É isso! Exclamou. Então vi aquela expressão de preocupação se transformar num sorrido. Simples assim...
- Simples assim... Repeti. Todo peso que estava sobre ela se foi quando compreendeu o significado da Palavra de Deus. 

Desci do ônibus feliz por ter ajudado aquela moça, mas fiquei pensando: O que estão pregando nas Igrejas? Anos de tormento, de acusações infundadas em seu coração por falta de entendimento das Escrituras.

Olhe a sua volta, não desvie do caminho de alguém. Deus precisa de você, de mim, de quem estiver a disposição para ensinar, para falar, para aconselhar pessoas que estão perdidas e quem sabe passando por momentos de tristezas e angustias. 

Aprendi com tudo isso que uma simples conversa pode mudar o rumo da vida de alguém.


Marion Vaz






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