quarta-feira, 28 de agosto de 2019

A dor que eu não quero


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Se tem uma coisa que eu não suporto é sentir dor. Seja ela da origem que for. Sentir dor no corpo é muito ruim. Dor de dente é algo que nem deveria existir. E a dor do parto normal? Que bom que a gente esquece dela quando a criança nasce. Dor de modo geral é sempre o corpo falando que tem algo errado e que a gente não tomou providências antes.

Eu tenho uma dor de cabeça que pode durar uma semana. Primeiro ela dá de um lado da cabeça e posso tomar todos os remédios do mundo que ela não vai embora. São dois a três dias nessa agonia. E o pior é que quando passa do lado direito, a dor passa para o lado esquerdo da cabeça. Dói a cabeça, o ouvido e até o dente que eu nem tenho. Ela tem origem no estresse. Se eu me aborrecer por qualquer coisa, dois dias depois aquela dor chata aparece. Às vezes, ela é branda e dá para suportar, mas a crise me deixa de cama e precisa até massagear a parte dolorida. 

Esses dias apareceu uma dor de dente. Esse existe mesmo. E eu estou aqui há quatro dias nesse sofrimento. Já agendei um dentista pra saber a origem e o medicamento adequado. Só pra ficar registrado, eu não suporto ir ao dentista, mas vou regularmente pra fazer limpeza e o que precisar, só pra não sentir essa desgraça de dor.

Sentir dor faz parte da vida. Fato. Não dá para fugir de momentos de angústias, daquela dor na alma quando se perde alguém querido. Eu sofro só de pensar em alguém que se foi desta vida, mesmo que eu só tenha conhecido de longe. Tem perdas que são irreparáveis. Aquele desconforto, aquele vazio, aquela impotência diante dos fatos. As lembranças que vem e vão nos deixando cada vez mais sensíveis, mesmo com o passar dos anos.

Às vezes, "a dor que eu não quero" me aproxima mais de Deus e traz à memória as tantas vezes em que o Todo Poderoso me auxiliou, me libertou e me deu vitória. Dizem por aí que são "os caminhos de Deus". Talvez.  A dor era tanta esses dias que eu perguntei a razão de tudo isso e se havia algum propósito para minha vida. Tinha que ter!

Então me lembrei das escolhas de Deus na Era bíblica e os tantos personagens e suas vidas. Eles sofriam também? Com certeza. Porque a gente só lê e só pensa na parte boa da história, das conquistas, das recompensas. Ninguém pensa do quanto foi difícil chegar até ali, do que se teve que deixar para trás ou das renúncias que eles fizerem. Ninguém pensa no processo.

Porque muitas vezes temos que renunciar a algo antes de sair e percorrer o tão importante "caminho que nos é proposto". Mas o processo é dolorido, quase traumático para alguns. Anti-inflamatórios não dão jeito. Remédios caseiros nem pensar! A dor não vai passar assim tão fácil. Porque em muitos casos é preciso fazer primeiro um tratamento primeiro. Rever sentimentos e atitudes que nos deixaram assim tão enfermos. Ás vezes, é preciso perdoar também, aos outros e a si mesmo, antes de buscar o perdão de Deus.

Tem gente sentindo dor física porque não quer liberar o perdão, esquecer as mágoas, apagar o passado. E traz a memória todo dia aquele incidente, aquela discussão, aquele "tapa na cara sem mão". Então quer vingança! E quem sofre mesmo é o corpo que está aprisionado ao passado. E às vezes, nem vale a pena.

Você deve estar pensando por que uma pessoa com tanta dor para tudo para escrever um texto? Porque essa é a minha missão, meu propósito, meu caminho. A dor vai passar! Mas por enquanto fica aqui uma reflexão: Você precisa sentir dor para se aproximar mais de Deus?


Marion Vaz

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