sábado, 4 de julho de 2020

Bem feito pra mim



Eita. O que aconteceu? Você deve estar se perguntando. Quando a gente faz algo errado e não tem como consertar, fica aquela sensação de querer voltar no tempo e mudar de rua, de emprego, de relacionamentos. A gente se olha no espelho, retoca a maquiagem e tenta se convencer de que está tudo bem. Mas na verdade não está não. A primeira tentativa de reverter o que se passou é tentar encontrar uma desculpa para o ocorrido. A cabeça fica dando reviravoltas no assunto para entender onde, quando e por que erramos daquele jeito. 

Para! "Você pisou na bola" - "Aceita que dói menos!" - São frases que o subconsciente fica repetindo bem baixinho no nosso ouvido. Mas é difícil seguir em frente sem entender de fato, aquele festival de besteirol que fizemos. 

A segunda atitude é colocar a culpa em alguém. Fulano, beltrano, um momento desfavorável, uma discussão anterior que te desequilibrou emocionalmente. Puxa vida! Ninguém é de ferro, não é mesmo? É quando a gente se recusa a aceitar que fizemos parte daquela maldita tramoia do destino. Se fosse em outro tempo eu nunca, nunquinha iria fazer aquilo! Eu não! De jeito nenhum! Imagina só! Não mesmo!

E lá vem  a terceira fase da fuga: Aceitação: Fiz mesmo! Errei? E daí? Todo mundo erra! Palhaçada! Queria ver se fosse com você? Está me julgando por que? - E Você ali, de frente pro espelho, escovando o cabelo e pensando: Que merda que eu fiz! Então você pensa nas consequências e ri. Ri alto! Bem feito pra mim!


Marion Vaz

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