sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Os propósitos de Deus

Existe uma tendência humana em questionar Deus quanto a sua Onisciência e Onipotência em decorrência das freqüentes aflições que passamos em nossas vidas. Com “por quês?” ou “até quando?” entramos na presença de Deus indagando-o. Alguns chegam a recriminar o Senhor por causa do seu silêncio.

O que precisamos entender é que embora tudo pareça desconexo, Deus está no controle de todas as coisas. E se não há uma resposta imediata, certamente a culpa não é de Deus e sim do próprio homem.

Podemos observar uma história semelhante quando Israel passou por muitas aflições nas mãos dos egípcios. Deus tinha propósitos a realizar com os dois povos: Libertar Israel do jugo egípcio e manifestar-se como “Eu Sou” a fim de humilhar Faraó por causa de sua prepotência.


A história bíblica conta como Deus operou na vida de José, filho de Jacó, tornando-o governador do Egito. Num período em que uma grande fome assolava a terra, José apressou-se em trazer o pai e seus irmãos para o Egito a fim de preserva-lhes a vida. Aquele lugar serviria apenas como um refúgio num momento de crise, como aconteceu com Abraão.

No entanto, com o passar dos anos José e seus irmãos faleceram e o povo, como era de se esperar, se acomodou aquele lugar satisfeitos com a vida em Gósen. Os propósitos de Deus foram esquecidos, as promessas feitas a Abraão de uma terra prometida podiam virar uma lenda.

O crescimento demográfico de Israel, a troca de dinastia, os sentimentos estremecidos dos egípcios em relação aos hebreus que, temiam que Gósen pudesse se tornar uma via de entrada para conquistadores estrangeiros deu origem a idéia de transformar um povo de pastores em escravos. Quatrocentos e trinta anos marcaram um período de angústia para o povo de Deus (Êxodo 1)

Observamos no texto bíblico a tentativa de exterminar os hebreus com a morte dos recém-nascidos do sexo masculino. Na esperança de que, com o passar dos anos, as jovens hebréias se casassem com egípcios e perdessem sua identidade, Faraó ordenou a morte de inocentes. O que não seria de todo impossível, pelo modo como o povo estava tão fascinado com o Egito e suas iguarias, a ponto de murmurarem no deserto com saudades da fartura e desejassem-no mais do que a tal terra prometida (Ex 16.3; Nm 11.4,5,18).

Essa idéia de exterminar o povo de Israel seria igualmente imitada mais tarde, por outros líderes militares. A frase: “Vamos varrer Israel do mapa” constantemente pronunciada pelo presidente do Irã é um exemplo disso. Israel tem que lutar constantemente pela sobrevivência de seus costumes e tradições e por uma posição geográfica.

Outro fator que contribuiu para tal opressão foi a idolatria. O Egito com sua religião panteísta corrompeu o coração dos descendentes de Jacó e alguns se esqueceram do Deus de Abraão. Tais práticas estavam tão arraigadas que foram manifestadas no deserto do Sinai no episódio do bezerro de ouro.

Enquanto Moisés recebia os Dez Mandamentos, Arão foi induzido a fazer um bezerro que foi honrado e adorado (Ex 32.1-6). Provavelmente o bezerro tinha as características do deus Ápia e atribuíram a ele a glória pela saída do povo do Egito. Foi uma demonstração notória de instabilidade espiritual.

Em consequência desse pecado, Israel foi duramente castigado por Deus. Houve arrependimento. O que virou uma constante na trajetória desse povo: pecar, ser castigado para se arrepender. Mas também encontramos a misericórdia de Deus para com o seu povo e a resposta as suas petições. No deserto Deus provou o seu povo, mas esteve com ele, sustentando e suprindo todas as suas necessidades.

As 10 pragas que assolaram o Egito, a passagem pelo Mar Vermelho e os feitos de Moisés seriam comentados por muitas decadas e serviriam para causar espanto em muitos povos.



O silêncio de Deus em outras tantas e importantes etapas da trajetória do povo de Israel, pode ser notado com mais nitidez no Holocausto quando seis milhões de judeus foram mortos em Campos de Concentração. Não sei se por providência divina ou considerando os direitos desse povo tão discriminado, poucos anos depois do fim da Segunda Grande Guerra nasceu o Estado de Israel.

Voltando ao assunto que deu origem a este artigo e na esperança de responder os porquês aos inquiridores de Deus, declaramos que sem dúvida nenhuma, Deus continua no controle de todas as coisas.

Sendo assim permita que ele continue também no controle de sua vida, embora que não seja possível medir o “até quando?”, confie nos perfeitos propósitos de Deus.

Marion Vaz

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