sábado, 11 de abril de 2020

Ano Sabático para o mundo - Mudança de Hábitos

O que é quarentena? - Brasil Escola

Uma frase  do rabino Nilton Bonder me achou atenção. Por causa da Pandemia e a mudança de hábitos que todos nós, por ora, tivemos que adotar, ele mencionou na reportagem que 2020 seria como um ano sabático para o mundo.

Concordo que demos um tempo na correria da vida. Estamos aprendendo a conviver com a pessoas que moram dentro da nossa própria casa. É até estranho dizer isso, mas neste sentindo, parece uma coisa boa. 

Você vai concordar comigo que como as igrejas cessaram as reuniões, todas aquelas horas de devoção religiosa no dia a dia podem ser dedicadas a você mesmo, ao cônjuge e aos filhos, mãe e pai. A família voltou a ser o centro da atenção. É algo a se pensar.

Acredito que paralisação do comércio vai alterar a economia do país e que precisamos controlar nossas finanças. Quase não tem pessoas nas ruas, nem ambulantes, nem carros, nem ônibus e as fábricas pararam de funcionar. O ar parece mais limpo e céu mais azul. Talvez, neste sentido, o rabino tenha razão.

Quando escrevi sobre 2020 ser meu ano sabático, não imaginei qualquer uma dessas mudanças que tivemos que adotar. Nunca pensei em passar por quarentena, ficar trancada em casa, sair na rua de máscara. e acredito que todos nós vivemos assustados ultimamente.

E algo que tem me preocupado é o relacionamento com o mundo externo. Embora aqui no Brasil o registros de pessoas infectadas até o momento esteja muito abaixo, e muitos vivem desacreditados que a Pandemia seja uma realidade, estamos tensos e preocupados. Principalmente, porque nos demais países a doença atingiu um nível alto e milhares de pessoas estão morrendo.

Eu não sei o que acontece com a mente do brasileiro. Ou a gente é muito esperto, crédulo e somos de fato um povo varonil, ou estamos completamente alienados. É uma quantidade absurda de postagem em rede sociais maquiando o progresso da contaminação que vocês não tem ideia. Parece que o povo tem uma venda nos olhos. Muita gente desobedecendo a quarentena.

Ontem eu sai de casa para fazer compras. Foi inevitável. Sai de mascaras e até luvas nas mãos só por precaução. De princípio fiquei constrangida com as pessoas me olhando como se eu fosse um ET. Mas não consigo confiar nas informações que são repassadas. Prefiro me proteger.

O que eu notei, nesta mudança de hábito, de ficar isolado socialmente, de falta de contato físico com os outros, e que é algo ruim também é nossa desconfiança. Andamos assustados demais, afastados de todos nas ruas, olhar desconfiado, gente mudando até de calçada só para manter distância. Estamos com medo até do ar que respiramos. O nosso próximo passou a ser nosso inimigo. Eu não tenho ideia do quanto estamos, como sociedade, mudando de comportamento. Nunca mais seremos os mesmos. 

Sinto saudades da aglomeração nas corridas de rua, de dar bom dia ao vizinho e poder rir alto e descontraída. Sinto falta do contato humano, do querer bem, mas hoje... meu subconsciente não me deixa nem espirrar. 

Espero que esta fase passe logo e a vida volte ao normal. Mas acho que, independente das estatísticas, vamos demorar mais tempo a confiar em quem quer que seja. 


Marion Vaz




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