quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

O Valor da Perda

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Pra começar acredito que ninguém gosta de perder nada. Quando se fala em perda logo vem a sensação de tristeza. A angustia invade o coração e a gente não quer admitir que algo ou alguém está fora do nosso alcance. É do ser humano mesmo achar que pode controlar tudo. Cada centavo que ganha, cada objeto que compramos e até com muito custo. Com certeza tem alguma coisa que faz parte da nossa vida que a gente não empresta pra ninguém. Pode ser um livro, um vestido, um brinco, uma caneca. Afirmamos sem qualquer inibição: Não! É meu! Não dou, não vendo, não empresto, não e não!

E ser egoísta de vez em quando não tem nada de errado. Porque tem sempre aquela pessoa na família ou no rol de amigos com capacidade para destruir, manchar ou quebrar seja lá o que for. E depois aparece com aquela desculpa esfarrapada. Se tem uma coisa que eu não empresto pra ninguém são os meus livros. Principalmente se forem relacionados a Israel. Ninguém toca! Ponto final.

Mas existem aquelas perdas que não podemos evitar. Alguém que se foi porque estava doente ou por causa de um acidente e o luto nos ajuda a sofrer em silêncio. E só o que nos resta é esperar o tempo passar pra ver se o coração se acalma. 

As perdas desse artigo são diferentes. Elas constroem caráter. Porque tem coisas que a gente só dá valor quando perde. Você não esperava que aquilo acontecesse e então fica ali, parado, triste, analisando como tudo ocorreu. Por um certo período nos culpamos, depois avaliamos um conjunto de ações que levaram aquele distanciamento. Choramos sim. Por que não? 

Quando alguém se queixa de um problema ou pessoa não percebe que parte da culpa cabe a ela também. Se perdeu um objeto foi por desleixo, por falta de organização, porque não prestou atenção onde guardou. Quando se trata de relacionamentos sempre vai haver o outro lado da moeda. Mas tem gente que gosta de culpar os outros, porque ela, lindinha, é a melhor das criaturas. Será? Se perdeu aquela promoção no trabalho não foi por acaso porque não se esforçou o suficiente? A imprudência no trânsito te custou uma multa? A nota ruim na prova foi porque você não estudou? 

Eu gosto de pensar que neste mundo as pessoas tem que aprender com seus erros e acertos. Não podemos viver em função das experiências dos outros. Nem podemos impedir que alguém amadureça mesmo se ou quando tiver que passar por adversidades. As pessoas mais idosas tendem a achar que porque estão na "melhor idade" sabem mais que outros. Querem ditar os caminhos a serem tomados, como agir nesta ou naquela situação, tem sempre um conselho ou uma experiência para contar. Às vezes, é bom ouvir um conselho. Nada contra. 

Mas no geral, cada um  precisa vivenciar suas próprias experiências e errar faz parte do aprendizado. Raramente se acerta da primeira vez. Fato. E perder também nos adverte que temos que mudar em algum ponto. Quando determinadas coisas acontecem não basta apenas gritar de raiva (o que às vezes pode ser muito bom - tipo AHHHHHH!).  Mas é melhor parar de ficar choramingando pelos cantos, de colocar a culpa no outro ou aceitar de boa - Porque isso também faz a pessoa se acostumar com as perdas. É hora de analisar os fatos e descobrir como se tornar uma pessoa melhor.

O valor da perda não é numérico e sim qualitativo em relação à pessoa que sofreu os danos. Porque a partir de uma autoavaliação podemos descobrir uma série de outros defeitos (ou qualidades) que nos influenciam. E tudo se resume a valores morais. Então seja honesto com você mesmo e assuma seus erros e defeitos. E se for o caso peça desculpas! Chega de pegar atalho! Ganhe através das perdas. 


Marion Vaz

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