segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Identificando o Cristo

Segundo os estudiosos da Bíblia, ao cumprir seu ministério terreno Jesus confirma sua natureza divina através de pregações, curas e milagres. A multidão que o seguia recebia além do perdão dos pecados, a cura para suas enfermidades. Os discípulos eram testemunhas dos seus feitos.

Mas em certo momento Jesus surpreende-os com uma indagação: Que dizem os homens ser o Filho do homem? (Mateus 16.13). O que queria o Jesus com tal pergunta? Seus atributos divinos não lhe permitia conhecer todos os pensamentos dos homens? Sabia quando estavam sofrendo (Mt 17.17), com medo (v 7), sem fé (Mc 4.40), quando os curava (Lc 8.46). Ele conhecia suas necessidades (Mt 6.25), suas dúvidas, enfermidades e angústias (Lc 7.13).

O que nos dá a entender que Jesus queria mais do que uma simples declaração. Observemos a pergunta feita a Bartimeu: O que queres que eu te faça? E o que dizer da pergunta feita a Filipe antes da multiplicação dos pães e peixes: Onde compraremos pão para estes comerem? E aos fariseus indagou: É lícito fazer o bem no Shabat?

Tanto os conhecia que fazia afirmações quanto ao seu caráter (Mt 23.27), bondade e fé (Lc 7.9) e dignidade (Jô 1.47). Além disso, também era conhecido de todos. O príncipe Nicodemos chamou-o Mestre (Jô 3.2), para a mulher samaritana era um profeta (Jô 4.19) e para o cego Bartimeu era o Filho de Davi (Lc 18.39). Tais afirmações representavam declarações de fé.

Visão Humana

Mas o que responderiam os discípulos? Atônicos disseram o que já tinham ouvido da multidão que seguia por toda a parte: Alguns dizem que és João Batista, outros dizem que és Elias. Há quem diga que és Jeremias!

Quando os homens andavam a certa distância de Jesus perdiam a referência e passavam a vê-lo como uma pessoa comum, no máximo um profeta. E Jesus sabia disso. Alguns apenas ouviram falar dele, de seus feitos, mas não queriam o compromisso de segui-lo.

Essa visão humana que tinham a seu respeito não era novidade para Jesus. O que ele queria era provocar os discípulos, queria uma declaração autêntica daqueles homens que seguiam ao seu lado há tanto tempo. Homens que ouviam a sua voz. Estariam eles receptivos aos seus ensinamentos? Mediante tais declarações, Jesus interrompe os comentários dos discípulos fazendo outra pergunta agora num sentido mais pessoal. Queria a opinião deles: E vós? “Quem dizeis que eu sou?”

Visão Espiritual

Um grande silêncio envolveu a todos. Provavelmente eles se entreolham procurando palavras para descrever o seu Senhor. O que poderiam parafrasear a respeito de Jesus que já não tivessem dito e ouvido: Mestre? Homem de Nazaré? Homem da Galileia? As palavras faltam.

Pedro, desinibido e impulsivo que era, quebra o silêncio para falar em nome dos demais. Queria expor seus sentimentos, como naquela noite de mar agitado, quando pediu a Jesus que fosse ter com ele andando por cima das águas (Mt 14.28).

No momento em que muitos dos discípulos abandonaram a caminhada com Jesus, este perguntou se eles também queriam deixá-lo. É Pedro quem faz a mais linda das declarações: “Para quem iremos nós? Tu tens as palavras de vida eterna!” (Jo 6.68).

Agora, aquele discípulo cuja imagem seria marcada por uma negação: "Não o conheço!" é quem responde a inesperada pergunta de Jesus: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!”. A resposta alegra tanto o mestre, que de imediato faz dela a Verdade na qual edifica a sua Igreja que se formaria nos anos subseqüentes, da qual as portas do inferno não prevaleceriam contra ela.

E vós que dizeis a respeito desse Jesus?


Marion Vaz

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