segunda-feira, 13 de junho de 2011

Memórias

De repente a ficha caiu

E eu me vi num completo desespero

Olhei ao redor e não vi ninguém

Caminhei pelas ruas desertas a procura de um rosto

Busquei no profundo da memória

Algo que pudesse me trazer esperança

Mas era tarde demais

Tarde para recuperar o tempo perdido

Pra reatar amizades

Pra sorrir

Tarde demais pra marcar encontros

Pra investir num sorriso e desejar algo mais

Acordei pra vida

E num desespero total agitei o corpo

Como se quisesse sair daquele pesadelo

Mas era tarde demais

Pra encarar meus medos

Pra restaurar vidas

Então corri, corri o mais rápido que pude

Como se aquele vento forte batendo no meu rosto

Pudesse levar embora as lembranças

Desisti

Ofegante, voltei

Sentei num banco de praça

E fiquei olhando pessoas

Pessoas que iam e que vinham

Pessoas que sorriam

Completamente alheias ao meu sofrimento

Então chorei

Lágrimas de arrependimento, lágrimas de dor

Lágrimas que não traziam de volta aquilo que eu julgava mais importante

Na minha dormência, com olhos embaçados vi um lencinho branco

Esforcei-me para entender

Olhei e vi alguém ao meu lado

Sorrindo como se a vida valesse à pena

Sorri de volta apenas por gentileza

Mas quando percebi o anjo se foi

Deixando apenas uma pequena lembrança em minhas mãos

Então levantei e caminhei lentamente

Como se não quisesse quebrar o encanto

No lenço li algo que fez toda a diferença

Em letras douradas estava escrito:

A M I Z A D E


Marion Vaz




Poema dedicado a minha amiga e irmã GISELA DAMASCENO

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