segunda-feira, 19 de setembro de 2011

“Não ousou ser igual a Deus”



O texto bíblico de Filipenses 2.6 afirma a posição de Jesus em relação ao Pai e que ele sendo Deus não ousou ser igual a Deus. Dentro dessa perspectiva observamos nos discursos de Jesus aquela preocupação de dar toda honra e glória a Deus, orando a Deus antes de efetuar alguma cura, ou da multiplicação dos pães e peixes. Enfim, desde o início de se ministério terreno até a sua morte, e morte de cruz, Jesus rendeu ao Pai toda a glória que lhe era devida.

Interessante o fato de que para os cristãos Deus é trino, ou seja, Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito, o que difere e muito da religião judaica que só admite um Deus único. Tanto que a base da religião é o Shema: “Ouve o Israel, o Senhor nosso Deus é um” (Dt 6.4). A palavra hebraica utilizada (Echad) não deixa margens para dúvidas.

Estudiosos da Bíblia afirmam que a presença desse Deus trino se manifestou em diferentes estágios da História da humanidade: Deus Pai na criação e na maioria dos fatos narrados no Antigo Testamento, Deus Filho no Novo Testamento, durante o seu ministério terreno, mais precisamente nos livros do Evangelho de Mateus, Marcos, Lucas e João. 

Após a morte e ressurreição de Jesus e sua ascensão, o Espírito de Deus passaria a acompanhar os discípulos do Mestre e a Igreja que se formaria no decorrer dos anos. A atuação do Deus Espírito deu-se no Dia do Pentecoste, quando todos que estavam orando num determinado lugar na cidade de Jerusalém foram então batizados com Espírito Santo. O relato pode ser encontrado no livro de Atos 2.

Com o Cristianismo se estruturando através das doutrinas administradas pelos apóstolos e demais pais da Igreja, no decorrer dos anos passou-se a ter em mente as funções específicas  do Deus Trino, que na opinião de muitos não são três deuses, mas um único Deus com características e personalidades expostas no Pai, Filho e Espírito.

Hoje, é costume mencionar a presença do Filho em quase todos os eventos descritos no Antigo Testamento em virtude da doutrina do Trino Deus, a começar pela expressão: “Façamos o homem a nossa imagem e semelhança” descrita em Gênesis 1.26. 

Esse “legado”, ou seja, essa inserção da presença de Jesus em episódios do Antigo Testamento quando na verdade apenas Deus Pai estava presente, virou a febre do momento. Por diversas vezes presenciei isso acontecer. 

O fato de Deus ter exaltado Jesus e colocado seu nome sobre todos os nomes para que fosse proclamado por toda a terra, como implica o versículo, não nos dá o direito de substituir a glória de Deus!

Quantas orações são feitas e nem se sabe a quem estão dirigindo a palavra? Todas as orações deveriam ser feitas a Deus em nome de Jesus, mas na maioria, as pessoas se confundem e repetidamente invertem os nomes no meio das orações. 

Não estou com isso desmerecendo o nome de Jesus, pelo qual se pode expulsar enfermidades e demônios. Não!  O nome de Jesus tem poder! Quando usado de forma correta. A simples ideia de que Deus é Onisciente e conhece os corações e “sabe o que queremos antes mesmo de pedirmos”, já é suficiente para que o crente seja relapso em sua atitude de oração e devoção!

Nosso artigo de hoje tem a finalidade de advertir os crentes quanto a esses erros frequentes que às vezes encontramos em hinos, pregações e explanação da Palavra de Deus.

Ao expor o texto bíblico, faz-se referência a Jesus e não a Deus, ou usa-se o termo cristão para personagens tipicamente judaicos como, por exemplo: “Toda a vida cristã de Nicodemos...” alguém acrescentou ao seu sermão.

Outro caso interessante de inverter a glória de Deus quando alguém cita um período da história de Israel descrito no AT pra fazer uma ponte até o NT, e simplesmente diz que foi Jesus que atuou: “Jesus curou Naamã” (?). Um hino lindíssimo traz essa frase: Jesus nunca abandonou um filho seu. (?). Os filhos por adoção são de D-us e co herdeiros com Cristo!

Poderia citar também a dificuldade que se tem de compreender as atitudes do povo de Israel sem conhecer o contexto político, social ou espiritual da época, referente ao texto que se está lendo. Mesmo porque hoje se tem toda a história, mas naquela época os hebreus e posteriormente judeus estavam apenas vivenciando passo a passo sem saber o que aconteceria mais adiante! Com base nas informações que se têm hoje, muitos crentes criticam Israel e isso é errado!

Se o próprio Jesus “não teve por usurpação ser igual a Deus” e diversas vezes em seus discursos deu glória ao Pai, porque hoje estamos agindo assim? O certo é que ao ascender aos céus e o mesmo foi profetizado por fiéis, Jesus assentou-se a destra de Deus (ao lado) e ainda pelos santos intercede (a quem?) ao Pai!

Pela sua maneira de agir, o próprio Pai deu ao Filho a glória que lhe era devida, “para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus e na terra e debaixo da terra” Fil 2.10. Agora observe o versículo sequinte: “E toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” Quantas vezes você ouviu esse versículo na integra?

Que D-us a todos abençoe em Nome de Jesus! Amém!


Marion Vaz


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