segunda-feira, 3 de maio de 2010

Israel bíblico, temos muito o que aprender



Pensar no território de Israel e não compará-lo ao Israel bíblico é algo quase impossível. Imagina-se logo Moisés atravessando o Mar Vermelho seguido de uma multidão, em Davi golpeando o gigante Golias no Vale de Elah, em Abraão recebendo as promessas de D-us e em Jesus caminhando pela Judeia, Galileia e Samaria tomando posse da terra. São imagens que carregamos em nosso subconsciente e que se desprendem do passado para o presente num piscar de olhos.

Para não falar de homens, mulheres e jovens que almejam algum dia, fazer o percurso em direção à Terra Prometida. Quantos suspiros! Sentimentos que guardamos no mais profundo de nossos corações. Alguns até choram quando pensam nessa possibilidade. E não menos importante, os desejos se misturam quando se vêem dispostos a orar e pedir a benção de D-us para o Estado de Israel.

Intrigante é a facilidade de que alguns tem de denegrir a imagem de Israel em seus discursos ou conversas. Dificilmente encontro alguém manuseando a Bíblia, com profundo conhecimento do contexto histórico-cultural de Israel, que consiga expor-se sem comprometer ou deteriorar a ideia que a maioria dos ouvintes já tem a respeito desse lugar tão largamente amado por uns e tão odiado por outros.

O que me entristece é que não há arrependimentos para tal atitude.

A maioria se acha plenamente convicta de sua obrigação espiritual em “advertir os irmãos” quanto ao que chamam de “mensagem bíblica”. Às vezes o fazem com tanta naturalidade que provocam gritos e explosões de glórias a D-us dos mais desavisados e tais preletores não tem a menor ideia de que mensagem fica lá, no subconsciente, e quando a pessoa ouve novamente falar de Israel, logo vem em mente "um povo pecador, rebelde e distante de D-us" (e pasmem, essa é a letra de um hino que fez sucesso por algum tempo).

Aconteceu numa reunião quando no auge da pregação o "abençoado" afirmou: “Moisés não queria nem saber o que estava escrito na Torah!” A plateia expressou exatamente o que o pregador desejava: “Glória a D-us!”  De imediato pensei: ou ele não sabe quem é Moisés, ou não sabe o que a Torah!

Será que se tivesse dito Pentateuco haveria o mesmo alarido? Qual a intenção ao usar a palavra hebraica Torah? Eu fico triste com esse tipo de atitude.

Certo pastor eloqüente ministrava um mensagem por um canal de televisão. O teor da mensagem era sobre o NOVO: nova criatura, Deus fez tudo novo, Novo Testamento, nova aliança, renovo, etc. Em um dado momento ele declarou que o Antigo Testamento perdeu a validade diante do Novo Testamento.

Como assim? Toda a Bíblia é a Palavra de Deus! Eu temo que num futuro próximo, não haja mais compreensão do certo e do errado! Não se pode menosprezar tudo o que Deus determinou na Lei.

Foi um movimento sócio-cultural e religioso (antissemitismo) se desenvolveu durante séculos, que transformou a vida de judeus numa verdadeira guerra pela sobrevivência. Muitos foram mortos por causa da intolerância social e religiosa, Esse sentimento trouxe agravantes que culminaram no Holocausto – 6 milhões de judeus mortos na Segunda Guerra Mundial.

Infelizmente, falar mal do povo de Israel, principalmente Israel bíblico, tornou-se algo comum, louvável e às vezes, inescrupulosamente doentio. Desculpe, se você não concorda comigo! Mas preste mais atenção no que você ouve em alguns hinos que são cantados e em determinadas pregações e detecte as frases de efeitos que mancham a imagem de Israel! É antissemistismo!

Mas existem pessoas que realmente estudam os textos bíblicos, e tem a preocupação de entender o que dizem os originais no hebraico, as tradições judaicas e o contexto sócio-cultural de cada época e transmitem aos demais. E estes, vai aí o meu agradecimento, pois fica muito mais fácil enxergar um Israel completamente diferente!


Marion Vaz

O artigo continua...

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