sábado, 15 de maio de 2010

Precisa-se de Intercessores

Interceder a favor de alguém é mais do que se preocupar com quem esteja precisando de ajuda. É ir além dos limites estabelecidos pelo próprio sentimento de fraternidade. Na área espiritual, interceder é clamar com insistência para que alguém seja abençoado. É gemer para ver milagres acontecerem. Interceder é também unir forças a outros que tenham um mesmo propósito, a exemplo daqueles quatro homens que traziam um paralítico à cidade de Cafarnaum (Mc 2.1-12). Jesus pregava em uma casa e uma multidão cercava-a de forma que estavam impedidos de entrar. Num esforço mútuo ergueram o paralítico, destelharam a casa e baixaram o enfermo até Jesus.

Eles não desistiram diante das dificuldades e o Senhor, vendo a fé deles, perdoou os pecados do paralítico, curando-o daquela enfermidade. Intercessão é para quem tem fé.

Outros exemplos são mencionados na Bíblia, como o caso do centurião que intercedeu por seu criado que jazia paralítico e atormentado (Mt 8.5-13). E a mulher Cananéia, que lançou-se aos pés de Jesus por causa da sua filha (Mc 7.25-30). Jairo, príncipe da sinagoga, também rogou pela cura de sua filha quase à morte (Lc 8.41-42; 49-55). A rainha Ester mudou o destino do seu povo ao interceder junto ao rei Assuero (Et 8.3-8). Porém, encontramos o exemplo mais sublime no episódio da crucificação, onde Jesus após sofrer humilhações e injúrias roga ao Pai o perdão dos pecados de seus agressores (Lc 23.34).

A oração intercessória pode mudar o rumo dos acontecimentos na vida de alguém (Jó 42.10), de um povo (Ex 32.11-14) e de uma nação (2Sm 24.25). Quando o cristão ora com determinação é capaz de derrubar muralhas, quebrar grilhões e resgatar vidas das mãos do inimigo.

Precisamos de intercessores! Tda a Igreja do Senhor deve praticar a intercessão. O apostolo Paulo ao citar os irmãos freqüentemente em suas orações, nos ensina que interceder é um compromisso com Deus e com o próximo. Interceder por alguém que depende da sua oração é praticar a fé.

Na brecha Intercede significa muitas vezes ficar na brecha. Em Ezequiel 22.30, o Senhor procurava um justo que impedisse a destruição da cidade. Mas os corações estavam corrompidos e ninguém se posicionou diante de Deus, nem um homem sequer. Estar na brecha pode ser a diferença.

Em outra passagem bíblica observamos que Israel havia pecado contra Deus oferecendo sacrifício a uma imagem de ouro (Ex 32). Enquanto Moisés recebia os Dez Mandamentos, o povo se corrompia em uma festa pagã. Em conseqüência disto, Deus rejeitou o povo e desejou destruí-lo, mas Moisés colocou-se na brecha dizendo: “Perdoa o seu pecado, se não, risca-me, peço-te. Do teu livro, que tens escrito”, v 32.

Somente o amor faz um homem tomar tal atitude. Interceder é amar, é arriscar-se. Em Gênesis 18.23-33, Abraão toma essa postura ao questionar Deus em relação a vida dos justos que porventura houvessem em Sodoma e Gomorra, cidades que seriam destruídas.

No entanto, hoje em dia não tem acontecido assim. A urgência da própria vida, a rapidez do tempo e a ansiedade diante dos compromissos têm levado muitos cristãos a uma vida espiritual fraga e indiferente aos propósitos de Deus. Somando a falta de estímulos à oração, a vida cristã limita-se aquelas orações rotineiras, repetitivas e desprovidas de qualquer sentimento. Praticamente são as mesmas pessoas que sempre vão a frente para receber renovação espiritual, fazendo disto um hábito. O ideal seria que se fortalecessem através de suas próprias orações.

É preciso estimular a prática da oração. Em muitas igrejas, os joelhos não se dobram mais nos cultos públicos. Para criar um “ambiente espiritual” são usados cânticos com movimentos corporais, quando, na verdade, Deus procura verdadeiros adoradores (João 4.23).

Precisamos mudar de tática e voltar ao padrão de consagração e lágrimas nos olhos. Levantemos orações que transformem vidas! Mas, para isto é preciso entender que intercessão é mais do que pedir, é expressar um desejo tão firme que mova a mão de Deus para que muitos sejam abençoados.

Marion Vaz

Publicado na revista Pentecostes/CPAD

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